segunda-feira, dezembro 25, 2006

"viver fora torna-nos diferentes"


"Se me perguntasse há cinco ou seis anos se eu queria que as outras equipas portuguesas ganhassem nas competições europeias, respondia-lhe que me estava nas tintas. Se estivesse no Benfica, não queria saber se o FC Porto ganhava ou não; e se estivesse no FC Porto também não queria saber do que sucedia ao Benfica. Agora encontramo-nos numa situação em que todos queremos que o FC Porto, o Benfica e o Sporting ganhem. Viver fora torna-nos diferentes." , in Mourinho a "o Jogo"


É um exemplo positivo. Ter uma pessoa como José Mourinho a dizer uma coisa destas. Ele pode influenciar os pensamentos de muitas pessoas e sabe disso. Penso que deveríam haver mais pessoas a tornar este tipo de questões públicas, falar mais sobre elas. Porque do meu ponto de vista, antes de sermos do clube A, B ou C somos de uma Nação. No meu caso até tenho duas... e uma terceira por afecto.

É mesmo isso. "Viver fora torna-nos diferentes". Ficamos cidadãos do Mundo. Se nunca sairmos daquele raio limitador, nunca saberemos o máximo que poderemos ter. Esse máximo é importante para balizarmos as nossas prioridades.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

"sistema de jogo está englobado no modelo de jogo"


"A táctica ou sistema é apenas um desenho que se escolhe para uma equipa, de modo a que, a partir desse facto, [ela] seja erguida".


"O modelo de jogo é algo que construímos em função dos clubes que treinamos, da ideia de jogo que defendemos, do entendimento que existe do jogo, da cultura do clube, história e objectivos que tem, e o factor mais importante são as características dos jogadores, pois é com eles que vamos trabalhar".


"Em primeiro lugar, adapto o modelo aos jogadores; depois, procuro os jogadores para o modelo; e, depois sim, potencio os jogadores dentro desse modelo de jogo que defendo."


Frases de Paulo Bento, ontem, nas primeiras jornadas técnicas de futebol subordinadas ao tema "Estratega – o meu modelo de jogo".

Pequenas coisas como estas podem esclarecer muitas pessoas que acham que têem um modelo de jogo que é o 1-4-3-3, por exemplo. Isso não é o modelo. O modelo é o conjunto de princípios, sub-princípios e sub-princípios dos sub-princípios que o treinador quer para a sua equipa. O modelo de jogo é a forma que o treinador quer que a equipa jogue.

Pode também esclarecer aqueles que ainda nem começaram as suas carreiras e que pensam já ter um modelo definido. O modelo leva anos a construir... e nunca fica pronto. Está sempre sujeito a mudanças e constantes aperfeiçoamentos.

terça-feira, dezembro 19, 2006

Vai de mal a pior...


Norton de matos, mais um treinador despedido no processo de crise do Vitória de Guimarães. Este é apenas um caso em muitos outros que ocorrem com frequência no mundo do Futebol, mais concretamente no Português. Mas este caso chama-me particular atenção devido à história do Vitória e ao número de adeptos que o clube tem. Hoje em dia torna-se cada vez mais difícil manter um treinador num clube, devido às pressões externas que são exercidas. Senão vejamos, a Segunda Liga de Portugal é um campeonato extremamente competitiva, onde regra geral, os clubes que sobem são conhecidos na última jornada do campeonato. Mas não há paciência, porque pretendem-se resultados imediatos. A mentalidade é a de fazer tudo bem feito sem ter tempo para trabalhar. Essa ideia está, do meu ponto de vista, errada. Tudo bem que se está a falar de rendimento, mas é preciso tempo para que os resultados apareçam. Não se deve pensar que o treinador faz milagres, porque não faz. Se há uma coisa que um treinador de futebol precisa é de estabilidade e, por exemplo, Norton de Matos nunca teve essa estabilidade. E uma das razões são as pressões externas ( adeptos, imprensa, etc ). As pessoas pensam que só porque o Vitória tem a história que tem vai acabar em primeira lugar do campeonato da Segunda Liga. Errado! Há que adaptar à nova situação e perceber que se o Vitória desceu, por alguma razão será. Falta de organização talvez. O que está em causa aqui não é a subida ou não do Vitória. O treinador que entrar até pode ter sorte e conseguir ter bons resultados logo no início, mas esse já não será o treinador do Vitória daqui a duas épocas, seguramente. O que está em causa aqui é a mentalidade com que se encaram as situações. As direcções dos clubes têm que ser persistentes e apostar na continuidade, têm que ser coerentes e provarem porque é que contrataram treinador A, B ou C. Não podem ser como são: se os resultados não aparecem, muda-se o treinador e está feito. Isto é pensamento de treceiro mundo. Veja-se o Arsenal de Wenger ou o Manchester de Ferguson. Não ganham todos os anos, mas os treinadores mantém-se há largos anos. Quem é que está bem?

A mentalidade tem que mudar radicalmente em Portugal e nos restantes países de terceiro mundo.

terça-feira, dezembro 05, 2006

Não ao Racismo


Gostava de saber o porquê de ainda haver espaço para o Racismo no Desporto. É certo que há Racismo no dia-a-dia, mas porquê também no Desporto? O mais "engraçado" é que por vezes esse Racismo é de adeptos de um clube para com um atleta do mesmo clube. Muitas pessoas dizem que não é mau, dizem que é normal. Não é normal! A tolerância deve ser nula! As pessoas, em Portugal, procuram tratar desta questão com toda a pedagogia do Mundo, mas o facto é que as situações repetem-se cada vez mais. A UEFA tem tido mão pesada para com actos de Racismo. Porque é que não se tem essa mão pesada em Portugal?

No Desporto não há espaço para o Racismo. Todos os atletas são seres humanos e não o indivíduo amarelo, roxo, verde, cinzento ou fucsia. Somos todos iguais e não há raças. Ou melhor... o correcto é dizer que só há uma raça, a raça humana. Somos todos da mesma raça. Isso é difícil de compreender para certas pessoas que se acham superiores a outras por causa do tom de pele que têem. Mas talvez algumas dessas pessoas não sejam nada na vida... Talvez essas pessoas sejam frustradas com as suas próprias vidas. Mas mesmo assim menosprezam os outros pela cor da pele que têem. Isso é ridículo. É uma atitude que deve ser repensada por parte de cada pessoa. Tolerância zero! Mas a nossa sociedade está habituada a ser assim... por múltiplos factores. O maior de todos parece-me que é a escravatura. Muitas pessoas, hoje em dia, ainda vêem os pretos como inferiores. Notem bem que digo pretos sem ofender, porque são de facto pretos. Assim como os brancos são brancos. Assim como os mulatos são castanhos. Isso é só a cor da pele. Não me julgem por dizer branco, preto, café com leite ou leite com chocolate. Não tenho problema nenhum em chamar as coisas pelos nomes e tenho muitos amigos pretos! Uns deles até são os meus melhores amigos. Continuando, a nossa sociedade passa os valores também para o Desporto. Infelizmente parece-me impossível impedir esta passagem. A única maneira de fazer qualquer coisa é mudar pequenas coisas nas pessoas, nos hábitos do dia-a-dia. Há tantos meios para o fazer... televisão, rádio, internet, publicidade... Em vez de se fazer tanta publicidade enganosa podía fazer-se mais apelo à união! Mais apelo à igualdade! Mas isso é difícil... é difícil, porque o ser humano está bem com a desigualdade que há no Mundo. Como é que não se pode esperar que um adepto qualquer chame preto de forma ofensiva ao McCathy, insulte o Henry, Eto´o... Há muitos casos... Devido à sociedade que temos arrisco a dizer que é "natural" que isso aconteça! Mas é errado! É errado demais!
É verdade que há muitas campanhas anti-racismo... mas são poucas e parece-me que muitas delas não são tão eficazes. Será que as coisas mudam só com t-shirts a dizer "Não ao Racismo"? É um passo importante, mas é pouco. Será que todas as pessoas compreendem a ideia de ter uma publicidade com jogadores com todas as colorações de pele possíveis e imaginárias? Não me parece que toda a gente perceba!

O Racismo é um cancro muito grande e como tal deve ser combatido dando-se a importância que tem!


Não tenho receitas para o combater... Só faço a minha parte! ADMITIR que somos todos iguais!

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Simão e o golo ao clube que o formou


A título de curiosidade questiono-me se se vai fazer uma sondagem na televisão para saber se Simão devía, ou não ter festejado os golos do Benfica. Será que ele devería ter sorrido quando marcou o golo à equipa que o formou como jogador prossional ( leia-se preofissional )?

Esta ironia é para que as pessoas procurem entender que cada um é como cada qual. Talvez se fosse Quaresma a marcar ao Sporting, colocaría o dedo indicador em frente à sua boca, como que mandando calar os adeptos do Sporting... Cada um é como cada qual, mas estes jogadores são profissionais. É importante que as pessoas não se esqueçam disto.

Eu sei que a maior parte do público que gosta de futebol não consegue perceber estas coisas. O mais importante é ir para o estádio e descarregar as suas frustrações do dia-a-dia num grupo de homens que vão trabalhar. Mas sempre foi assim... O desportista sempre foi visto como uma pessoa que pode ser criticada. Toda a gente pode comentar o que o desportista faz, porque aquilo que ele faz não é difícil. É só treinar um pouquinho... Sempre foi assim! Contudo, não quer dizer que tenha que ser assim para sempre. Para isso é que existe a palavra "mudança"!

Sporting 0 - 2 Benfica


Bom espectáculo na primeira parte, num jogo em que o Sporting foi obrigado a atacar muito, mas na maior parte das vezes mal. O Sporting atacou de forma precipitada e rápido demais. Em momento algum foi capaz de acalmar o jogo e de impor o seu jogo. Jogou sempre em função do Benfica e isso revelou-se prejudicial, uma vez que o Benfica esteve sempre em vantagem, desde muito cedo. O Benfica teve a sorte de começar bem o jogo, quando ambas as equipas nada tínham feito para justificar um golo.
Na primeira parte vi um Benfica a defender demasiado atrás, de resto, esse foi o melhor momento do Sporting no jogo todo. Contudo, o Sporting nunca aproveitou esse erro por parte do Benfica. Defender demasiado atrás, como o Benfica estava a fazer, podería ter custado muito caro. Valeu o pronto socorro Ricardo Rocha que esteve em grande na noite de hoje.
Quim raramente foi incomodado e quando foi chamado a intervir ( pouquíssimas vezes ) esteve sempre à altura, fazendo inclusivé uma grande defesa perto do fim a remate de Yannik.
O Sporting teve sempre mais posse de bola que o Benfica, mas não soube construir as jogadas, não soube gerir essa posse de bola e o Benfica procurou sempre jogar no contra-ataque e explorar os espaços deixados pelo Sporting. É importante salientar que esta até podería ser a postura inicial do Benfica, mas creio que isso aconteceu porque o benfica viu-se em vantagem muito cedo, o que pode ter mudado a abordagem ao jogo.
Quando vi a constituição das equipas estranhei a inclusão de Bueno, mas Paulo Bento terá tido as suas razões. Esperava a inclusão de Alecsandro, mas isso não aconteceu.
Este foi aquele Sporting que acusou a derrota de Milão e a consequente despedida da liga milionária. Este foi o Benfica constante no meio de todas as inconsistências. Ninguém sabe o que pode acontecer em Manchester. Que Benfica é que se vai ver na noite de todas as decisões na Champions?