sábado, outubro 27, 2007

Grande golo!


penso que o Sporting fez um grande negócio, quiçá o melhor de sempre ao vender Nani pelos valores que a transferência envolveu. Isto porque penso que Nani tem potencial, mas não é um fora de série. Posso até estar enganado, mas tenho as minhas dúvidas quanto ao facto de o Nani conseguir afirmar-se já esta época no Manchester.

Enquanto vía e revía o grande golo do Nani hoje contra o Aston Villa, pensava nas palavras supracitadas. Estas foram palavras minhas aquando das contratações de Nani e Anderson para o Man Utd. De facto, acreditava que o Nani podería demorar alguns meses a adaptar-se ao ambiente em Inglaterra e que o Anderson se fosse adaptar mais rápido. Era uma convicção pessoal. Mas estava enganado. Pelo menos em relação ao Nani. E como me enganei. Teve um grande início de época e agora dá continuidade aos bons desempenhos de forma regular. Tacticamente nota-se que cresceu. Está mais jogador de equipa e, estranhamente para mim, um dos melhores jogadores do Manchester. Tanto ele como os jovens jogadores que vão para o Manchester crescem. Depois dependerá do potencial de cada um, porque uns crescem mais que outros. Mas para que isso aconteça, o processo de treino só pode ser de qualidade. Não encontro outra explicação. E para que o processo seja de qualidade, tudo que gira à volta deve ser propício ao desenvolvimento dos jogadores. A qualidade deve ir desde o staff à família e aos amigos... à vida do jogador e tudo que a possa influenciar.

Sprinter olímpico AJUDA ( ? ) Shevchenko



"Sprinter olímpico ajuda Shevchenko

O Chelsea decidiu contratar o campeão olímpico dos 200 metros, Darren Campbell, para ajudar a melhorar a condição física do internacional ucraniano Shevchenko.
Segundo revela o quotidiano inglês The Independent, os responsáveis do Chelsea querem ajudar Shevchenko a melhorar substancialmente a sua condição física e para isso acontecer garantiram a contratação de um preparado físico especial. O sprinter britânico Darren Campbell, medalha de prata nos 200 metros em Sydney2000."

fonte: abola

Por que razão é que Shevchenko não renderá em campo? Será por não correr ou por correr pouco? Lembro-me do Shevchenko do Milan ou até mesmo do Dinamo de Kiev que jogava muito bem e não precisava de bater recordes dos 200 m para marcar golos fantásticos. Jogava muito à base de mudanças de velocidade repentinas enganando os seus adversários, chegando muitas vezes primeiro à bola que os adversários. Será que o Darren Campbell vai ajudar Shevchenko a pensar mais rápido, a ler o jogo?
No Chelsea Shevchenko não chegou a fazer o que fazía no Milan, por exemplo, com a regularidade que o fazía! É um facto. Mas terá ele deixado de saber jogar futebol? Terá ele perdido as suas qualidades? Ou não se terá adaptado à forma de jogar do Chelsea? Ou não estará motivado para jogar? Ou não terá tido tempo suficiente e de forma regular para se poder adaptar ao futebol inglês? Ou... Ou... Ou...
Veremos se o treino analítico resultará alguma coisa nos desempenhos de Shevchenko. Ou veremos se ele irá começar a jogar mais vezes e mais tempo. Veremos...

sábado, outubro 20, 2007

Treinar a competir


A competição deve fazer parte do treino e como tal deve ser o ponto de partida de todas as precauções tendo em vista a melhoria dos desempenhos. A estrutura da actividade de competição é importante na medida em que determina todo o conteúdo do treino e estruturação dos processos de adaptabilidade do jogador. É de facto importante que se aproxime competição e treino na medida em que o jogador deve treinar para a competição, mas acima de tudo treinar em competição. O jogador deve perceber o que pode encontrar na competição, no treino. Toda a aleatoriedade do jogo é importante no treino para que os jogadores sejam confrontados com diversas situações inesperadas e para as quais têm que encontrar a solução adequada.É muito importante que se trabalhe com qualidade e que a quantidade não seja um aspecto central.

Fernando Belluschi


Idade: 24 anos

O primeiro torneio da época [EFHG]


Decorreu hoje o primeiro torneio da época desportiva organizado pela Escola de Futebol Hernâni Gonçalves, que contou com a partição de cerca de 50 equipas dos escalões de formação ( bambis, pré-escolas, escolas, infantis e iniciados - com os respectivos ajustes em termos de dimensão dos campos e balizas e número de jogadores tendo em conta o o grupo no qual os miúdos estão inseridos) de Boavista, Salgueiros e Ribeirão. Um momento de competição, logo importante no percurso dos jovens que se juntaram hoje. Tudo no regulamento ía de encontro a dois aspectos: deixar jogar os miúdos ( uma vez que não houve grande preocupação com a arbitragem ) e manter um certo equilíbrio entre as equipas de modo a que o jogo não fosse demasiado fácil para uma equipa e nem demasiado complicado para outra equipa. Neste contexto, quando a vantagem fosse muito dilatada ( 4 golos de diferença ), a equipa em desvantagem colocaría mais um jogador em campo. Se a vantagem fosse de 6 golos, a equipa podería colocar mais um elemento. Se encurtasse a vantagem para dois golos retiraría um jogador e se encurtasse para quatro golos retiraría outro jogador.

Foi uma primeira experiência que tive num contexto com organização e com ideais que se adequam aos meus. Não houve uma preocupação doentia com aspectos tácticos nem com o resultado. Apenas era importante que os miúdos cumprissem com os aspectos focados nos treinos. Só com esses aspectos é que faz sentido que nos preocupemos nos jogos. É importante ter em conta que o processo é contínuo e que envolve aquisições e sedimentações contínuas, logo torna-se pertinente saber com o que nos preocupamos e quando nos preocupamos.

Colhi alguns frutos hoje, frutos esses que se prendem com os comportamentos que espero por parte dos miúdos, mas sei que é importante continuar a insistir em alguns aspectos que estão menos bem nalguns casos. Acredito que as coisas nunca correm 100% bem. Há sempre coisas que correm menos bem e é preciso estar atento a elas para melhorá-las posteriormente nos treinos.

sexta-feira, outubro 19, 2007

A bola deve ser um prolongamento do corpo... desde cedo!


Já é sabido que o Futebol é uma modalidade contra-natura. O que é pedido no Futebol, a relação olho-pé, estando sempre concentrado no que se passa no jogo, é o oposto do que a hominização nos forneceu, mais apetência para a relação olho-mão. Mas é preciso que haja familiarização com o objecto de jogo e quanto mais a bola fizer parte do corpo, tanto melhor. Pode-se usar o termo especificidade precoce, na medida em que é procurando que se descobre e é isso que se pretende com um contacto desde cedo com o objecto de jogo: aprender tudo aquilo que se possa fazer com a bola, não retirar criatividade, nem a possibilidade de tocar na bola com qualquer parte do corpo. Mas isto adquire-se fundamentalmente no Futebol de rua, e mais tarde não se nota no plano macro, mas sim no plano micro, no plano do detalhe. Quando há uma bola que vem em condições muito complicadas para dominar e o Essien domina como se nada fosse, quando o Robben corre e parece que a bola tem cola e não sai do seu pé, quando o Drogba recebe a bola de peito e pára nos seus pés, quando Drogba recebe a bola e passa de peito, quando Ibrahimovic ou Ronaldinho tocam na bola...

A importância da rua na formação


Penso que a rua é o verdadeiro campo de treino dos jogadores, de evolução dos jogadores. Hoje em dia o Futebol de rua já não é o que era. Eu não vejo assim tantas crianças a jogarem na rua, como por exemplo eu joguei. Chutar latas, bolas feitas a partir de aglomedos de papel, jogar 5x5, 4x5, 6x6, 5x6... Não vejo isso acontecer e também não vejo alegria. A competição no Futebol de rua é tão intensa que ninguém quer perder e quando se perde fica-se zangado porque se perdeu. Que não se duvide que o Futebol de rua é a escola de muitos jogadores. É aí, na rua, que se tem que fintar os buracos, acalmar a bola que vem turbulenta... e é na rua que se começa a criar, criar depois de ver os mais velhos fazerem algo que é bonito, algo que dá resultado. Quer seja uma finta ou um malabarismo. Penso que essa magia, essa fantasia é importante para o desenvolvimento posterior como jogador de Futebol. Não se pode levar a rua para o campo relvado onde se treina, contudo penso que se podem alterar as condições de realização do treino. Se se diz que se atribui importância ao Futebol de rua por que não fazer esse Futebol no treino? Como? Cada um deve procurar as suas próprias respostas.