segunda-feira, dezembro 25, 2006

"viver fora torna-nos diferentes"


"Se me perguntasse há cinco ou seis anos se eu queria que as outras equipas portuguesas ganhassem nas competições europeias, respondia-lhe que me estava nas tintas. Se estivesse no Benfica, não queria saber se o FC Porto ganhava ou não; e se estivesse no FC Porto também não queria saber do que sucedia ao Benfica. Agora encontramo-nos numa situação em que todos queremos que o FC Porto, o Benfica e o Sporting ganhem. Viver fora torna-nos diferentes." , in Mourinho a "o Jogo"


É um exemplo positivo. Ter uma pessoa como José Mourinho a dizer uma coisa destas. Ele pode influenciar os pensamentos de muitas pessoas e sabe disso. Penso que deveríam haver mais pessoas a tornar este tipo de questões públicas, falar mais sobre elas. Porque do meu ponto de vista, antes de sermos do clube A, B ou C somos de uma Nação. No meu caso até tenho duas... e uma terceira por afecto.

É mesmo isso. "Viver fora torna-nos diferentes". Ficamos cidadãos do Mundo. Se nunca sairmos daquele raio limitador, nunca saberemos o máximo que poderemos ter. Esse máximo é importante para balizarmos as nossas prioridades.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

"sistema de jogo está englobado no modelo de jogo"


"A táctica ou sistema é apenas um desenho que se escolhe para uma equipa, de modo a que, a partir desse facto, [ela] seja erguida".


"O modelo de jogo é algo que construímos em função dos clubes que treinamos, da ideia de jogo que defendemos, do entendimento que existe do jogo, da cultura do clube, história e objectivos que tem, e o factor mais importante são as características dos jogadores, pois é com eles que vamos trabalhar".


"Em primeiro lugar, adapto o modelo aos jogadores; depois, procuro os jogadores para o modelo; e, depois sim, potencio os jogadores dentro desse modelo de jogo que defendo."


Frases de Paulo Bento, ontem, nas primeiras jornadas técnicas de futebol subordinadas ao tema "Estratega – o meu modelo de jogo".

Pequenas coisas como estas podem esclarecer muitas pessoas que acham que têem um modelo de jogo que é o 1-4-3-3, por exemplo. Isso não é o modelo. O modelo é o conjunto de princípios, sub-princípios e sub-princípios dos sub-princípios que o treinador quer para a sua equipa. O modelo de jogo é a forma que o treinador quer que a equipa jogue.

Pode também esclarecer aqueles que ainda nem começaram as suas carreiras e que pensam já ter um modelo definido. O modelo leva anos a construir... e nunca fica pronto. Está sempre sujeito a mudanças e constantes aperfeiçoamentos.

terça-feira, dezembro 19, 2006

Vai de mal a pior...


Norton de matos, mais um treinador despedido no processo de crise do Vitória de Guimarães. Este é apenas um caso em muitos outros que ocorrem com frequência no mundo do Futebol, mais concretamente no Português. Mas este caso chama-me particular atenção devido à história do Vitória e ao número de adeptos que o clube tem. Hoje em dia torna-se cada vez mais difícil manter um treinador num clube, devido às pressões externas que são exercidas. Senão vejamos, a Segunda Liga de Portugal é um campeonato extremamente competitiva, onde regra geral, os clubes que sobem são conhecidos na última jornada do campeonato. Mas não há paciência, porque pretendem-se resultados imediatos. A mentalidade é a de fazer tudo bem feito sem ter tempo para trabalhar. Essa ideia está, do meu ponto de vista, errada. Tudo bem que se está a falar de rendimento, mas é preciso tempo para que os resultados apareçam. Não se deve pensar que o treinador faz milagres, porque não faz. Se há uma coisa que um treinador de futebol precisa é de estabilidade e, por exemplo, Norton de Matos nunca teve essa estabilidade. E uma das razões são as pressões externas ( adeptos, imprensa, etc ). As pessoas pensam que só porque o Vitória tem a história que tem vai acabar em primeira lugar do campeonato da Segunda Liga. Errado! Há que adaptar à nova situação e perceber que se o Vitória desceu, por alguma razão será. Falta de organização talvez. O que está em causa aqui não é a subida ou não do Vitória. O treinador que entrar até pode ter sorte e conseguir ter bons resultados logo no início, mas esse já não será o treinador do Vitória daqui a duas épocas, seguramente. O que está em causa aqui é a mentalidade com que se encaram as situações. As direcções dos clubes têm que ser persistentes e apostar na continuidade, têm que ser coerentes e provarem porque é que contrataram treinador A, B ou C. Não podem ser como são: se os resultados não aparecem, muda-se o treinador e está feito. Isto é pensamento de treceiro mundo. Veja-se o Arsenal de Wenger ou o Manchester de Ferguson. Não ganham todos os anos, mas os treinadores mantém-se há largos anos. Quem é que está bem?

A mentalidade tem que mudar radicalmente em Portugal e nos restantes países de terceiro mundo.

terça-feira, dezembro 05, 2006

Não ao Racismo


Gostava de saber o porquê de ainda haver espaço para o Racismo no Desporto. É certo que há Racismo no dia-a-dia, mas porquê também no Desporto? O mais "engraçado" é que por vezes esse Racismo é de adeptos de um clube para com um atleta do mesmo clube. Muitas pessoas dizem que não é mau, dizem que é normal. Não é normal! A tolerância deve ser nula! As pessoas, em Portugal, procuram tratar desta questão com toda a pedagogia do Mundo, mas o facto é que as situações repetem-se cada vez mais. A UEFA tem tido mão pesada para com actos de Racismo. Porque é que não se tem essa mão pesada em Portugal?

No Desporto não há espaço para o Racismo. Todos os atletas são seres humanos e não o indivíduo amarelo, roxo, verde, cinzento ou fucsia. Somos todos iguais e não há raças. Ou melhor... o correcto é dizer que só há uma raça, a raça humana. Somos todos da mesma raça. Isso é difícil de compreender para certas pessoas que se acham superiores a outras por causa do tom de pele que têem. Mas talvez algumas dessas pessoas não sejam nada na vida... Talvez essas pessoas sejam frustradas com as suas próprias vidas. Mas mesmo assim menosprezam os outros pela cor da pele que têem. Isso é ridículo. É uma atitude que deve ser repensada por parte de cada pessoa. Tolerância zero! Mas a nossa sociedade está habituada a ser assim... por múltiplos factores. O maior de todos parece-me que é a escravatura. Muitas pessoas, hoje em dia, ainda vêem os pretos como inferiores. Notem bem que digo pretos sem ofender, porque são de facto pretos. Assim como os brancos são brancos. Assim como os mulatos são castanhos. Isso é só a cor da pele. Não me julgem por dizer branco, preto, café com leite ou leite com chocolate. Não tenho problema nenhum em chamar as coisas pelos nomes e tenho muitos amigos pretos! Uns deles até são os meus melhores amigos. Continuando, a nossa sociedade passa os valores também para o Desporto. Infelizmente parece-me impossível impedir esta passagem. A única maneira de fazer qualquer coisa é mudar pequenas coisas nas pessoas, nos hábitos do dia-a-dia. Há tantos meios para o fazer... televisão, rádio, internet, publicidade... Em vez de se fazer tanta publicidade enganosa podía fazer-se mais apelo à união! Mais apelo à igualdade! Mas isso é difícil... é difícil, porque o ser humano está bem com a desigualdade que há no Mundo. Como é que não se pode esperar que um adepto qualquer chame preto de forma ofensiva ao McCathy, insulte o Henry, Eto´o... Há muitos casos... Devido à sociedade que temos arrisco a dizer que é "natural" que isso aconteça! Mas é errado! É errado demais!
É verdade que há muitas campanhas anti-racismo... mas são poucas e parece-me que muitas delas não são tão eficazes. Será que as coisas mudam só com t-shirts a dizer "Não ao Racismo"? É um passo importante, mas é pouco. Será que todas as pessoas compreendem a ideia de ter uma publicidade com jogadores com todas as colorações de pele possíveis e imaginárias? Não me parece que toda a gente perceba!

O Racismo é um cancro muito grande e como tal deve ser combatido dando-se a importância que tem!


Não tenho receitas para o combater... Só faço a minha parte! ADMITIR que somos todos iguais!

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Simão e o golo ao clube que o formou


A título de curiosidade questiono-me se se vai fazer uma sondagem na televisão para saber se Simão devía, ou não ter festejado os golos do Benfica. Será que ele devería ter sorrido quando marcou o golo à equipa que o formou como jogador prossional ( leia-se preofissional )?

Esta ironia é para que as pessoas procurem entender que cada um é como cada qual. Talvez se fosse Quaresma a marcar ao Sporting, colocaría o dedo indicador em frente à sua boca, como que mandando calar os adeptos do Sporting... Cada um é como cada qual, mas estes jogadores são profissionais. É importante que as pessoas não se esqueçam disto.

Eu sei que a maior parte do público que gosta de futebol não consegue perceber estas coisas. O mais importante é ir para o estádio e descarregar as suas frustrações do dia-a-dia num grupo de homens que vão trabalhar. Mas sempre foi assim... O desportista sempre foi visto como uma pessoa que pode ser criticada. Toda a gente pode comentar o que o desportista faz, porque aquilo que ele faz não é difícil. É só treinar um pouquinho... Sempre foi assim! Contudo, não quer dizer que tenha que ser assim para sempre. Para isso é que existe a palavra "mudança"!

Sporting 0 - 2 Benfica


Bom espectáculo na primeira parte, num jogo em que o Sporting foi obrigado a atacar muito, mas na maior parte das vezes mal. O Sporting atacou de forma precipitada e rápido demais. Em momento algum foi capaz de acalmar o jogo e de impor o seu jogo. Jogou sempre em função do Benfica e isso revelou-se prejudicial, uma vez que o Benfica esteve sempre em vantagem, desde muito cedo. O Benfica teve a sorte de começar bem o jogo, quando ambas as equipas nada tínham feito para justificar um golo.
Na primeira parte vi um Benfica a defender demasiado atrás, de resto, esse foi o melhor momento do Sporting no jogo todo. Contudo, o Sporting nunca aproveitou esse erro por parte do Benfica. Defender demasiado atrás, como o Benfica estava a fazer, podería ter custado muito caro. Valeu o pronto socorro Ricardo Rocha que esteve em grande na noite de hoje.
Quim raramente foi incomodado e quando foi chamado a intervir ( pouquíssimas vezes ) esteve sempre à altura, fazendo inclusivé uma grande defesa perto do fim a remate de Yannik.
O Sporting teve sempre mais posse de bola que o Benfica, mas não soube construir as jogadas, não soube gerir essa posse de bola e o Benfica procurou sempre jogar no contra-ataque e explorar os espaços deixados pelo Sporting. É importante salientar que esta até podería ser a postura inicial do Benfica, mas creio que isso aconteceu porque o benfica viu-se em vantagem muito cedo, o que pode ter mudado a abordagem ao jogo.
Quando vi a constituição das equipas estranhei a inclusão de Bueno, mas Paulo Bento terá tido as suas razões. Esperava a inclusão de Alecsandro, mas isso não aconteceu.
Este foi aquele Sporting que acusou a derrota de Milão e a consequente despedida da liga milionária. Este foi o Benfica constante no meio de todas as inconsistências. Ninguém sabe o que pode acontecer em Manchester. Que Benfica é que se vai ver na noite de todas as decisões na Champions?

quarta-feira, novembro 29, 2006

Figo-Sporting-Outro clube


Falo dum tema que me deixa perplexo, nomeadamente em relação ao comportamento das pessoas. A questão é o triângulo Figo-Sporing-outro clube qualquer.
Fala-se sobre a vida de Figo, julgando as suas atitudes. As pessoas esquecem-se que ele é um profissional do Desporto, nomeadamente do Futebol. Duvido que essas pessoas que criticam Figo, gostassem de ser criticadas por outras pessoas. Quem é que pode dizer o que é que Figo devía ou não devía ter feito num dado momento? Critica-se Figo, porque festeja golos que as suas equipas, neste caso o Inter, marcam ao Sporting. Errado! O que é que ele pode fazer? Chorar como Rui Costa? É errado! Cada um é como cada qual e não pretendo aqui criticar ninguém, a não ser as pessoas que se acham em condições de criticar um jogador com a carreira de Figo.
É completamente descabido, por exemplo que se faça uma sondagem em directo na televisão, para os telespectadores dizerem se Figo esteve bem ou mal a festejar o golo marcado pelo Intre ao Sporting. Isso só revela a falta de ética que emana na nossa sociedade.
Deixem que vos diga uma coisa: Figo é um profissional e pode ser mais ou menos ligado a certas coisas como , por exmeplo, clubismos. Toda a gente que observa a carreira de Figo vê que a sua maior preocupação é a sua vida, a sua carreira e nunca mentiu sobre isso. Foi sempre directo. Talvez seja isso que incomoda muitas vezes. Será que só por se ter formado nas escolas do Sporting deve agora amor eterno ao clube? Eu conheço alguns jogadores que se formaram no Sporting e que festejaram golos de forma veemente contra o Sporting. Casos de Quaresma e Simão por exemplo. E estão errados? Não! São profissionais.
Penso que o problema de coisas como estas reside no facto de pessoas que não são da área do Desporto comentarem sobre Desporto. Ao fim ao cabo, todos falam de Desporto. É como se fosse a coisa mais simples á face da terra. Mas não me quero desviar do tema e deixo este assunto para posts futuros.

terça-feira, novembro 28, 2006

Aquela Vitória Intrínseca


[ele é a minha referência no mundo do futebol]

Estava aqui a pensar em coisas da vida e do futebol... como é que se explica uma satisfação tão simples como a de estar a jogar futebol? Como é que se explica aquele sorriso e aquela vontade de superação, independentemente do nível a que estejamos? Bem, falando assim até posso estender isto ao desporto e não isolar apenas ao futebol. Quer tenhamos o objectivo da maximização ( rendimento ), manutenção ou da minimização ( reabilitação, por exemplo ), queremos sempre superarnos... em qualquer idade. Ainda só tenho 22, mas estou no nível da manutenção e quero sempre superar-me. O que é que explica aquela garra de querermos ganhar todos os lances? Ganhamos o lance e depois? O que é que ganhamos com isso? Talvez ganhemos algo dentro de nós. Talvez ganhemos confiança em nós próprios. Talvez passemos a acreditar mais em nós! Mesmo quando há alguém melhor que nós a jogar connosco, e mesmo sabendo que esse alguém é, de facto, melhor que nós, devemos esforçarmo-nos, porque há-de haver um ponto no qual somos mais fortes que esse alguém. E quem sabe não seja nesse ponto que possamos passar à frente? Quem sabe? Acho que ninguém pode responder a estas perguntas. Correr atrás do que se quer, lutar com unhas e dentes por aquilo que queremos, parece-me a melhor maneira de conseguirmos tudo que queremos na vida. Contudo, devemos ter sempre em mente a possibilidade de não conseguirmos sempre o que queremos, porque na vida, a maior parte das coisas não dependem só de nós. Devemos no entento também ter em mente que podemos ganhar sempre alguma coisa. E isso talvez possa levar-nos a outra coisa, e depois a outra, e depois a outra, e depois a outra... Quem sabe?

domingo, novembro 26, 2006

Hino ao futebol


Não me atrevo a comentar o que Ronaldinho fez em Camp Nou ontem... Não sou digno de comentar tremenda loucura, tremenda magia! Não tenho qualidade para colocar em palavras aquilo que vi este génio fazer...
Peço desculpas.

Grande jogo!


Intensidade máxima num grande jogo de futebol. Manchester e Chelsea mostram o porquê de serem duas grandes equipas. A primeira parte foi dominada pelo Manchester que justificou plenamente o 1-0, mas a segunda parte foi completamente dominada pelo Chelsea que justificou o empate. O jogo acabou mesmo empatado e acho que o resultado foi muito justo.

Rapidez na circulação de bola, duelos interessantíssimos como os de Ronaldo e Ashley Cole ou o de Rooney e Ricardo Carvalho, o golaço de Saha, a coesão do Manchester na primeira parte, a persistência do Chelsea na segunda parte, o bom golo de Ricardo Carvalho, a grande exibição de Ronaldo, bem como a de Ashley Cole. Foi um jogo formidável. Daqueles que dá prazer de ver.

Este jogo foi um hino ao futebol. Contudo é bem possível que apareça alguém a dizer que as equipas não valorizaram o espectáculo...

Saber perder, não?


Vi os comentários do treinador do Marítimo depois do jogo contra o Benfica e comecei a pensar... pensei, pensei e pensei. Não percebi porque é que ele disse o que disse. A pergunta que mais fiz a mim mesmo foi "porque é que ele não assume que o Marítimo não conseguiu jogar porque o Benfica foi superior?". Será que é assim tão difícil admitir que perdemos porque não conseguimos contrariar o ascendente da outra equipa? Em vez de o fazer, Ulisses Morais criticou a equipa de arbitragem. A expulsão de Marcinho é clara e evidente! Quando vi o lance pela primeira vez achei que a decisão tínha sido dura demais, mas... hoje vi a repetição do lance e foi uma entrada muito dura. Na minha opinião o árbitro esteve bem ao mostrar o vermelho directo. Quanto ao segundo argumento que ele usou, o facto de terem sofrido o golo quando estavam a jogar com 9 jogadores porque o jogador do Marítimo tínha saído lesionado, acho infantil. Sinceramente, isso são circunstâncias do jogo.

Ulisses Morais tem este tipo de comportamento frequentemente após os jogos terem terminado, especialmente quando os jogos são contra os grandes. Será que o faz por causa do espírito de grupo? Será que é só para fortalecer o grupo depois de uma derrota e mostrar para dentro que confia na equipa? Prefería que assim fosse, mas... Não me parece que as coisas sejam assim. Parece-me sim, que o treinador do Marítimo tem sempre que arranjar alguma desculpa para as suas derrotas. Todos perdem e todos são prejudicados.

E se a estratégia é motivar, penso que há formas mais correctas de o fazer.

Aquele apoio que nos ajuda a reagir

[Paulo]

Ainda no rescaldo da derrota por 2-3 contra o Pasteleira de ontem, continuo a contar o que se passou quando cheguei a casa. Lembrei-me que tínha que confortar o Paulo ( guarda-redes ). Ele foi embora a chorar, mesmo depois de ter tomado banho. Não conseguía parar de chorar. Se eu lá estivesse isso não acontecía. Sei bem que não porque faría logo qualquer coisa para tirar o peso que ele carregou nas costas. Mas eu já não estou lá e tive que ajudar o miúdo da forma que sei. Primeiro mandei uma sms. Não achei que ele fosse responder, mas respondeu e eu ri de felicidade, porque senti que fui um apoio muito importante para ele. Ele disse "não imagina o apoio que me está a dar... gosto muito de si". Depois liguei para ele para ele sentir na minha voz que aquilo que aconteceu com ele é normal acontecer. Hoje pode acontecer a uns e amanhã a outros. E o que se tem que fazer é confortar o colega quando isso acontece. Isto porque ninguém gosta de ter alguém a criticar quando sabe que errou. É uma das piores sensações do mundo.

Sería hipócrita se não dissesse que fiquei um bocadinho "convencido". Gosto quando as pessoas gostam de mim, gosto quando faço coisas que as deixam felizes. E esse talvez seja um dos tipos de vitória mais importante quando lido com crianças.


"O ser humano sente e não pode, nem deve, esquecer que na sua essência é uma máquina de sentidos". Esta frase foi criada por mim agora mesmo. Talvez seja um bocado de arrogância da minha parte, pensar que ninguém nunca criou esta frase. Mas não copiei de lado nenhum.

sábado, novembro 25, 2006

Esteve quase... mas não foi!

[Bruninho]

Hoje fui ver o jogo dos miúdos contra o Pasteleira. Cheguei lá três ou quatro minutos depois de o jogo ter começado e os miúdos já estavam a ganhar. Fiquei espantado porque o Pasteleira está bem classificado tendo em conta o conjunto de equipas que constitui a série. O Pasteleira é uma equipa associada ao Boavista. Os miúdos das equipas de primeiro ano são sempre do Pasteleira e no segundo ano fazem o campeonato pelo Boavista. Fiquei mesmo espantado quando lá cheguei, mas depois vi que o jogo estava equilibrado, apesar dos miúdos do Pasteleira ocuparem o espaço de forma mais racional que os do Infesta. Mesmo sendo pequeninos, os miúdos do Pasteleira sabem jogar à bola. Isto só prova que nnão é preciso ser alto para jogar futebol. Isso são apenas pormenores. Claro que a média de alturas deve ser relativamente alta no alto rendimento, mas quando se fala em crianças não deve ser assim. Eu penso sempre em primeiro lugar na técnica. Em caso de empate posso usar a altura, mas só mesmo aí.
O jogo foi para intervalo com 1-0 para o Infesta. Na segunda parte houve o empate do Pasteleira, o 2-1 para o Infesta e a reviravolta do Pasteleira. 3-2 foi o resultado final. Momentos-chave do jogo? Essencialmente a substituição do lateral esquerdo ( porque foi do lado dele que aconteceu o 1-1... Isso nunca se faz, principalmente porque as crianças vão abaixo! ) e o nervosismo do Paulo ( guarda-redes ) quando nada o faría prever, que com a bola nas mãos, colocou-a nos pés do avançado que fez o 2-2. Mas o nervosismo que veio do banco foi sempre maior e contagiou os miúdos, porque eles sentiram que podíam ganhar aquele jogo, mas deixaram fugir a vitória. É frequente isso acontecer quando se perdem muitos jogos e há a possibilidade de ganhar um jogo! Mas enfim... as coisas são como são. A moral é cada vez mais baixa naquela equipa e os problemas internos são cada vez maiores, mas... nada se resolve. Nada se decide, porque ninguém é capaz de o fazer. É uma pena.

O golo do Zé Luis ( 2-1 ) foi muito bonito! Espectacular!


Estive a brincar com alguns deles depois do jogo ter acabado e soube bem. Muito bem! Andámos aos chutos a uma bolota, a ver quem dava mais toques. Claro que fui eu! Mas só dei mais dois toques que o Bastos...
Que saudades de treiná-los... Hoje lá me fugiram duas ou três indicações para o campo e eles ouviram-me e fizeram o que disse. Isso deixa-me muito feliz.

Dúvidas que tenho: reflexão


Estava agora a pensar numa coisa que me faz um bocado de confusão. Ontem estive a jogar futebol no campo sintético da minha faculdade. O campo estava quase submerso em algumas partes devido à intensa chuva que caiu ontem. Eu estou muito cansado com o esforço que tive ontem. Então comecei a pensar... Como é que é com as crianças? Vejamos as semelhanaças: crianças de 12 anos não têem a mesma capacidade de rendimento que um indivíduo da minha idade, crianças jogam em campos com as mesmas dimensões que os adultos, as balizas também têem a mesma altura... Isto é o essencial. Agora vou acrescentar um facto que é "irrelevante". Hoje está a chover e sei que vai haver jogos pelo país inteiro. Se eu fico cansado, imagino as crianças. Isto é uma forma positiva de transpor coisas dos adultos para os mais novos... Isto sim!

Tendo em conta as dificuldades pelas quais as crianças passam, e acrescentando a dificuldade de jogar com o pelado "mais pesado", não se devía outra atitude? Não se devería olhar para as crianças como crianças? Eu bem sei que é importante que as crianças habituem-se a jogar num campo de futebol de onze, porque no futuro é no campo de onze. Mas a questão é quando é que isso se deve fazer? Será que é grave passar para o campo de onze dois anos mais tarde? Será que, do ponto de vista cognitivo não é melhor até para terem noções correctas da táctica e não adquirirem vícios desde cedo? Em fases iniciais as crianças precisam de muito jogo, muita bola, muita interacção. Penso que não estão em condições de perceber coisas profundas sobre a táctica, mas sim aspectos simples como deslocamentos, penetrações, coberturas, marcações. Ora, lamento informar as pessoas que se preocupam ligeiramente com este assunto, mas isto é o que não se faz em muitos clubes. Mais uma vez, a causa para tudo está no resultado imediato. O que tem que mudar é a mentalidade. Mas como? Aceitam-se sugestões, porque o que está em causa é a formação de pessoas e de atletas.

Bem, mas reparei agora que o sol voltou a aparecer. Por ventura já não faça muito sentido pensar em tudo o que escrevi, porque o pelado pode secar até à hora do jogo... É assim que se deve pensar? Não! Mas é assim que se pensa. É a mentalidade ignorante do Português que não sabe nada sobre o que faz.

terça-feira, novembro 21, 2006

Inconsistência


Celtic 3 - 0 Benfica

Benfica 3 - 1 E. Amadora

Porto 3 - 2 Benfica

Benfica 3 - 0 Celtic

Benfica 3 - 0 Beira-Mar

Braga 3 - 1 Benfica


Pura inconsistência de resultados. O que se passa no Benfica, do meu ponto de vista, é uma adaptação progressiva ao modelo de jogo que Fernando Santos está a impôr. Parece-me que os jogadores já terão dominado alguns princípios de jogo, mas não todos. O que me parece é que há jogos que correm melhor que outros. Quando isso acontece há jogos que parecem mais fáceis que outros. O valor e o jogo actuais dos adversários são importantes. A vida não está fácil para o Benfica. Numa espécia de "missão impossível", têem que ganhar em Old Trafford ao Manchester Utd. É legítimo acreditar que é possível, porque o sonho comanda a vida, mas fica a dúvida se o Benfica dessa noite vai ser aquele que se consegue superar ou se é aquele que vai cometer erros atrás de erros.
Nuno Assis é cada vez mais o jogador mais importante no Benfica. Dá dinâmica ao jogo com sucessivas arrancadas e variações de flanco. Merece totalmente a confiança de Fernando Santos. E está a ser coerente, mesmo o Benfica estando a ser inconstante. Eu acredito que as coisas melhorem... se as pressões internas não forem cada vez maiores. Mas a coerência nota-se pelos discursos dos próprios jogadores. Todos se referem às ideias do treinador. E isso parece-me motivo para os adeptos continuarem a apoiar a equipa, quer percam, quer empatem, quer ganhem.

Bem melhor está o Porto que vai aperfeiçoando a sua forma de jogar. Lucho vai aparecendo cada vez mais solto e é por isso que se nota mais no jogo, é por isso que marca golos... e golos importantes. Quaresma está num momento excelente e está muito maduro. Já não tem nada que ver com aquele Quaresma individualista que conhecemos um dia. Pepe tem estado em destaque na equipa do Porto.

Quanto ao Sporting, resta-me desejar boa sorte para amanhã. Espero que ganhem e que tragam pontos para melhorar o ranking Português.

segunda-feira, novembro 20, 2006

Faculdade diferente da Realidade


Estava há pouco na minha aula de Aprendizagem Motora e, num daqueles momentos de desconcentração absoluta, pensei que... aprendemos coisas que não têem muito que ver com a forma real das coisas. Pensei nisto, porque a professora deu um exemplo em relação à postura do treinador, dizendo que este deve fazer com que o aluno/criança perceba como tem que fazer e não se deve dizer "é assim que se faz". O professor/treinador deve mostrar o caminho, perguntar qual a melhor alternativa para determinada situação, dizer para o aluno pensar por si... Afinal o momento não foi de total desconcentração...
O que se passa fora da faculdade, é algo diferente do que se aprende aqui dentro. O que vejo do lado de fora é o oposto. Vejo pessoas que não sabem as particularidades de cada aluno que têem pela frente, vejo pessoas sem conhecimento e sem capacidade de liderança. Vejo pessoas que tratam crianças como adultos em miniatura. Vejo sistemas de competições dos adultos a serem aplicados aos mais novos. Não encontro diferenças significativas entre adultos e crianças.
É preciso não esquecer uma coisa muito importante. Quando se sujeitam as crianças a situações que não são as mais favoráveis para o seu desenvolvimento, isso pode gerar várias consequências, das quais, a falta de motivação e o abandono são para mim, as mais importantes. Isto pode acontecer, não só na modalidade em questão, mas em relação à prática desportiva no geral.

Solução para isto? Não há. Assim como não há solução para outros males do mundo. O que se diz por aí é que se cada pessoa fizer a sua parte com competência, talvez as coisas possam melhorar...

domingo, novembro 19, 2006

Livre... Geremi (!?!) ... golo


Como todos os que seguiam o jogo, Mourinho ficou espantado quando viu Gérémi marcar, de livre directo, o golo que deu a vitória ao Chelsea sobre o West Ham, este sábado.
O treinador português reconheceu a (boa) surpresa, no final do jogo, em declarações reproduzidas pelo site oficial do Chelsea.
Segundo Mourinho, o movimento ensaiado em caso de livres directos era aquele. Três jogadores junto à bola e uma tentativa de distrair a barreira e o guarda-redes adversário. «A decisão sobre quem marca é tomada pelos jogadores, na altura, e tem em conta a exacta posição da bola, a distância da barreira, a posição do guarda-redes e a inspiração de cada um».
Os três jogadores junto à bola eram o melhor marcador da equipa, Drogba, o grande inspirador o ataque, Lampard, e Gérémi, o lateral direito que Mouriho redescobriu recetemente. Face à concorrência, o remate do internacional camaronês só podia ser uma surpresa, que Mourinho comentou com um sorriso: «Nunca pensei que Drogba e Lampard o autorizassem a rematar!».


Uma curiosidade em muitas outras quando o nome em questão é José Mourinho... Quando os jogadores sabem o que fazer, quando fazer... só têem mesmo que decidir entre eles. E muito provavelmente foi o que aconteceu no momento do livre. Drogba e Lampard acharam que Geremi estava em melhores condições, mais confiante...

É preciso saber usar o cérebro dos jogadores...

quarta-feira, novembro 15, 2006

Nuno... sem golos


Portugal ganhou ao Cazaquistão por 3-0... normal. Portugal teve muitas hipóteses para marcar, a maior parte por NunoGomes. Pelo que vi do jogo, o avançado do Benfica falhou muito. É verdade que podía ter feito melhor numas situações, mas noutras teve azar. Tenho que contrariar o comentador da RTP que dizía que não se pode falar em azar em futebol. Pensei pra mim "o que este senhor acabou de afirmar é ridículo". Vamos à essência do futebol... não é um jogo? Qual é o principal factor no jogo? Bem, na minha opinião é o binómio sorte-azar. o que o locutor terá querido dizer é que há outros factores que influenciam os apectos do jogo. Espero eu! Do meu ponto de vista não se pode pensar que aspectos tácticos, físicos técnicos ou psicológicos determinam o resultado positivo ou negativos das acções dos jogadores. Nunca se pode eliminar o azar e a sorte, ainda que a escala de intervenção não seja tão grande como numa roleta russa, por exemplo.

O locutor disse ainda que o facto de Nuno Gomes falhar tantos golos podería comprometer num jogo mais exigente. Há que separar as coisas. Uma coisa é a forma como se encara um jogo contra o Cazaquistão. Outra, bem diferente, é como se encara um jogo contra um Brasil, uma Itália ou uma Argentina. Coisas distintas... sem dúvida. Porque é que não convidam sempre o Luis Freitas Lobo e o Paulo Sousa para os comentários? Esses falam de forma coerente e acima de tudo sabem falar de futebol. Estes pequenos pormenores deixam-me desagradado com a forma que se fala de coisas do futebol... sem pensar.

segunda-feira, novembro 13, 2006

Quando eles sabem que fazem mal... é o melhor!


Estava na minha aula de Didáctica a lutar contra o cansaço para manter algum tipo de concentração ( se é que havia alguma maneira de ainda estar 100% concentrado... ) quando ouvi a professora dizer algo interessante. "O importante é quando eles fazem mal e sabem que o fazem". Num ápice lembrei-me do Lucas, um miúdo que joga nos Infantis do FC Infesta. Ele é muito inteligente, mas não é a inteligência dele que vem ao caso. O episódio que se passou com ele deixou-me meio sem saber como reagir, mas lembro-me de ter reagido. Ficar sem reacção quando se lida com crianças é a pior coisa que pode acontecer, porque eles sentem logo que ali há um impasse... Passo a contar do que é que me lembrei: no final de um treino ( não me lembro o que é que fizemos nesse treino ) eles estavam a jogar, e lembro-me de ter insistido em alguns aspectos com o Luquinhas nesse treino em particular. Chamei-o à parte, conversei com ele, perguntei se ele percebeu... Fiz de tudo! Mas quando surgiu uma situação em que ele podia ter aplicado não o fez. Ía a gritar o nome dele para chamá-lo à atenção, mas nos mili-segundos antes de as minhas cordas vocais começarem a vibrar vi-o virar-se para mim e levantar o braço como que a pedir desculpas por não ter feito o que devería. Fiquei, nas nuvens! Foi um momento que me marcou e sei que nunca me vou esquecer da sensação que tive.
Foi disto que me lembrei...

Objectivos


Quando vivemos uma situação verdadeira que achamos que vale a pena, a primeira coisa na qual pensamos é a definição de objectivos. Curto, médio ou longo prazo? Essa é uma questão que devemos por recorrentemente. Depende da situação, depende das pessoas envolvidas... depende de coisas importantes. Definidos os objectivos, o que se procura é a sua concretização. Procura-se que eles sejam alcançados conforme se propôs no início. Mas há uma coisa que pode retardar ou adiar este processo de definição-concretização de objectivos: a mudança das condições/situações. Pelo simples facto de que os objectivos serem definidos em determinada situação. Se as condições mudam, então os objectivos terão que mudar, dizem. Vai ter que haver uma adaptação à nova condição. Não se pode viver na ilusão de que se vai atingir o objectivo proposto da mesma forma tendo em conta que a situação mudou. E como é que se adapta? Em função da situação. É preciso reflectir sobre a situação particular e procurar "o" caminho para se definirem novos objectivos. Ou novas formas de concretização dos objectivos? Sim, porque os objectivos estão lá. Quando dizemos que sabemos o que queremos, estamos de facto a assumir que temos objectivos claros e ideias bem definidas. Portanto, a questão fundamental será saber encontrar formas alternativas para conseguirmos concretizar os objectivos que estão dentro de nós.

Os meus pensamentos podem ser limitados, mas tento sempre expô-los de forma coerente.

Quería desde já pedir desculpas por algum erro na formatação dos textos, ou na formulação das frases ( palavras separadas por espaços, palavras escritas duas vezes na mesma frase, troca de letras numa palavra, etc )

domingo, novembro 12, 2006

O regresso do génio


O craque voltou a espalhar magia em Camp Nou. Confesso que só vi o fim da primeira parte e a segunda parte do jogo entre o Barça e o Saragoça, mas o Ronaldinho soltou o seu génio na relva do Camp Nou. Ele marcou o primeiro golo fo Barça e depois marcou 0 2-1 de livre directo, descaído para a esquerda, mesmo a jeito. César, o guarda-redes do Saragoça, não estaría é a pensar que aquele maluco, que está sempre a sorrir e que joga de fita vermelha na cabeça, fosse colocar a bola justamente no lado em que o guarda-redes estava. Mas que colocação! Um golo estupendo! E o livre que deu origem ao terceiro golo? Força e colocação no remate de Ronaldinho. Mas este já foi descaído para a direita e foi de mais longe. O facto é que a bola foi à barra, bateu na linha de golo e sobrou para Saviola que só teve que empurrar para o fundo da baliza. Saviola que consegui a expulsão de Gabriel Milito, e que minutos depois sofreu a falta ( discutível! ) que deu origem ao 2-1 do Barça.
Com Gudjohnsen na frente de ataque o Barcelona fica muito estático. É verdade que ganha poder na área, mas perde os movimentos que Eto´o faz tão bem, derivando para a direita e para a esquerda, abrindo espaços para as penetrações dos seus companheiros.
O Barça teve duas contrariedades. As lesões de Messi e Edmilson. Falta saber se eles vão poder estar presentes no próximo jogo dos blaugrana ou não.
Motta foi expulso, mal expulso quanto a mim, porque lances como aqueles acontecem inúmeras vezes devido às disputas de bola. Motta estava a proteger a bola e com o braço tocou em Diego Milito, este não perdeu tempo e refastelou-s eno chão. O curioso é que após o jogo ter reatado houve o tal lance entre Gabriel Milito e Saviola que acabou com a expulsão do defesa Argentino.

No meio disto tudo, o importante é que o génio de Ronaldinho parece que está a soltar-se. E o craque já vai dando esboços de sorriso...

sábado, novembro 11, 2006

Anti-violência


Em vez de estar preocupado com o facto do Benfica ter entrado para o Guiness pelo Benfica ser o clube com o maior número de associados do Mundo, o presidente do Benfica devería olhar para o que se passa dentro do Benfica. Será que ele sabe que há um atleta que veste de águia ao peito, e que é conhecido por "Leão", que agrediu uma mulher no estádio nacional em Lisboa? Por acaso essa mulher é minha tia e só sei desta história, porque aconteceu com ela. Mas pelo que sei, e através do relato de pessoas chegadas à minha tia, e até pelos relatos da minha própria tia, ele já tem antecedentes.
O que devería ser feito já foi feito. O processo já está em tribunal. Só espero que seja feita justiça e que o indivíduo perca a causa. É inconcebível que um matulão do atletismo tenha agredido uma senhora que saiu (como sai todos os sábados) para dar a sua corridinha de fim-de-semana. outra coisa que é inconcebível... é ser atleta e ter uma atitude dessas. Não sei se se pode dizer que essa pessoa é atleta, uma vez que não sabe respeitar os valores do Desporto. Uma pessoa tem que saber estar no Desporto e a violência não está ligada às coisas boas do Desporto. Por mais que haja violência na sociedade, o Desporto deve ser entendido como um mundo à parte. Um mundo no qual as pessoas conseguem superar-se, conseguem ser constantemente melhores. Mas enfim... Senhor presidente, não digo que não seja um feito importantíssimo ter atingido o estatudo de clube com maior número de associados, mas talvez seja interessante saber um pouco mais do que se passa no seio do seu clube.
É lamentável isto acontecer com pessoas ligadas ao Desporto!... Mas só reflecte os males que as pessoas transportam da sociedade. Algo que é puramente errado. O Desporto é uma fuga a tudo que há de mau. Desporto é procurar paz e conforto no desconforto que o suor, portador dos males que saem do corpo, causa.

sexta-feira, novembro 10, 2006

A despedida mais difícil.


25.10.2006 Ontem decidi despedir-me. Pensei, pensei, pensei... e cheguei a uma conclusão. Tenho que fazer o que acho certo. Por mais errado que isso seja para os miúdos, é o que é certo da minha parte. Tenho que respeitar as minhas ideias. Já tínha passado por cima delas por causa dos miúdos, mas a discussão que tive com o coordenador foi a gota de água. Choca-me ver que há pessoas destas no desporto de crianças. Pessoas que transpõe dos adultos para as crianças tudo e mais alguma coisa, pessoas que vêem crianças como adultos em miniatura. Estou triste. Triste porque deixei miúdos que sabem que eu os adoro, triste porque tínha uma boa relação com os pais, triste porque o vice-presidente me deu apoio, porque o meu director me deu apoio, triste pelos elogios e por não continuar a retribuir. Mas eu não faço milagres. E ali estava-me a sentir impotente. Sentía que não estava a extrair todo o potencial daquelas crianças. E o pior de tudo é que sei que se me deixassem, eu fazía isso. Mas na vida não podemos fazer tudo o que queremos. Na vida há coisas injustas. Talvez um dia mais tarde essas mesmas pessoas ponham a mão na consciência... Mas isso talvez não aconteça, porque são mentalidades diferentes e esse tipo de pessoas estão habituadas a ficarem na mesma, a não evoluirem com o passar dos dias, a viver da prática. E as pessoas que rodeiam essas pessoas e que as suportam porque ele traz vitórias de uma forma errada... bem, essas pessoas, por melhores que sejam também estão erradas. Porque as vitórias são diferentes de adultos para crianças. No adulto, se o desporto for de alto rendimento, deve pensar-se no resultado. Na criança, se houver competição, deve-se preocupar com o futuro, ensinando no presente... e não é isso que se está a fazer. Pensa-se no agora, no próximo fim-de-semana, no próximo jogo de uma forma semelhante à que se pensa nos adultos. E isso é errado. Mas a prática demonstra o contrário, não é?...

A pressão do resultado, que não deve existir!


Coimbrões, uma equipa ao nosso nível com quem perdemos por 1-0. Um jogo fraco, com muita pobreza ao nível técnico. Em termos de disposições no terreno as equipas até estiveram bem, mas no que toca à qualidade de apsse, as coisas estiveram pessimas. Os miúdos aguentaram o jogo todo e não "quebraram físicamente". Esforçaram-se, é verdade, mas há jogos em que isso não chega. Eu não posso estar contente com a quantidade de passes falhados. Temos que trabalhar mais qualidade de passe. Temos que incidir mais na técnica. Sem isso eles não vão a lado nenhum no futuro e é aí que queremos chegar. Ao futuro. Não nos devemos preocupar com os resultados desportivos do presente. O que nos deve interessar como treinadores de crianças e jovens é, "quantos dos miúdos que passaram pelas minhas mãos na formação é que estão no alto nível?". Isso é o que realemente importa. Se virmos de outro ponto de vista, pode importar... "quantos dos miúdos que passaram pelas minhas mãos na formação é que estão Homens (mas com H maiúsculo mesmo)".
Eu sei que enquanto estiver no Infesta aqueles miúdos vão aprender qualquer coisa para o futuro... quer seja no futebol, quer seja na vida. Vão aprender, mas pode nãos er o suficiente para ser o complemento de pessoas íntegras! Mas eu faço o meu melhor.

O melhor suplente que alguma vez tivemos no banco
O Ivo começou o jogo no banco. O nosso melhor miúdo começou no banco. Porquê? A resposta é simples. Coerência. Temos que ter princípios orientadores que regem o nosso trabalho. Esses princípios têem que ser a nossa bíblia. Se definimos que quem falta aos treinos sem justificação adequada, não joga de início ou não é convocado, isso tem que ser cumprido. Quer seja o pior ou o melhor miúdo da equipa. Coerência é mais uma coisa que os faz crescer. O Ivo ficou chateado, mas não tenho dúvidas que vais er bom para ele crescer. Espero que ele não fique chateado durante muito tempo comigo. Ser treinador tem estas coisinhas... Temos que gerir as emoções. Ele não sabe o que me custou forçar essa decisão com o treinador principal. Mas se é igual para um tem que ser igual para todos.
Acho que esta foi a maior prova que eu posso ter dado que gosto dele e que quero que ele aprenda a viver. Foi assim que fizeram comigo e é assim que faço com quem mais gosto.

Equipa titular: Bruninho, Hugo, Henrique, Bastos, Carlos, Rodrigues, Lucas (Zé Luis), Rui Malta, João G. (Serginho), Tiago, Flávio (Ivo)
Suplentes: Paulo, Vitor, Zé Luis, Serginho, Ivo, Diogo, Ruben F

rase do dia: "Ó mister, as mães estavam a dizer que o mister se ía embora..." (Rui Malta)

Esperança e o início da saturação


Depois do jogo contra o Varzim:

Ontem, quando voltávamos da Póvoa, fui tendo algumas conversas no autocarro. Conversas normais, nada relacionada com futebol, mas que podem permitir... e permitem mesmo um maior à vontade entre nós. O à vontade tem que ser renovado e foi isso que fiz quando falava com eles. Renovava os laços de amizade, de confiança para eles saberem que preocupo-me com eles. É importante, sem dúvida. Eles gostam de atenção e temos que saber dar a atenção na altura certa para depois termos a atenção deles na altura certa. Isto é um jogo... e é preciso saber sobreviver. Mas felizmente acho que sei, cada vez melhor, como lidar com eles. Isto ganha-se mesmo. Confesso que já tive dias em que achava que tínha perdido capacidades, mas afinal elas ainda cá estão. Só precisavam de ser estimuladas. Com dedicação, espírito de sacrifício, esforço, vontade, paixão, esperança, ambição, trabalho e sonho... muito sonho... as coisas vão acontecendo naturalmente.
"o sonho comanda a vida"... e ninguém me impede de sonhar... trabalhando! Porque é assim que eu acredito em mim.


... E depois da derrota seguinte contra o Boavista:

O jogo contra o Boavista espelhou duas realidades diferentes. Por um lado uma equipa evoluída tacticamente, isto para não falar do aspecto técnico. Por outro lado, a outra equipa, nós... que batalhámos, coreemos muito, mas não conseguimos fazer frente a um Boavista muito organizado e com melhores condições que nós. Um guarda-redes que é o dobro do nosso. Sem exagero. São os efeitos da selecção. Isto faz-me ter a certeza que realemte, o que interessa é o resultado. O que interessa para a maior parte das pessoas, mas não para mim. A mim ninguém muda o pensamento. Posso até deixar passar certas situações, mas estou ali a dizer presente e a tentar faezr qualquer coisa para mudar as coisas. Quantas não foram as vezes que já me apeteceu desistir. Quantas não foram as vezes que os meus colegas já me perguntaram se eu já saí do clube. Mas aí é que está a diferença entre mim e os outros. É que eu tento faezr tudo por aquilo em que acredito. E os sapos que vamos engolindo fazem-nos crescer. Custa engolir certas coisas, mas eu não estou em condições de discutir com o mundo todo. E só não percebe isso quem ainda não dá treinos. Como diz uma professora minha, "todo o burro come palha, é preciso é saber dar". E é isso que eu vou fazer. Vou dar a palha aos burrinhos que estão à minha volta e que acham que sabem tudo sobre treino de crianças e jovens. Vamos indo e vamos vendo, com muita paciência.
No próximo treino, vamos deixar o campo pelado e vamos fazer "treino de força"... com miúdos de doze anos. Esse é um sapo grande que tenho que engolir. Mas o director está sempre a dizer para eu ter calma e para ir engolindo os sapos que algum dia as coisas vão mudar... Só dá para ir vendo mesmo.

O jogo contra o Varzim


Foi o melhor jogo que vi em termos colectivos. Sem dúvida alguma. Perdemos, é verdade, mas fomos uma verdadeira equipa. Não espanta que o staff do Varzim tenha dito que esta foi a equipa que se bateu melhor contra eles. Jogámos como equipa, cada jogador tínha na cabeça que precisava de ajudar o colega mais próximo e assim fomos vendo que as coisas estão a entrar na cabeça deles. Temos que continuar com este trabalho. Estamos no bom caminho.
Na primeira parte mandámos uma bola ao poste numa jogada brilhante do Tiago. Fenomenal mesmo! Fomos para o intervalo com uma desvantagem de um golo (2-1). No balneário disse ao Lucas que ele não pode fazer passes de costas para a baliza adversária sem olhar. Disse para ele pisar a bola, por a mão no adversário, olhara para trás e dizer "espera aí pá, deixa-me jogar!" e disse pa ele passar a bola para trás e não para a frente. Eles riram-se e ficaram espevitados. Entraram com uma boa atitude. Empatámos, mandámos uma bola ao poste e depois perdemos o controle do meio-campo e fomos sendo empurrados para a nossa área. É preciso dizer que o Varzim tem jogadores de elevada técnica. E nós só podíamos ganhar o jogo pelo conjunto, mas mesmo assim não fomos suficientemente bons. Ainda não está na altura. Acontece.
O momento do jogo foi a substituição do guarda-redes ao intervalo. Não porque o que entrou na segunda parte tenha estado mal, mas porque o nosso guarda-redes que entrou de início estava lesionado e isso deixou-nos apenas uma última substituição para o restod asegunda parte. O empate durou até aos 26 minutos da segunda parte. Aí cedemos. Os dois médios da base do triângulo subiram, não recuperaram e nós sofremos. a bc do futebol. Mais simples que isto é impossível. Mas não culpámos, nem vamos culpar ninguém, porque acima de tudo eles fizeram um jogo fantástico como equipa. O melhor que eu já vi... repito, o melhor que eu já vi deles.
Vê-los a jogar como jogaram hoje é tudo o que eu quero. É a maneira que gosto de ver uma equipa a jogar. Cometemos erros, normais nestas idades, perdemos porque eles ficaram mesmo muito cansados e eu já estava a prever que aquilo iría acontecer. Eles ficaram desolados, mas com os elogios lá melhoraram o humor. Eles estão a perceber que se continuarem assim podem jogar de igual para igual com as outras equipas.

Equipa titular: Bruninho (Paulo), Tiago, Henrique, Bastos, Carlos (João), Rodrigues, Hugo, Lucas, Bruno, Serginho (Zé Luis), Flávio
Suplentes: Paulo, João, João Carlos, João, Maikel, Leonel, Zé Luis
Golos: Flávio (primeira parte) e Bruno (segunda parte)

Frase do dia (pai do Rodrigues): "Eu achei que eles fossem lá apanhar nove...". Isto mostra mostra como as coisas correm bem... agora!

O jogo contra o Senhora da Hora

O jogo chegou ao intervalo com 0-2. Estavamos a jogar em casa e a perder por dois golos. O nosso jogo não existía. Estavamos a jogar o jogo do adversário. Limitavamos a cabecear as bolas bombeadas pela equipa adversária. Muita disputa de bola, muitas perdas de bola, alguma falta de confiança nos vários "eus" que estavam em campo. Não estava a reconhecer aquela equipa. Não estavam mesmo. Com a chegada do intervalo comecei a falar no balneário. Disse basicamente o que acabei de escrever aqui. Acrescentei apenas que eles não eram mais que nós e que não mereceiam estar a ganhar por dois golos (o 2º golo foi auto-golo depois de um canto... azar... acontece). Mas não estavamos a circular a bola como sabemos. Não estavamos a por o nosso jogo em prática. O meio-campo estava permeável. Estavamos vulneráveis, mas entramos melhor para a segunda parte e jogamos com mais agressividade. Até aos vinte minutos da segunda parte ainda perdíamos por dois golos. Tivemos oportunidades para marcar mas não o fizemos. Até que houve um lance em que o Ivo foi derrubado pelo guarda-redes depois de se ter isolado. Penalti e golo do Ivo. A partir daí eles voltaram a acreditar que era possível. Depois veio o segundo golo já nos minutos de descontos. Os miúdos esforçaram-se e acordaram para o jogo depois do primeiro golo marcado, mas pelo que "não fizemos" na primeira parte não merecíamos este resultado. Gostava de frizar que a outra equipa não é superior a nós e que daqui a uns anos não vai ter miúdos que joguem bem daqui a uns anos. Nós vamos ter mais, porque nós apostamos na coerência, apostamos na construção de ideias que devem ser mantidas. E não apostamos em matulões. Mais importante que o resultado são as vivências de cada criança em campo. E isso pode dar resultados muito bons no futuro. Disso não tenho a mais pequena dúvida.

Resultado: 2-2
Equipa titular: Bruninho, Tiago, Bastos, Henrique, Carlos, Rodrigues, Hugo, Bruno, Lucas, Serginho, Ivo
Suplentes: Paulo, João Carlos, Leonel, Flávio (entrou na primeira parte), João, Zé Luis (entrou na primeira parte), João (entrou na segunda parte)
Melhor em campo: Ivo
Mais esforçado: Tiago

Conversa importante

5ª, 27.09.2006

Bernardo: Xau mister.
Eu: Não vais tomar banho aqui?
B: Não, o balneário tá muito cheio... (o aperto de mão prolongou-se por uns instantes com um sorriso malandro)
E: Quero falar contigo.
B: Espere aí, vou só ao balneário. (já no balneário)
E: Bernardo, anda cá. Entra aí no balneário dos treinadores. ... Eu quero falar contigo, porque tu tás sempre a brincar. (um sorriso dele) Tu jogas bem e e sabes disso e sei que também sabes que não jogas porque tás sempre na brincadeira, não sabes?
B: Sei mister.
E: Tás com algum problema em casa, na escola?...
B: Não.
E: Então? O que é que se passa? Tu também és assim na escola?
B: Não tanto...
E: Então?
B: Mas eu gosto de muito brincar... E: Bernardo, mas tu tens que perceber que não vens aqui para brincar. Há momentos para tudo. Tu vens aqui para aprender a jogar futebol e tens que perceber que a partir do momento que entras no balneário a brincadeira acaba. Quando brinco com vocês é para brincar, mas quando é para fazer as coisas a sério, é para fazer a sério, sem brincadeiras e com vontade de fazer bem. (ele começou a fungar um pouco)
E: Tu só não jogas porque não queres Bernardo. Isto é uma maneira de nós fazermos com que te esforces mais. Porque nós gostávamos de contar contigo. Só que tu tás sempre a brincar... Se eu não gostasse de ti ou se não acreditasse em ti, não estava a ter esta conversa contigo. E ainda tenho que falar com mais alguns... com o Cris que tá sempre a brincar contigo por exemplo... (ele continuou a fungar e a olhar pra baixo). Bernardo, sabes que podes contar sempre comigo para o que precisares. É só vires ter comigo, ou se estiveres em casa é só mandares mensagem... tens o meu número. Tá bem? (uma festa na cabeça). Vá, pensa nisso!

Moral da história... é preciso saber falar com crianças. Agora é só esperar pelo efeito da conversa. Sempre incentivando...

O início do bom momento que durou pouco...

24.09.2006, Sábado

O relógio marcava oito minutos e doze segundos da primeira parte... Foi o momento do nosso primeiro golo. A emoção foi tanta que nem fixei quem o marcou (acho que foi o Ivo). Mas estranhamente fiquei quieto enquanto o turbilhão de euforia se manifestava dentro de mim. O trabalho realizado nas duas semanas que passaram estava finalmente a dar resultados. Depois do golo chamei o Hugo, um dos miúdos que joga no meio-campo e fiz questão de dizer para ele ter atenção às "protecções" (coberturas defensivas) e disse que ainda nada estava ganho. Pois de seguida passamos por alguns calafrios e virei-me para o Bruno, que estava a ver o jogo ao meu lado porque está lesionado, e disse: "sabes qual é o vosso problema? É que vocês não estão habituados a ganhar". Não tive medo das minhas palavras, porque é um facto e expliquei porquê. Porque é normal, mas temos que mudar isso. Eles têm que se habituar a ganhar e a saber reagir bem quando estão em vantagem. Passamos por calafrios mas tivemos um gigante de um metro e trinta (mais ou menos) na baliza... Grande Bruninho. O fim da primeira parte foi a altura mais complicada de todo o jogo para nós. Com o intervalo corrigimos algumas coisas e recuperámos um miúdo que não estava em campo. O Henrique respondeu mal ao treinador principal, mas eu chamei a atenção dele. Falei amigavelmente com ele, como faço sempre com todos e disse-lhe que ele pode sempre contar comigo para o que precisar. Falhou alguns lances na segunda parte, mas parecía outra pessoa dentro do campo. Jogava com raça! O facto de ter visto o outro central a aquecer também pode ter suscitado esse sentimento de raiva dentro dele. Acabou por ser substituído, mas estve muito bem. Eu quería tirá-lo ao intervalo, mas o treinador principal achou melhor não. Depois ele quis tirá-lo a meio da segunda parte e eu disse para ele esperar mais um minuto. Acertámos os dois em diferentes alturas. O nosso segundo golo foi de bola parada. Eu dizía baixinho "marca directo Rodrigues, marca directo"! E foi! Grande golo! 2-0.
Depois sofremos um golo e por momentos senti que os miúdos porderíam quebrar, mas incentiveio-os imediatamente. Aplaudi a grande defesa do Bruninho. Que gigante! Mas não pode fazer mais... 2-1. Mas eles não quebraram. Contra-ataque e o Flávio aproveitou o facto de o guarda-redes do Vilanovense estar muito mal colocado e fez o 3-1. Eu gritei "Gooooolooo Fodasse Caraaaalho" com dois miúdos da equipa ao meu lado. Não me contive. Sabía que ali, naquele momento... tínhamos acabado de ganhar o jogo. E foi. Mas antes disso... o melhor golo do jogo... do Ivo. 4-1, resultado final.
O trabalho efectuado nos treinos foi recompensado. E segunda-feira começa mais uma semana de treino, mais uma semana a insistir com eles nas mesmas coisas e talvez... integrando algumas coisas novas. Quem sabe?

É gratificante! Ninguém se tem esforçado tanto por estes miúdos como eu. Sem querer relegar o treinador principal para segundo plano... Eu sei muito bem o lugar que ocupo e sei a importância que tenho ali e não tenho medo nenhum em dizer que se não estivesse ali... aquilo sería apenas uma equipa que tínha com objectivo jogar à bola... Foi o primeiro jogo que fizemos com o sistema 1-4-2-3-1. E foi nesse sistema que ganhámos 4-1. Agora, não me espantaría nada que na segunda-feira o coordenador vá ao balneário colher os louros da vitória. É preciso muito estofo. Mas eu tenho arcaboiço suficiente para aguentar!
Parabéns miúdos! E parabéns Serginho... tu que fizeste anos e fizeste um belo jogo.

Equipa titular: Bruninho, Tiago, Henrique, Bastos, Carlos, Rodrigues, Hugo, Ivo, Lucas, Serginho e Fávio.
Suplentes: Rui, Nuno, Bernardo, Diogo (entro na segunda parte), Zé Luis (entrou na segunda parte), Maikel
Melhor em campo: Bruninho
Mais esforçado: Rodrigues

Infantis 2006/2007 - FC Infesta [episódio 2]


21.09.2006, treino de Quinta-Feira

Desautorização do departamento médico.
Foi este o episódio do treino de Quinta (ontem). O coordenador do futebol Juvenil, o mesmo que divide o campo em dois lados, "esquerdo e direito", em vez de o dividir pelas linhas que é assim que o campo é dividido... e é dividido a meio pela linha de meio campo. Se as linhas estão lá, para alguma coisa será, não? Julgo que sim. Ou então em corredores... central e laterais... não? Mas como escrevía, esse coordenador, veio ter comigo e disse que o Bruno estava operacional. Isto quando eu já sabía, porque falei com o massagista logo depois do treino de Terça ter acabado, que o Bruno estava com uma inflamação nos adutores da coxa direita. Nos clubes ou em qualquer instituição as coisas funcionam, ou devem funcionar, de forma muito simples. Todas as pessoas dão o seu contributo na área que entendem. Numa escola por exemplo, o professor de filosofia não se deve meter no trabalho do professor de matemática. E o coordenador de determinado gabinete na escola não se deve meter no trabalho dos outros professores a menos que haja razões para isso. Uma coisa é coordenar, outra, bem diferente, é querer mandar em tudo. Eu tenho coragem para assumir que o Bruno não foi convocado para o jogo com o Vilanovense, porque não pode jogar. Não está em condições. Assumo essa responsabilidade, venha quem vier. Mas o senhor coordenador veio falar comigo e disse que o Bruno não tínha nada, que o massagista não sabía nada e que eu percebía mais daquilo que o massagista. Vamos lá ver as coisas com coerência! Eu não sou fisioterapeuta nem massagista. O coordenador é que não percebe nada ao dizer que eu percebo mais que o massagista. Isso é um insulto ao massagista e se me fizessem isso ponderaría ir-me embora. Mas aqui jogam diversos factores, como por exemplo necessidade de ter emprego e de receber algum dinheiro ao fim do mês, ou um gosto acima do normal pela modalidade e pelo contacto com os atletas (ou com as crianças no meu caso... Infantis não são atletas, são crianças que estão a aprender a jogar futebol). Eu respeito as outras pessoas e tento ser o mais correcto possível com todas as pessoas que me rodeiam. Espero que façam o mesmo, não só comigo, mas com os outros. Por acaso passou-me completamente, mas tenho que falar com o massagista e esclarecer a situação. Dizer que tenho consideração pelo seu trabalho. Aquele clube é gerido por gente que não tem nada na cabeça... Como eu gostava de continuar a transmitir o pouco que sei a estes miúdos e a acompanhar a evolução deles... mas nunca se sabe o que pode acontecer...

Infantis 2006/2007 - FC Infesta [episódio 1]


18.09.2006, 3ª feira

Eu tínha as coisas planeadas mas o coordenador quis explicar algumas coisass aos miudos... no seu estilo muito particular. O que ele fez foi literalmente meter-se no nosso trabalho só porque eles perderam 4-0. Como se o resultado fosse o mais importante. Nunca se pode pedir resultados a crianças tão novas. Não se deve pressioná-las com a obtenção de resultados. Deve insistir-se na formação fundamentalmente como pessoas e corporalmente... dando sempre conceitos de futebol claro. Mas quantos daqueles miudos vão ser jogadores de futebol? Um número ínfimo... Não gostei da forma como o coordenador falou com eles... mas pior foi a atitude deles... como se nós nunca tivessemos falado das coisas que ele falou lá. E coincidência das coincidências... O que ele estava a falar tínha eu nas folhas e ía falar com eles. Eu nem sabía que ele ía querer abordar aquilo. Mas já tínha falado na mudança de táctica com o treinador principal e ele concordou... Enfim. Fiquei triste no momento, mas também tenho que compreender que eles são muito novos para estas coisas. Só que no momento senti-me como se não estivesse lá a fazer nada. O outro a falar de coisas com as quais eu estou sempre a insistir com eles e eles a dizerem que nunca ouviram falar naquilo... Tínha planeado um treino virado para aspectos coordenativos e velocidade. Fui muito mais rigoroso com eles. De cara feia... ainda mandei um miudo para o balneário tomar banho porque não estava a fazer o exercício como devia. E ainda perguntei se mais alguém quería ir. É uma atitude discutível, mas não o será se disser que estamos a trabalhar com um grupo de aproximadamente 32 e onde só deveríam estar cerca de 24. A diferença é significativa... Amanhã é outro dia e cada vez mais sinto que eles me respeitam mais. No ano passado brinquei demais com eles. Este ano estou a levar isto mais a sério. Penso mais nos treinos, organizo os exercícios ao pormenor e como tal não quero que eles falhem... mesmo sabendo que eles vão falhar... Mas é assim... temos que ser exigentes com eles!

quinta-feira, novembro 09, 2006

Método de Coerver


Metodologia de treino Coerver®

1 • Ball Mastery Exercícios em que cada jogador trabalha individualmente com a bola, usando repetições com os dois pés.
2 • Receiving and Passing Exercícios para melhorar o primeiro toque, encorajando e ensinando passes arriscados e criativos.
3 • Moves (1v1) Exercícios e jogos para ensinar movimentações individuais para criar espaço em relação às defesas contrárias.
4 • Speed Exercícios e jogos que permitem melhorar a aceleração, as corridas com e sem bola, bem como a mudança de direcção.
5 • Finishing Exercícios e jogos para ensinar técnicas e encorajar o remate instintivo.
6 • Group Play Exercícios e jogos para melhorar as combinações entre pequenos grupos com ênfase no contra-ataque rápido.

O primeiro bloco (Ball Mastery) é a base do desenvolvimento do jogador e é essencial para o progresso dos outros blocos. No entanto, esta pirâmide não pode ser entendida duma forma estanque, isto é, cada nível não deve ser trabalhado ao máximo de forma a trabalhar-se o nível seguinte. Em vez disso, o progresso do jogador deve ser conseguido à medida que as capacidades e as técnicas descritas em cada bloco se tornarem progressivamente mais fortes. A metodologia de treino Coerver® é recomendada por grandes individualidades do mundo do futebol, sendo a seguir apresentadas algumas das suas opiniões:
• Arsene Wenger, treinador do Arsenal " É essencial que os jovens jogadores com menos de 15 anos usufruam das melhores metodologias disponíveis de forma a desenvolvermos jogadores de elevado nível no futuro. Neste sentido, eu admiro a metodologia Coerver®, pois é original e a sua ênfase é feita na melhoria das capacidades individuais como base para ensinar os jovens jogadores é, na minha opinião, correcta. É uma componente importante no desenvolvimento do futebol nos jovens do Arsenal. "
• Franz Beckenbauer, campeão do mundo pela Alemanha " Eu aprecio muito a metodologia Coerver®, pois é muito orientada para a melhoria das capacidades técnicas. Treinar as capacidades técnicas e os jogos que são usadas nesta metodologia é para os jovens jogadores a chave para se tornarem jogadores de futebol com muito valor. "
• Aime Jacquet, treinador da selecção Francesa campeã do mundo em 1998 "Eu acredito que os jovens que usufruem nos seus treinos desta metodologia beneficiam de um dos métodos de treino líder em termos mundiais, tendo inclusivamente ajudado o futebol Francês a ter mais sucesso."
• Roberto Rivelino, campeão do mundo pelo Brasil " Qualquer jogador jovem a partir dos 8 anos devia evoluir no futebol com este tipo de abordagem. Eu estou plenamente convencido do valor desta metodologia. "
• Juergen Klinsman, campeão do mundo pela Alemanha " Eu certamente que usufrui em algumas situações deste tipo de metodologia quando era jovem... e certamente que me tornou um jogador melhor. "
• Osvaldo Ardiles, campeão do mundo pela Argentina " Esta metodologia é fantástica... podendo melhorar toda uma geração de futuros jogadores "
• Gerard Houllier, director da federação francesa de futebol em 1998 " O aspecto mais importante na aprendizagem de jogadores jovens é a técnica... e seguindo esta prioridade certamente ajudou a que a França se tornasse campeã do mundo. Nós usamos e continuamos a usar esta metodologia para ajudar os jovens jogadores de futebol na França. " . . .

Dá que pensar não dá? Houllier campeão de França pelo Lyon, já treinou o Liverpool. Klinsmann terceiro classificado no Mundial de 2006 pela Alemanha. Aime Jacquet campeão do Mundo pela França em 1998. Arsene Wenger, um dos melhores formadores do mundo e campeão pelo Arsenal, finalisata da Champions no ano passado... Eles pensam assim... Contra factos não há argumentos. Era disto que ía falar na reunião de hoje... que ía haver, mas já não há. Paciência...

quarta-feira, novembro 08, 2006

Motivos pessoais...


Era segunda-feira e o Carlos Carvalhal apareceu lá na minha faculdade. Já não ía lá quase desde que tínha sido apontado como treinador do Braga. Esteve lá na faculdade a conversar com o professor Vítor Frade, que no próximo semestre será meu professor de metodologia de futebol. No dia seguinte já vínha nos jornais que ele tínha posto o lugar à disposição e agora já não é mais treinador do Braga. Ele alegou motivos pessoais. Penso que se deve respeitar a sua decisão. O que achei mais interessante no meio disto tudo foi ele ter ido falar com o professor. Ele fala muito com o professor. Já chegou a passar dias e dias lá na faculdade. Eu tento sempre ouvir alguma coisa para ver se aprendo alguma coisa. Qualquer palavra que saia da boca desse professor é obra de arte. Ele é um sábio. Nunca conheci uma pessoa assim. E nem o conheço direito. Mas sei qual é a imagem dele e já tive uma breve conversa com ele quando decidi que ía deixar o Infesta. Foi ele que me ajudou a tirar o peso na consciência que eu tínha antes de sair.Quais as razões que levaram à saída de Carvalhal? Não interessa agora. O facto é que ele saiu. É uma pena, porque acho que ele podía fazer um bom trabalho no Braga...

O losango de Fernando Santos


Começo a gostar de ver o Benfica a jogar. Quando Fernando Santos foi apontado como treinador do Benfica fiquei muito receptivo e, por vezes, até pensei que ele não se aguentasse até Dezembro, mas a verdade é que o homem apostou num estilo de jogo no início da época que não deu efeito nenhum e que agora está a dar efeito. Como é que ele conseguiu isso? Teve que aguentar a crítica de tudo e de todos. Teve que usar meios alternativos para ir ganhando tempo e para ir treinando a sua forma de jogar. Mérito para ele. Ainda não ganhou nada, é verdade, mas já se nota que a equipa está a jogar bem no modelo que ele sempre quis implementar. Digam o que disserem, pensem o que quiserem, o homem está a melhorar o futebol do Benfica e já se começam a ver bons resultados. Aquele losango do meio campo com Petit a ser o jogador mais recuado, Katsouranis em linha com Nuno Assis e Simão na frente está a funcionar bem. Para mim, a chave está em Nuno Assis que está a fazer muito Bem as transições. Também não se pode esquecer que isso é possível porque dois dos jogadores do losango têem características defensivas, casos de Katsouranis e Petit. O grego é muito forte na disputa de bola e tem marcado golos. Se juntarmos a melhoria gradual de Simão, pode ser que o Benfica atravesse um grande momento. Para mim, a chave do sucesso do Benfica está no losango, mas as boas prestações de alguns jogadores como Nélson, Luisão, Ricardo Rocha, Léo, Miccoli e até Nuno Gomes e Karyaka têem ajudado e muito. A equipa está simplesmente bem.

terça-feira, novembro 07, 2006

Apresentação


Uma breve nota introdutória: sou aluno ( 3º ano - opção de futebol ) da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto e decidi começar a expor as minhas ideias aqui nesta nova página.Tenho as minhas ideias sobre o futebol. Ideias sobre como se devem fazer as coisas. Admito que n ão seja o único caminho para se atingirem resultados positivos. Quem pensar que tudo sabe nada sabe. Uma pequena adaptação daquela grande frase de Sócrates, "só sei que nada sei".É preciso saber estar no mundo. É preciso saber olhar para as coisas que nos rodeiam e admitir que podem haver outros caminhos. Mas é legítimo que discordemos de certas e determinadas situações. Principalmente quando há coisas que vão contra os nossos princípios, contra as coisas nas quais acreditamos serem certas.Por isso venho expor aqui as minhas ideias. Porque também gosto de confrontar a minha opinião com a dos outros. Aceito sempre as outras opiniões. Agora, se concordo ou discordo... Bem, isso já é outra questão...A ideia deste blog é, também, transmitir um bocado da minha experiência de vida. Certamente que ainda é escassa para o que pretendo, mas já é qualquer coisa... É a minha vida.