quarta-feira, novembro 21, 2007

Euro sem Cristiano Ronaldo não sería Euro!


Portugal ainda assustou. Era previsível. Não sería Portugal se não estivesse até ao fim à espera que o apuramento chegasse vindo dos céus. Mas desta vez, foi diferente. Portugal procurou marcar, a vontade estava lá. Mas a verdade é que, do meu ponto de vista não houveram assim tantas oportunidades de golo flagrantes. A única diferença em relação ao jogo contra a Arménia foi a atitude. Mas apesar do empenho e de alguns momentos em que Portugal dominou claramente o jogo não conseguiu marcar. Trabalhava muito bem em largura, mas nem sempre conseguía aproveitar essas oscilações para aproveitar os espaços momentâneos deixados pelos jogadores da Finlândia e progredir em profundidade. Quaresma voltou a não estar muito bem, mas ninguém faz o que ele fez a dez minutos de uma qualificação para um campeonato da europa. Aquele toque de calcanhar foi fantástico. Bosingwa, Veloso, Meira e Maniche (que não sei por que razão é que saiu...) fizeram um bom jogo, mas o melhor em campo foi mesmo Pepe. Naturalizações à parte Portugal tem um grande central.

De facto, a qualificação foi atingida, com sofrimento, mas foi. Portugal perdeu 16 pontos nesta campanha, algo que para mim era impensável. Mas como disse o Cristiano Ronaldo, a Itália também se apurou na última jornada, a Inglaterra nem sequer se apurou... não foi só Portugal que teve dificuldades, é verdade, mas há que não esquecer que a Itália esteve no grupo da França e Portugal esteve no grupo de Sérvia, Finlândia e Polónia que não me convenceram. Portugal esteve und furos abaixo e é preciso dizê-lo. Agora de nada vai valer pensar nas dificuldades pelas quais Portugal passou para se apurar. Mais vale encarar o futuro com o pensamento de que a qualificação foi atingida e o que ficou para trás, ficou. Os portugueses têm muita tendência para se lamentarem e para ficarem a pensar no que aconteceu. Já foi. Agora vem o Euro e é aí que Portugal tem que se apresentar ao máximo. Ganhar? Porque não? Mas é preciso voltar a fortalecer o grupo que parece-me ainda debilitado. Scolari percebe muito disso, mas para esse fortalecimento muito contribuiría o regresso de Figo à selecção, que acredito que vai mesmo acontecer. Na verdade, parece-me mais que óbvio.

Beckham, Gerrard, Lampard, Rooney e outros eliminados


Dizem por aí que um treinador tem que estar presente nos bons e nos maus momentos. É o que vejo em Mourinho, Leo Beenhackker, Erikson, Ferguson, Wenger... São apenas exemplos que me recordo neste momento.

Depois de Portugal estar qualificado mudei de canal e estava a dar o Croácia-Inglaterra em que a Inglaterra já perdía por 2-3 em Wembley, resultado que afastava os Ingleses do Euro 2008. O treinador de Inglaterra, Steve McCLaren bebía água, sentado no banco, quando a equipa estava prestes a ser eliminada. Primeiro, é uma atitude que mostra o conformismo do treinador e segundo mostra também uma falta de profissionalismo enorme. Mas a sua apatia antes do jogo não é o pior, porque de facto, McClaren podería sentir-se incapaz de transmitir algo positivo à equipa. Devo dizer que nos dez minutos que vi do jogo, quando a Inglaterra tínha a posse de bola só vi pontapés para a frente, talvez à procura de um milagre. Gerrard e Lampard, por exemplo estavam irreconhecíveis, como que acusando a imensa pressão a que estavam sujeitos! Mas o pior não foi o futebol directo e sem nexo de Inglaterra e nem o falhanço no apuramento para o Euro. O pior foi mesmo a atitude de McClaren no final do jogo. Na minha opinião, o treinador deve assumir as suas responsabilidades e ele ainda tínha responsabilidades quando o jogo acabou. Erguer aqueles jogadores que ficaram no chão era uma responsabilidade... mas Beckham encarregou-se de fazê-lo. Enquanto Beckham confortava os colegas, enquanto Lampard dava a sensação de estar perdido entre quatro linhas e um campo verde que tão bem conhece, enquanto Terry (lesionado) vínha ao relvado com um olhar confiante para confortar os colegas que jogaram, McClaren fugiu para as cabines assim que soou o apito. Demitiu-se das suas funções antes de ser demitido (ou despedido). Quanto a mim, isso é falta de profissionalismo. Não me cabe na cabeça que um treinador tenha uma atitude dessas. Independentemente de qualquer resultado, independentemente de as coisas não correrem bem, há um grupo que, quer tenha jogado bem ou mal, esforçou-se. E o grupo normalmente vê o treinador como um líder. McClaren é treinador, mas não foi líder. Parece ser cada vez mais evidente que ser treinador não é ser líder.

McClaren já teve o comportamento correcto quando treinava o middlesbrough. Por que é que não teve o mesmo comportamento agora que se tratou duma causa nacional? Não encontro resposta. Simplesmente consigo pensar na incoerência de atitudes e que se calhar, não está (ainda, ou não) à altura do patamar em que se encontra(va). Acredito que há princípios com os quais não podemos ser incoerentes. É verdade, não sei o que é estar a top, porque nunca lá estive. Mas acredito que se lá chegar serei fiel aos meus princípios e terei coragem de assumir as minhas responsabilidades. São princípios de vida básicos, do meu ponto de vista.

segunda-feira, novembro 19, 2007

"Futebol não há só um, o que eu conheço e mais nenhum"


Começo este texto por dizer que há várias formas no Futebol e que, portanto os olhares sobre o fenómeno em questão (o Futebol), devem ser múltiplos e não simplesmente único. É recorrente ver equipas que jogam melhor que outras, equipas que jogam mais rápido que outras, equipas mais agressivas que outras, equipas mais violentas que outras. Generalizar no Futebol, assim como na vida é um erro. Paulo Sousa dá a entender no seu artigo de 12-11-2007 que há diferentes formas de ver o Futebol e refere-se aos treinadores, dando o exemplo de Capello para o qual “o futebol espectáculo não existe” e de Spalletti de quem é admirador confesso. Ambos ganham e ganham de formas diferentes. Para Capello “existe o futebol cínico, frio, calculista, onde o resultado é tudo o que conta” que contrasta com um futebol da Roma que é “apaixonante” de acordo com Paulo Sousa. De facto são formas diferentes de ver o mesmo fenómeno, o que é positivo. Quanto a mim, o que é negativo é criticar a outra concepção. Uma coisa será eu admitir que não gosto daquele tipo de Futebol, mas outra bem diferente é apontar o dedo e até fazer comentários como os que Capello fez sobre a equipa da Roma, dizendo que a equipa de Spalletti era demasiado narcisista, apaixonada por ela própria e que sofría demasiados golos. É óbvio que quando se busca o golo haverá mais risco de se sofrer também. Não sei em que âmbito é que Capello proferiu essas afirmações e isso é fundamental para que se percebesse o que é que o treinador pretendeu ao dizer o que disse. Mas o importante aqui é salientar a variedade que existe nas formas de jogar Futebol. Daí também a importância de se compreender que há vários jogos e que estes é que enriquecem o Jogo. Um jogo de Futebol é um confronto de duas formas de jogar que podem ser distintas ou não e aí é que está a riqueza do Futebol. Mesmo em equipas de top, poderemos constatar facilmente que apesar de darem muito valor à organização ofensiva, nem todas o fazem da mesma forma. Reparemos por exemplo no Arsenal, no Chelsea, Manchester United ou Barcelona. O Arsenal procura instalar-se na área contrária ( ficando com poucos jogadores atrás – dois ) e circular bastante a bola em largura procurando criar espaços para progredir em profundidade, o Chelsea tem uma referência, procura inúmeras vezes Drogba como uma primeira opção através de passes dos elementos da defesa ( frequentemente é Terry quem procura mais o avançado ), por exemplo, o Manchester United que procura desequilibrar através dos movimentos paralelos dos seus médios-ala e o Barcelona que afunila o seu jogo de ataque com entradas dos extremos. Até na denominação das posições as coisas mudam. Um ala não é a mesma coisa que um extremo, assim como um defesa lateral esquerdo não é a mesma coisa que um defesa esquerdo. Depende da forma como se joga. Por mais que se tente generalizar as funções que um jogador deve ter numa determinada posição vai sempre cair-se no erro, porque essa posição pode até nem sequer existir na forma de jogar de determinado clube. Recordo por exemplo Litmanen que quando chegou ao Barcelona disse que a posição em que jogava não existía no Barcelona.

sábado, novembro 17, 2007

Que contratações e que atitude a ter perante as mesmas


Muitas vezes se fala acerca de determinado jogador dizendo que ele não está a render o que se esperava dele ou até não se sabe por que razão é que o clube contratou tal jogador. Comprar passes de jogadores e não ser paciente na sua adaptação é para mim um erro enorme. Acredito que jogadores que são bons num determinado contexto podem revelar-se bons noutro contexto, assim como acredito que há os que são bons em qualquer contexto, sem qualquer sombra de dúvida, porque para além da técnica têm algo mais. Mas nem todos os jogadores têm personalidade forte ou facilidade de se adaptar e como tal há que considerar tempos de adaptação a novos contextos. Tempos esses que naturalmente serão diferentes de jogador para jogador. Uns adaptam-se logo, como por exemplo Maxi Pereira no Benfica mas outros demoram tempo como são os casos de Cardozo e Di Maria, também no Benfica. A qualidade está lá. Eu vejo que ali há qualidade.
Romagnoli e Rentería são exemplos de jogadores que demoraram algum tempo a adaptar-se ao futebol europeu. Se por um lado Romagnoli teve oportunidade e estabilidade (concedida em grande parte por Paulo Bento), o mesmo não aconteceu com Rentería no FC Porto. Sempre acreditei em Rentería, porque vi-o a jogar no Internacional de Porto Alegre e acredito que, uma vez adaptado ao futebol europeu, pode ter mais hipóteses de triunfar em qualquer país da europa, em qualquer futebol. Actualmente no Estrasburgo, em França, Rentería diz-se satisfeito e já somou alguns golos no Championat.
Izmailov ter-se à adaptado bem ao futebol português, assim como, por exemplo, Rodriguez e o facto de já terem uma experiência no futebol europeu pode contribui para que a adaptação seja mais rápida.


Falei anteriormente no contexto europeu, mas mesmo na europa há vários contextos. Jogar em Portugal não é a mesma coisa que jogar em França ou em Inglaterra. Jogar no Lyon não é a mesma coisa que jogar no Sporting ou no Newcastle. O próprio tratamento que os jogadores recebem é diferente de contexto para contexto. Por isso penso que isso deve ser considerado quando se pensa em contratar jogadores. Como refere Paulo Sousa, contratar só por contratar ou contratar baseado na fama ou até na qualidade, é um erro. Porque mesmo que a base seja a qualidade, essa qualidade vai depender sempre da forma de jogar do treinador.

sábado, outubro 27, 2007

Grande golo!


penso que o Sporting fez um grande negócio, quiçá o melhor de sempre ao vender Nani pelos valores que a transferência envolveu. Isto porque penso que Nani tem potencial, mas não é um fora de série. Posso até estar enganado, mas tenho as minhas dúvidas quanto ao facto de o Nani conseguir afirmar-se já esta época no Manchester.

Enquanto vía e revía o grande golo do Nani hoje contra o Aston Villa, pensava nas palavras supracitadas. Estas foram palavras minhas aquando das contratações de Nani e Anderson para o Man Utd. De facto, acreditava que o Nani podería demorar alguns meses a adaptar-se ao ambiente em Inglaterra e que o Anderson se fosse adaptar mais rápido. Era uma convicção pessoal. Mas estava enganado. Pelo menos em relação ao Nani. E como me enganei. Teve um grande início de época e agora dá continuidade aos bons desempenhos de forma regular. Tacticamente nota-se que cresceu. Está mais jogador de equipa e, estranhamente para mim, um dos melhores jogadores do Manchester. Tanto ele como os jovens jogadores que vão para o Manchester crescem. Depois dependerá do potencial de cada um, porque uns crescem mais que outros. Mas para que isso aconteça, o processo de treino só pode ser de qualidade. Não encontro outra explicação. E para que o processo seja de qualidade, tudo que gira à volta deve ser propício ao desenvolvimento dos jogadores. A qualidade deve ir desde o staff à família e aos amigos... à vida do jogador e tudo que a possa influenciar.

Sprinter olímpico AJUDA ( ? ) Shevchenko



"Sprinter olímpico ajuda Shevchenko

O Chelsea decidiu contratar o campeão olímpico dos 200 metros, Darren Campbell, para ajudar a melhorar a condição física do internacional ucraniano Shevchenko.
Segundo revela o quotidiano inglês The Independent, os responsáveis do Chelsea querem ajudar Shevchenko a melhorar substancialmente a sua condição física e para isso acontecer garantiram a contratação de um preparado físico especial. O sprinter britânico Darren Campbell, medalha de prata nos 200 metros em Sydney2000."

fonte: abola

Por que razão é que Shevchenko não renderá em campo? Será por não correr ou por correr pouco? Lembro-me do Shevchenko do Milan ou até mesmo do Dinamo de Kiev que jogava muito bem e não precisava de bater recordes dos 200 m para marcar golos fantásticos. Jogava muito à base de mudanças de velocidade repentinas enganando os seus adversários, chegando muitas vezes primeiro à bola que os adversários. Será que o Darren Campbell vai ajudar Shevchenko a pensar mais rápido, a ler o jogo?
No Chelsea Shevchenko não chegou a fazer o que fazía no Milan, por exemplo, com a regularidade que o fazía! É um facto. Mas terá ele deixado de saber jogar futebol? Terá ele perdido as suas qualidades? Ou não se terá adaptado à forma de jogar do Chelsea? Ou não estará motivado para jogar? Ou não terá tido tempo suficiente e de forma regular para se poder adaptar ao futebol inglês? Ou... Ou... Ou...
Veremos se o treino analítico resultará alguma coisa nos desempenhos de Shevchenko. Ou veremos se ele irá começar a jogar mais vezes e mais tempo. Veremos...

sábado, outubro 20, 2007

Treinar a competir


A competição deve fazer parte do treino e como tal deve ser o ponto de partida de todas as precauções tendo em vista a melhoria dos desempenhos. A estrutura da actividade de competição é importante na medida em que determina todo o conteúdo do treino e estruturação dos processos de adaptabilidade do jogador. É de facto importante que se aproxime competição e treino na medida em que o jogador deve treinar para a competição, mas acima de tudo treinar em competição. O jogador deve perceber o que pode encontrar na competição, no treino. Toda a aleatoriedade do jogo é importante no treino para que os jogadores sejam confrontados com diversas situações inesperadas e para as quais têm que encontrar a solução adequada.É muito importante que se trabalhe com qualidade e que a quantidade não seja um aspecto central.

Fernando Belluschi


Idade: 24 anos

O primeiro torneio da época [EFHG]


Decorreu hoje o primeiro torneio da época desportiva organizado pela Escola de Futebol Hernâni Gonçalves, que contou com a partição de cerca de 50 equipas dos escalões de formação ( bambis, pré-escolas, escolas, infantis e iniciados - com os respectivos ajustes em termos de dimensão dos campos e balizas e número de jogadores tendo em conta o o grupo no qual os miúdos estão inseridos) de Boavista, Salgueiros e Ribeirão. Um momento de competição, logo importante no percurso dos jovens que se juntaram hoje. Tudo no regulamento ía de encontro a dois aspectos: deixar jogar os miúdos ( uma vez que não houve grande preocupação com a arbitragem ) e manter um certo equilíbrio entre as equipas de modo a que o jogo não fosse demasiado fácil para uma equipa e nem demasiado complicado para outra equipa. Neste contexto, quando a vantagem fosse muito dilatada ( 4 golos de diferença ), a equipa em desvantagem colocaría mais um jogador em campo. Se a vantagem fosse de 6 golos, a equipa podería colocar mais um elemento. Se encurtasse a vantagem para dois golos retiraría um jogador e se encurtasse para quatro golos retiraría outro jogador.

Foi uma primeira experiência que tive num contexto com organização e com ideais que se adequam aos meus. Não houve uma preocupação doentia com aspectos tácticos nem com o resultado. Apenas era importante que os miúdos cumprissem com os aspectos focados nos treinos. Só com esses aspectos é que faz sentido que nos preocupemos nos jogos. É importante ter em conta que o processo é contínuo e que envolve aquisições e sedimentações contínuas, logo torna-se pertinente saber com o que nos preocupamos e quando nos preocupamos.

Colhi alguns frutos hoje, frutos esses que se prendem com os comportamentos que espero por parte dos miúdos, mas sei que é importante continuar a insistir em alguns aspectos que estão menos bem nalguns casos. Acredito que as coisas nunca correm 100% bem. Há sempre coisas que correm menos bem e é preciso estar atento a elas para melhorá-las posteriormente nos treinos.

sexta-feira, outubro 19, 2007

A bola deve ser um prolongamento do corpo... desde cedo!


Já é sabido que o Futebol é uma modalidade contra-natura. O que é pedido no Futebol, a relação olho-pé, estando sempre concentrado no que se passa no jogo, é o oposto do que a hominização nos forneceu, mais apetência para a relação olho-mão. Mas é preciso que haja familiarização com o objecto de jogo e quanto mais a bola fizer parte do corpo, tanto melhor. Pode-se usar o termo especificidade precoce, na medida em que é procurando que se descobre e é isso que se pretende com um contacto desde cedo com o objecto de jogo: aprender tudo aquilo que se possa fazer com a bola, não retirar criatividade, nem a possibilidade de tocar na bola com qualquer parte do corpo. Mas isto adquire-se fundamentalmente no Futebol de rua, e mais tarde não se nota no plano macro, mas sim no plano micro, no plano do detalhe. Quando há uma bola que vem em condições muito complicadas para dominar e o Essien domina como se nada fosse, quando o Robben corre e parece que a bola tem cola e não sai do seu pé, quando o Drogba recebe a bola de peito e pára nos seus pés, quando Drogba recebe a bola e passa de peito, quando Ibrahimovic ou Ronaldinho tocam na bola...

A importância da rua na formação


Penso que a rua é o verdadeiro campo de treino dos jogadores, de evolução dos jogadores. Hoje em dia o Futebol de rua já não é o que era. Eu não vejo assim tantas crianças a jogarem na rua, como por exemplo eu joguei. Chutar latas, bolas feitas a partir de aglomedos de papel, jogar 5x5, 4x5, 6x6, 5x6... Não vejo isso acontecer e também não vejo alegria. A competição no Futebol de rua é tão intensa que ninguém quer perder e quando se perde fica-se zangado porque se perdeu. Que não se duvide que o Futebol de rua é a escola de muitos jogadores. É aí, na rua, que se tem que fintar os buracos, acalmar a bola que vem turbulenta... e é na rua que se começa a criar, criar depois de ver os mais velhos fazerem algo que é bonito, algo que dá resultado. Quer seja uma finta ou um malabarismo. Penso que essa magia, essa fantasia é importante para o desenvolvimento posterior como jogador de Futebol. Não se pode levar a rua para o campo relvado onde se treina, contudo penso que se podem alterar as condições de realização do treino. Se se diz que se atribui importância ao Futebol de rua por que não fazer esse Futebol no treino? Como? Cada um deve procurar as suas próprias respostas.

sábado, setembro 01, 2007

Em minha casa mando eu...

[Malbranque, Tottenham]

Há uns dias ( 18 de Agosto ) vía um jogo do Tottenham e pensei nessa frase. De facto, são muitas as vezes que se ouve essa frase. Ela é pronunciada mesmo muitas vezes, até mesmo no mundo do Futebol. Mas será que é aplicada tantas vezes quantas vezes é dita? Vejamos. Antes de mais gostaría de dizer que acho que o factor casa/fora já não é tão importante como era antigamente... mesmo em jogos das competições europeias.

Com a evolução do jogo ou das várias formas de jogar o jogo de Futebol, as equipas já não têem aquela gana de ganhar em casa... não como antigamente em que se vía as equipas mais fortes a entrarem em campo para "matar o jogo" na primeira meia-hora de jogo. Mas o Tottenham surpreendeu-me nesse jogo. Por volta dos 20 minutos já ganhava por 3-o.
Hoje em dia as coisas estão muito mais homogéneas. Há equipas que jogam quase sempre da mesma maneira, quer estejam a jogar fora ou em casa, mas jogam com a sua identidade. Outras nem por isso. Talvez por não poderem competir com os mais fortes submetem-se à defesa do empate e ficam com uma esperançazinha de surpreender.

Mas o que me importa aqui são as equipas mais fortes. Acho estranho que uma equipa com condições de impor o seu jogo não o faça desde o primeiro minuto quando joga em casa ( ou até quando joga fora, porque não? ). "Em minha casa mando eu!". Sim, é assim que tem que ser. A ideia, do meu ponto de vista, não deve residir na forma como a outra equipa vem preparada, não devemos condicionar a nossa forma de jogar com base na forma como o nosso adversário joga. Devemos sim reajustar a nossa forma de jogar consoante aspecto A, B ou C da equipa adversária. Mas isso são pormenores. As nossas equipas têem que ter uma identidade. E isto penso que deve valer para qualquer equipa, de qualquer escalão. Sem identidade não creio que haja uma forma de jogar que possa ser, ou que possa vir a ser consistente.

sábado, junho 09, 2007

O Manchester e as contratações

Cristiano Ronaldo já tem companhia nova no Manchester. Anderson e Nani são os mais falados, apesar de Hargreaves também fazer parte das contas de Ferguson. Mas o Manchester não pára com as contratações. Fala-se em Berbatov, Eto´o, Huntelaar ou Fernando Torres. Nomes bem conhecidos, sem dúvida alguma. Quem não conhece Huntelaar, digo que é só um prodígio Holandês. Vê-lo ao vivo no Europeu de Sub-21 que decorreu aqui em Portugal o ano passado foi qualquer coisa. Tem bastante potencial e do meu ponto de vista o Manchester tería muito a ganhar se o contratasse. Mas tendo em conta que já tem muitos potenciais jogadores de grande qualidade, talvez fosse melhor contratar um avançado já com créditos firmados. Mas isso são tudo suposições.Quanto às contratações de Anderson e Nani... penso que o Sporting fez um grande negócio, quiçá o melhor de sempre ao vender Nani pelos valores que a transferência envolveu. Isto porque penso que Nani tem potencial, mas não é um fora de série. Posso até estar enganado, mas tenho as minhas dúvidas quanto ao facto de o Nani conseguir afirmar-se já esta época no Manchester. Quanto ao Anderson, parece-me ser um verdadeiro campeão. E acredito que o brasileiro vá jogar em Old Trafford como se estivesse a jogar descalço na sua terra natal. É verdade que o Manchester tem grandes técnicos e que podem desenvolver qualidades em Nani, assim como fizeram com Ronaldo, mas são jogadores diferentes. Entrando no campo das comparações, que podem ser traiçoeiras, o Nani é muito parecido com o Simão. E o Simão não é um fora de série. Mas vamos ver... ainda há uma margem de progressão grande e como referi, com os treinadores que fazem parte do Manchester é melhor esperar para ver. Portanto, condições para evoluir como jogador existem! Mas repito. Tenho as minhas dúvidas quanto ao Nani e não tenho problemas em assumir. Se ele explodir daqui a uns meses recordarei estas palavras que escrevi, sem problemas.

A (possível) escalada de Moçambique no Ranking


Moçambique está 118ª posição do ranking mundial. Há uns meses estava uns vinte lugares acima. Tem vindo a obter resultados positivos, mas continua atrás de selescções como O Suriname (115), os Barbados (113), o Benin (107), Botswana (102) ou Barhain (101)... O Burkina Faso, a selecção que Moçambique venceu recentemente está na 54ª posição. E o próximo adversário, o Senegal é 39º classificado no ranking mundial. Dada a possível melhoria de rendimento, alicerçada numa suposta melhoria do trabalho desenvolvido pelo staff técnico da selecção, é possível que Moçambique vá subindo aos poucos no ranking e um lugar entre os 100 primeiros do Futebol Mundial pode ser um objectivo perfeitamente alcançável. De realçar que Moçambique não está nos 100 primeiros desde Novembro de 1999 e a melhor posição de sempre foi um 66º lugar em Novembro de 1997. De realçar também que esta é a melhor classificação desde Julho de 2001. Por isso, nestes casos é imperioso que se façam as coisas por etapas. Assim como na formação de jovens jogadores, deve haver a preocupação de não queimar etapas. Depois de estarem nos 100 primeiros deve pensar-se noutro objectivo realista, tendo em conta as condições actuais do Futebol Moçambicano. É muito importante que não se pense grande sem ter condições para isso. Porque se assim for, se se pretende dar um passo maior que a própria perna, o resultado não será positivo de todo. A mim só me resta torcer para que as coisas sejam feitas com cabeça, tronco e membros.

terça-feira, junho 05, 2007

Moçambique a ganhar!

De assinalar a vitória dos "mambas" frente à selecção do Burkina Faso, Domingo passado. Para quem não está por dentro do Futebol Africano, Moçambique já não vai ao Can (Taça das Nações Africanas) há alguns anos e o Burkina Faso esteve presente nos últimos dois Can, se não estou em erro.
Não vi o jogo, por isso não posso discutir nada sobre o jogo. Simplesmente olho para o resultado e fico satisfeito. Para mim é uma vitória especial.
O próximo jogo é contra o Senegal, que lidera o grupo de apuramento ao Can 2008 a realizar no Gana, e Moçambique está a dois pontos dos senegaleses.
Um apuramento para o Can sería um feito bastante positivo. Bastante!


Ficha do jogo Moçambique-Burkina Faso no estádio da Machava (Fonte: jornal Notícias de Moçambique)

MOÇAMBIQUE – Kampango; Whisky, Simão, Mamo e Paíto; Nelinho, Alvarito (Carlitos, 64 m), Genito e Dominguez; Tico-Tico (Danito Parruque, 77 m) e Dário Monteiro (Miro, 45 m)

BURKINA FASO – Soulana; Madi, Tassembedo, Kounasi e Ouattara; Charles, Kambou (Rouamba, 64 m) e Sanou (Traoré, 75 m); Pitroipa, Koné (Barro, 58 m) e Jagano
Acção disciplinar: cartão amarelo para Dário Monteiro (6 m)
Golos: 1-0, Dário Monteiro (6 m), de grande penalidade; 1-1, Sanou (33 m); 2-1, Tico-Tico (34 m); 3-1, Tico-Tico (46 m).
Aqui fica o link para os mais interessados:

domingo, junho 03, 2007

O primeiro golo de Portugal contra a Bélgica


Esse golo reflecte um tipo de abordagem ultrapassada relativamente ao jogador que está diante do portador de bola. Se se lembrarem, o defesa belga fechou o acesso à linha de forma ostensiva. Nani ainda hesitou, mas quando viu que de facto, a auto-estrada estava mesmo à sua frente, aproveitou e foi só rematar e festejar. Antes do golo já tínha acontecido um lance muito semelhante ao qual o guarda-redes belga se tínha oposto. Mas o defesa comportou-se exactamente da mesma maneira... fechou o caminho à linha.

Ora, qual é a questão essencial aqui? Será que não deixar o portador de bola movimentar-se para a linha é a melhor solução? Depende. E é por depender que não se podem criar padrões pré-definidos, como por exemplo, quando ele está no meio leva-o para a linha ou quando ele está na linha leva-o para o meio. Isto não pode ser assim porque os jogadores têm dois pés, um dos quais é o preferido, e porque também, cada vez mais destros jogam do lado esquerdo e canhotos jogam do lado direito. Portanto, a questão da análise torna-se muito importante. Pensar como uma máquina já não se aplica no Futebol de hoje. É preciso estar constantemente a pensar no que o adversário vai fazer, perceber quem é que está à nossa frente e com que pé é que ele se sente mais à vontade. O Nani é destro, mas estava do lado esquerdo. O defesa levou-o para o meio, ou seja, para o lado do pé preferido do Nani, quando devía ter feito o oposto... À segunda foi mesmo golo. Por mais que saísse cruzamento e que a bola entrasse na baliza belga, o defesa tería cumprido a sua função relativamente à orientação dos apoios. Não tería sido tão eficaz porque não tería evitado o cruzamento, mas aí já estamos no campo das hipóteses. Mas é importante salientar sempre o mérito de quem consegue fazer bem.

A "solução" é analisar o adversário que tem a bola. Não há outra forma de perceber qual a melhor posição que o jogador que marca o portador de bola deve adoptar. O pensamento deve estar sempre em levar o portador de bola para o lado do pé mais fraco. Se bem que há uns que têm dois pés preferidos. Casos de Zidane, Ronaldinho, Káká ou Cristiano Ronaldo. Mas mesmo nesses casos, o defesa deve adoptar uma postura dinâmica, variando sempre de posição consoante a bola passa de um pé para o outro. Paulo Ferreira e Ricardo Carvalho são um exemplo de defesas nesse aspecto. Eles é que montam a cilada para os portadores de bola e quando quem tem a bola acha que vai conseguir passar, os defesas já interceptaram o lance e já estão a sair a jogar...

Às vezes estes detalhes podem parecer puramente lógicos, mas não são de tão fácil compreensão por parte de muitas pessoas que estão no Futebol.
E é importante salientar também que no Futebol não há soluções. Tudo pode acontecer, quer seja com pé forte ou com o pé fraco... mas as probabilidades de ocorrência de êxito são diferentes e é aí que se deve centrar o pensamento.

terça-feira, maio 29, 2007

Parabéns!


Parabéns ao Sporting que com uma equipa muito jovem e com um treinador que esteve bem, conseguiu conquistar um título esta época.

Parabéns também para o Belenenses que acabou por "morrer na praia", mas foi um digno derrotado.

Finalidade táctica na performance no futebol

Nota: não sei em que contexto foi tirada a fotografia, mas isso também não importa. A imagem serve apenas para ilustrar uma determinada forma, descontextualizada, através da qual se vê o Futebol.

Em vários estudos há conclusões inconstantes devido ao facto de não se considerarem as particularidades tácticas de forma clara. Contudo, vários investigadores notáveis alertam para a importância do estilo de jogo, posição / função do jogador ( imposições tácticas ). Portanto, a análise deve ser feita no contexto em que as acções ocorre, não fazendo sentido uma análise isolada dos factos.
Partindo da ideia que o importante não é o número de acções realizadas, mas sim a intensidade com que estas são realizadas, torna-se importante considerar o ritmo de jogo e saber que diferentes equipas têem diferentes formas de jogar, diferentes ritmos de jogo.
Dada a evolução da modalidade não se deve ignorar o facto do jogo reclamar cada vez mais inteligência. O ritmo tem vindo a aumentar com o passar dos anos e, cada vez mais, o jogador tem que se adaptar a essa situação e pensar cada vez mais rápido e bem. Dado o elevado ritmo de jogo, o jogador tem que ter uma boa leitura de jogo de modo a saber qual o momento certo para intervir. Se um jogador for lento, mas tiver boa leitura de jogo poderá chegar primeiro ao lance que um jogador que seja mais rápido.
Não parece fazer sentido que se trabalhem capacidades motoras ( força, resistência, flexibilidade, velocidade ) à margem do contexto táctico. É importante transpor isto para o treino e é preciso ter em conta a relação velocidade-precisão. Quanto maior a velocidade, mais difícil é ser-se preciso. Fulton pensa que treinar a velocidade elevada favorecerá a relação entre velocidade e precisão.
Seja qual for o tipo de deslocamento efectuado pelo jogador, qualquer que seja a intensidade ou o momento, isso acontece sempre em função das características do jogo ( aspectos tácticos ).
O autor acredita que os aspectos energético-funcionais não são substantivos, mas sim subsidiários e que só ganham sentido quando são enquadrados no contexto ( táctico ) que motivou a sua expressão।

Análise do artigo La prestazione energetico funzionale del calciatore da Revista Teknosport (Itália) 11: 18-27, 1999. Traduzido por Garganta, J.

sábado, maio 26, 2007

Grandes Frases

"Eu não vou esconder que gostava de ser o melhor, mais que uma vez"

Nuno Assis e o losango do Benfica

Num dos primeiros posts que fiz neste blog referi Nuno Assis. Ele foi sem dúvida a chave do losango do Benfica e nunca foi mencionado... Tal como Fernando Santos disse há uns dias numa entrevista à Sport tv. Penso que ele é um grande reforço para a equipa do Benfica, porque é um jogador muito importante para jogar de acordo com os princípios que o seu treinador idealizou, influenciando positivamente a dinâmica de jogo da equipa. É um jogador mais regular que Karagounis por exemplo, que como o próprio treinador referiu, "é um jogador mais anárquico".
Ninguém mencionou a importância da perda do Nuno Assis, mas foi sem dúvida a maior perda que o Benfica teve esta época. Para a próxima época até podem vir jogadores de qualidade, mas o Nuno Assis é para mim o melhor reforço, porque ele já está familizarizado com as ideias do treinador e acima de tudo está com vontade de jogar, porque esteve muito tempo sem competir.
Penso que o mais certo é Fernando Santos apostar no 1-4-4-2 losango, tendo sempre o 1-4-3-3 como sistema alternativo. Como tal, o Nuno Assis será preponderante na próxima época e arrisco mesmo a dizer que talvez seja um dos melhores elementos da equipa do Benfica. Por muito que se reparem apenas nos nomes, nos jogadores mais caros... existem também aqueles que jogam muito para a equipa: o caso do Nuno Assis.

Post de Novembro de 2006:
http://josemaurosantos.blogspot.com/2006/11/o-losango-de-fernando-santos.html

quinta-feira, maio 24, 2007

Madeleine McCann

Por vezes, ter esperança é a melhor maneira de estar na vida. É importante acreditar que esta estória vai acabar bem. Eu faço a minha parte, porque nem sequer imagino o que os pais desta criança estão a passar... e pelo que a própria Maddie está a passar.
É verdade que este caso ficou mediático e que há muitos outros casos destes que acontecem, mas... o que é que se pode dizer?

Este mundo simplesmente anda errado em muitas coisas e esta é apenas uma dessas coisas...


quarta-feira, maio 23, 2007

1, 2, 3, 4, 5, 6... 7


Na final reparei em alguns detalhes enquanto via o jogo e ouvia alguns comentários. Reparei em Pennant e lembrei-me do Pennant que vi a jogar no Birmingham e há diferenças significativas entre os dois. O Pennant actual é um jogador quanto a mim tacticamente evoluído que aprendeu a usar a sua criatividade de forma contextualizada à forma como Beñitez pretende que o Liverpool jogue. Não se agarra à bola como agarrava antes, sabe passar na altura certa, muda rapidamente de atitude assim que perde a bola ( algo impensável naquele Pennant antigo ) e cumpre os seus objectivos quando a equipa perde a posse de bola, mantendo a equipa em equilíbrio e impedindo a subida do lateral da equipa adversária. Não me refiro especificamente ao jogo de ontem, mas sim aos jogos que tenho vindo a ver do Liverpool.
Outro jogador do Liverpool que mostrou ( mais uma vez! ) belos pormenores foi Xabi Alonso. Fantástico! Pequenos grandes detalhes que me deliciam...

Quando o Milan marcou falou-se imediatamente em cinismo italiano. Não vi cinismo nenhum. Quer se fale em sentido no sentido figurado ou não. Vi sim, uma equipa que marcou a um minuto do intervalo com um golo de livre marcado por Pirlo que bateu em Inzaghi e enganou Reina: a mais pura imprevisibilidade do Futebol presente em mais uma Final, neste caso uma final Europeia.

Falou-se também em Káká... ouvi: "Káká bastante desinspirado". Acho que após ter feito aquele passe para o segundo golo do Milan nunca se podería considerar um Káká desinspirado. Muitas pessoas cairíam a tentar fazer um passe "tão simples" como aquele. O que penso que se pode dizer é que não teve um jogo de top, como teve contra o Manchester em Old Trafford, por exemplo, mas abrilhantou a final com aquele coelho que tirou da cartola e entregou nas mãos de Inzaghi, a figura da noite. Inzaghi que é o verdadeiro exemplo típico de um avançado centro, uma espécie de modelo. Usa a sua inteligência para se antecipar aos movimentos dos adversários para ficar cara a cara com os guarda-redes, fugindo sempre do fora-de-jogo. E depois, marca! Não tem muito cabedal, mas marca golos que se farta. Ironia?

Penso que a experiência dos jogadores do Milan, mas acima de tudo a concentração e a vontade de ganhar esta final, foram determinantes para que, efectivamente, o Milan vencesse pela sétima vez a Champions, jogando um Futebol muito certo e inteligente. É verdade que o primeiro golo apareceu um pouco contra a corrente do jogo, mas o Futebol é mesmo assim: imprevisível.
O Liverpool tentou algumas vezes por Riise e Gerrard, sendo que uma oportunidade foi flagrante de golo, mas o pé esquerdo do capitão do Liverpool não quis nada com a bola e acabou por sair um passe para Dida. É óbvio que é fácil eu dizer que ele devería ter chutado com o pé esquerdo, mas de facto, de acordo com a minha forma de pensar, penso que sim, que era o que ele devería fazer. Só porque penso que se deve estimular sempre os jovens jogadores a terem o maior contacto com a bola em todas as partes do corpo e isso implica chutar, passar, cruzar, fazer tudo com os dois pés... para quando aparecerem situações como a que apareceu a Gerrard seja concluída com êxito. Mas também é verdade que se a bola entrasse não estaría aqui a escrever que ele devería ter chutado com o pé esquerdo. Apenas penso que ele tería mais possibilidades de marcar, só isso!

De valorizar ainda duas coisas: a atitude dos adeptos do Liverpool que não param nunca de apoiar a equipa, mesmo que a equipa perca; e o desportivismo no momento da entrega das medalhas e da taça, quando os jogadores do Milan aplaudiram e cumprimentaram os jogadores do Liverpool. Já falei algumas vezes de desportivismo... Isto sim é desportivismo!

terça-feira, maio 22, 2007

Parabéns Porto

Parabéns, porque ganhou mais um título. Parabéns porque desde o fim da década de 80 que tem vindo a dominar o Futebol Português e tem sido um grande representante de Portugal na Europa. Por mais que muitos adeptos do Porto digam que não são Portugueses e que são simplesmente Portuenses, eu acho que é de louvar o contributo que o Porto tem dado a Portugal.

Fala-se em injustiça ou justiça nesta conquista e noutras também. As emoções levam as pessoas a dizer disparates, porque não são capazes de controlar as suas emoções. Ganha quem faz mais pontos e não se pode dizer se é merecido ou não. Fez mais pontos, ganhou. É simples. Aqui não há justiça ou injustiça. Um jogo de Futebol, um campeonato, tem vários aspectos que influenciam sobre ele. Quem é mais regular? A equipa que joga melhor ou a equipa que ganha mais? Quem ganhou mais? O Porto. Então... Por vezes é necessários travarmos alguns ímpetos, fundamentalmente aqueles que nos fazem dizer disparates...

Imprevisível!


Olho para os padrões que andam por aí, mas não os entendo. Para mim nada me dizem, porque nada consegue fazer com que me identifique com eles. Simplesmente tento ser simples e por aí não há simplicidade. Os padrões ostentam um grau de complexidade elevado, mas para mim isso é lixo. O que valorizar então? Pergunta-me o ser típico que vive dentro de "padrões adequados à sua vida". Talvez não exista nada para ser valorizado, porque na vida do normal, na vida do previsível não há nada que impressione. Por isso não tenho resposta para tal pergunta. Simplesmente consigo responder a coisas simples. Apenas consigo ver a essência das coisas simples. Simplesmente porque não me adapto ao florido artificial. Pensei que a minha adaptabilidade fosse favorável a qualquer situação, mas não é assim. Simplesmente há coisas que o meu ser não consegue codificar. Não me contento em viver na previsibilidade, porque creio que me sentiría morto, amarrado a correntes que me acaricíam todos os dias as feridas abertas que nunca fecham. Ter um pensamento escatológico? Pensar que as coisas se resolvem no fim dos nossos tempos? Não! Para quê esperar pelo fim dos vossos tempos? No fim chega-se ao fim e é o fim. No meu mundo entendo algumas coisas e não guardo segredo sobre isso. Saberão porquê. Entendo e valorizo os dias bonitos, as expressões sinceras, um pássaro que se esconde debaixo do meu carro, uma tarde que se transforma lentamente em noite passando pelo crepúsculo, um bom jogo de Futebol, a presença de amigos Verdadeiros, um sorriso, as flores que começam a nascer antes da primavera chegar... É preciso saber observar para reparar com pormenor em aspectos como estes. E para observar é preciso ver. Mas só se vê aquilo que se é capaz. Muitos não vêm o que está ao lado, só vêm o que está em frente. Muitos vêm o previsível e não conseguem colocar a hipótese do imprevisível existir. Eu sei que ele existe. Porque se ele não existisse... se ele não existisse eu não sería como sou.

sexta-feira, maio 18, 2007

Grandes Frases


"Os grandes jogadores podem ganhar jogos sozinhos." ( José Mourinho ).

Ronaldo disse isso referindo-se a Cristiano Ronaldo e sem dúvida que é verdade. Quando já não é mais possível amarrar as equipas às tácticas e às regras incontornáveis, quem é que surge para resolver? Precisamente os grandes jogadores. Num momento de criatividade ou liberdade de expressão. Por isso é que penso que se deve permitir ao máximo que essa criatividade se expresse, fundamentalmente, nos treinos. Sim, porque é no treino que se busca a competição que se aspira. E se na competição que aspiramos consideramos a criatividade, então ela deve ser permitida sempre, com os seus limites é claro e nunca ultrapassando a barreira dos princípios impostos. Por isso se diz que o jogador é livre de agir, mas não age livremente ( in Mourinho - Porquê tantas vitórias? ).

segunda-feira, maio 07, 2007

UPORTO VEZES QUATRO


A Universidade do Porto (UP), ao somar quatro títulos, foi a instituição de Ensino Superior que mais vitórias obteve nos Campeonatos Nacionais universitários que decorreram nas cidades de Braga e Guimarães, sob a organização da Universidade do Minho (UM).
Após 11 dias de competição, a UP garantiu os triunfos nas modalidades de basquetebol feminino, andebol feminino, ténis feminino através de Leonor Matos e ténis de mesa feminino por intermédio de Mafalda Lima.

A UM, a jogar em «casa», conquistou três títulos nacionais nas modalidades de andebol masculino, xadrez por intermédio de Henrique Castro e ténis de mesa masculino através de Joni Sousa.
Académica, Instituto Politécnico de Leiria (IPL) e Instituto Superior da Maia (ISMAI) somaram dois títulos casa. A formação da Briosa venceu no basquetebol masculino e no badminton masculino por intermédio de Nuno Santos. Os leirienses ganharam no futebol e no ténis através de Ricardo Canhão. Os maiatos foram primeiros classificados no futsal feminino e no voleibol feminino.
A Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP) garantiu o êxito no voleibol masculino, enquanto a Universidade da Madeira venceu no badminton feminino por intermédio de Licínia Conceição.
No último dia de competição, estiveram em discussão os títulos de andebol masculino, futsal feminino e voleibol masculino e feminino
No andebol masculino, no Pavilhão Desportivo Universitário de Gualtar, encontraram-se na final as equipas da UM e da FADEUP que proporcionariam um dos melhores jogos do Campeonato, com grande qualidade técnica e táctica. Começaram melhor os portuenses, mas os minhotos reponderam à altura e desde que passaram para a frente do marcador nunca mais largaram a liderança, vencendo por 34-28. No jogo a contar para o terceiro e quarto lugares, a equipa da Associação de Estudantes do Instituto Superior de Engenharia do Porto bateu a Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto por 27-20.
No futsal feminino, ISMAI e Universidade da Beira Interior proporcionaram uma boa partida no Pavilhão de Azurém. A equipa maiata foi superior e o resultado final de 5-2 espelha o domínio das nortenhas. O terceiro lugar foi conseguido pela UM.
No voleibol feminino, o ISMAI venceu na final por 3-1 à UM, enquanto no masculino o triunfo foi garantido pela FADEUP que derrotou o ISMAI por 3-0.

terça-feira, maio 01, 2007

Espinho Campeão!


Ao quarto jogo da final do Campeonato Nacional o Espinho sagrou-se Campeão! Venceu o Vitória de Guimarães por 3 jogos a 1, sendo que festejou o título em território alheio! Parabéns ao Grande Espinho que é uma referência no Voleibol Português.
Quando os jogadores fazíam a festa as imagens captam um senhor, que não era da equipa técnica nem era jogador, que diz: "Somos campeões (...), não é o Benfica, somos nós (...)". Porquê? Não basta ganhar? Não basta o sucesso da vitória? É preciso lembrar as equipas que se deixa para trás? Acho que quando se ganha é preciso mostrar classe. Não me refiro aos jogadores nem à equipa técnica. Simplesmente não gosto de ouvir comentários desse tipo.
Ganhou-se? Festeje-se a vitória! Celebre-se! Porque o mérito é do Espinho. O mérito é de quem ganha! É esse mérito que se tem que enaltecer. É preciso ter classe quando se ganha, mas acima de tudo... respeito. Respeito não só pelo adversário da final, mas por todos os outros. Mesmo que não mostrem respeito por nós há que mostrar que se ganhamos foi porque somos superiores. Ponto final.
A equipa do Espinho fez um grande jogo, mas gostava de enaltecer a inciativa do Hugo Gaspar no último set. Muito da recuperação na recta final do jogo se deu às suas bombas. Mas depois o Vitória tremeu nos últimos três pontos...

Mais uma vez... parabéns ao Espinho!

domingo, abril 29, 2007

Boavista 2 - 1 Porto


Quando vi os jogadores que pisaram a relva durante o aquecimento, pensei que o Porto fosse jogar em 1-4-4-2 losango, mesmo não me lembrando de ter visto Quaresma a jogar na posição 10. Mas isso sería possível na medida em que estavam presentes Adriano, Hélder Postiga, Jorginho e Quaresma. Se jogassem com losango no meio campo talvez jogassem Lucho e Jorginho a interiores, Meireles a pivô e Quaresma mais à frente. Pensei que o Porto se desdobraría num 1-4-3-3 para atacar, mas não foi isso que aconteceu. O Porto jogou num 1-4-3-3 em que Quaresma era o único ala e começou a jogar do lado esquerdo. Postiga e Adriano eram os dois avançados. Era um 1-4-3-3 sem uma geometria simétrica.
O Boavista apresentou-se num 1-4-3-3 em que os dois alas baixavam sempre no campo quando a equipa não tínha a posse de bola, ficando então cinco jogadores no meio campo. Os três jogadores do meio campo dispunham-se num triângulo que variava conforme a atitude da equipa. Se a equipa do Boavista estava sem a posse de bola jogava com dois jogadores atrás de um que ficava mais adiantado. Quando a equipa mudava de atitude o triângulo invertía-se. De resto, no meio campo do Porto acontecía o mesmo, mas o Porto passou muito mais tempo com Raul Meireles atrás de Lucho e Jorginho.
O Porto revelou pouca dinâmica na elaboração do seu jogo e a equipa do Boavista estava mais tranquila e concentrada. O Porto falhava muitos passes, fundamentalmente por parte de Postiga que nunca entrou no jogo.
Quaresma procurou no lado direito aquilo que não encontrou no lado esquerdo, nem durante o jogo todo: desequilibrar. Foram várias as vezes que agiu livremente, comprometendo a equipa.
Apesar da equipa do Boavista parecer mais serena e organizada, nenhuma equipa dominava o jogo. Mas o Boavista marcou após a marcação do primeiro canto do jogo, no qual fiquei com a clara sensação que o Porto marcava há zona. Mas depois apercebi-me que não eram todos os jogadores que defendíam à zona. Os dois centrais do Porto marcavam individualmente. Mas no primeiro canto houve desconcentração total e Ricardo Silva saltou sozinho marcando de cabeça o primeiro golo.
Nos cantos e livres em zona lateral, perto da área do Porto, Bosingwa colocava-se ao primeiro poste, Postiga entre o primeiro poste e o meio da baliza ( talvez para Hélton sair dos postes sabendo que tem mais protecção ) e Cech ao segundo poste. Penso que nestes lances pode falar-se em defesa mista por parte dos jogadores do Porto.
Nos pontapés de baliza marcados pelo guarda-redes do Boavista, Kaz adiantava-se no campo ficando entre o ala esquerdo e o avançado de modo a que houvesse uma disputa igual pela posse de bola. Terá subido Kaz e não Cissé ou Tiago, porque Kaz é mais alto e tínha mais hipóteses de ganhar os lances que disputava e também é conhecida a sua capacidade de antecipação a um lance.
Durante a primeira parte ía pensando que Postiga tínha que sair e talvez pudessem entrar Anderson ou Lisandro já ao intervalo para procurar uma nova dinâmica, uma vez que o Porto não estava a ter um jogo estável. Colocar outro ala em camo podería ser importante.
A partir do momento que o Porto começou a perder passou a recorrer muito às subidas dos laterais, mas nunca houve grande objectividade por parte dos portadores da bola, ou os cruzamentos saíam demasiado longos, como aconteceu algumas vezes com Bosingwa.
Fiquei com a ideia que os laterais do Boavista fechavam no meio quando o Porto atacava. Isto porque o Porto jogava com dois avançados e era perigoso ficar numa situação de dois para dois. Sendo assim, eram os alas do Boavista que pressionavam os portadores da bola que se encontravam perto da linha . Quando a bola estava dum lado, o ala do Boavista que estava do lado oposto preocupava-se muito com o homem que estava na linha e não tanto com o espaço entre ele e o lateral. Se o jogador do Porto abrisse ficava muito espaço entre o ala e o lateral/central do Boavista. Talvez fosse interessante explorar esse aspecto na segunda parte.

Anderson entrou no início da segunda parte, mas a dinâmica continuava a ser reduzida. Anderson não entrou para jogar numa ala, mas sim para deambular pelo campo à procura do melhor sítio para jogar. Esteve muitas vezes no meio a organizar o jogo da equipa. E com Porto balanceado no ataque, o Boavista fez o segundo golo numa transição rápida, por Zé Manel. Os jogadores do Porto começavam a cair muito em individualismos, o que não beneficiava em nada o colectivo. Bosingwa, Adriano e Quaresma perderam muitas bolas à custa de tentativas de resolverem as situaçãoes individualmente.
Lisandro entrou no decorrer da segunda parte para o lugar de Jorginho, mas a sua entrada, bem como a entrada de Anderson fez com que o centro do campo ficasse hiper-povoado e muito confuso. Só Anderson é que conseguía fazer alguma coisa diferente... Sempre de cabeça levantada e à procura do espaço vazio para colocar a bola, mas raramente aparecía alguém a compreender o raciocínio rápido de Anderson.
O Porto beneficiou de um penalti e da expulsão do guarda-redes do Boavista. Conseguiu assim reduzir a vantagem do Boavista sem estar a fazer grande coisa.
Após o golo do Porto Entrou Rentería para o lugar de Cech. O Porto passava a jogar com três defesas, mas a filosofia era semelhante à que se tínha no início de jogo, isto porque Rau Meireles recuava, volta e meia, para ajudar na circulação de bola. Mais perto do fim Bruno Alves já estava a jogar a avançado procurando ganhar as bolas que eram bombeadas para perto da área do Boavista. Isto porque o Porto perdía e agora jogava contra dez. Jesualdo tínha que arriscar.
O Boavista refrescou o lado esquerdo do ataque com a entrada de Marquinho e no fim do jogo trocou Cissé por Essame. Nenhuma alteração estrutural.
Nos últimos minutos a pressão do Porto era maior e as oportunidades de golo surgiram, mas sempre com muita confusão à mistura.
A prova de que o importante não é ter muitas cartas mas sim saber como jogá-las é que o Porto acabou por não conseguir marcar. Perdeu por 2-1.

Constituição das equipas:

Porto- Hélton, Bosingwa, Bruno Alves, Ricardo Costa, Cech, Raul Meireles, Lucho, Jorginho, Quaresma, Adriano, Postiga
Boavista- Peter Jehle, Lucas, Ricardo Silva, Hélder Rosário, Cissé, Tiago, Kaz, Zé Manel, Grzelak, Linz

sexta-feira, abril 27, 2007

Recuperar o Futebol de rua


Apesar da importância que o Futebol de rua tem, ele tem vindo a desaparecer. Isso é uma evidência do que se passa nas sociedades actuais. As preocupações são outras. Repare-se no que Pélé disse quando questionado sobre o que é que ele tínha mais que os outros foras de série para ser ainda mais fora de série. “Tive mais sorte que os outros. A minha rua tínha mais buracos”.

Para reflectir...

Frases


De um líder sem princípios derivam soldados sem convicções e uma indignação generalizada que cria um ambiente irrespirável” ( Valdano )

Esta frase alude à coerência que é fundamental que se tenha numa equipa de Futebol. Uma coerência que mostre aos jogadores que podem contar com o Treinador, uma coerência recheada de regras e rotinas que façam com que os jogadores percebam onde e quando têem liberdade para agir, não se esquecendo nunca dos limites que não devem ultrapassar.

quarta-feira, abril 25, 2007

FADEUP 1 - 2 AVEIRO... Adeus nacional!

Ontem foi o adeus da nossa equipa ao campeonato nacional universitário. Quando jogamos já não tínhamos hipóteses de apuramento para a próxima fase, mas a motivação era grande. Mas o nosso erro: quisemos fazer as coisas rápido demais. Entramos bem, criamos hipóteses para marcar, mandamos bolas ao poste, mas perdemos. Sofremos dois golos em contra-ataque. Mas foi um jogo com muito desportivismo. Gostei de estar presente num jogo assim. Respeito de parte a parte foi a receita para que as coisas corressem bem dentro do campo e para que a arbitragem fosse super normal. Nada comparado com o que acontecera nos jogos anteriores. Talvez para o ano tenha que haver uma preocupação maior com as arbitragens. Não me parece correcto que uma equipa de arbitragem almoce com elementos de uma das equipas do torneio... e pior, que depois favoreça essa equipa de forma descarada, mas isso são contas de outro campeonato. A corrupção acontece mesmo a todos os níveis.
Ontem perdemos bem, apesar de termos feito de tudo para não perder, mas a equipa contra quem jogamos estava ao nosso nível e foi melhor que nós porque aproveitou duas das quatro ou cinco oportunidades de golo que teve. Sem contestação.

Penso que todos os elementos da nossa equipa deveríam ter jogado, uma vez que todos abdicaram de ir às aulas para estarem em Braga durante dois dias. E isso ganha ainda mais força pelo facto de já não termos hipóteses de qualificação após sabermos o resultado do jogo anterior. Mas enfim... é só a minha opinião e nada mais que isso. Um dia será mais que a minha opinião, mas para já não.

Para a organização: se o objectivo é a prática saudável de Desporto e de certa forma um bom convívio entre as Universidades do país, estes dois dias foram um fracasso. Mas se o objectivo for outro, talvez tenham tido alguns ganhos...

segunda-feira, abril 23, 2007

FADEUP 0 - 1 ISEP


Depois de termos ganho o campeonato universitário da zona do Porto, veio o nacional. Começou hoje, e justamente com uma derrota contra uma equipa do Porto. A equipa que representa ISEP ganhou-nos por 1-0. Golo de livre directo, muito bem marcado. Grande golo sem dúvida. A bola entrou mesmo no buraco da agulha e foi um bom momento de Futebol. Mas não era aquilo que nos interessava e como sempre fazemos, corremos atrás do prejuízo, contudo, sem êxito. Tivemos algumas boas oportunidades para marcar. Tivemos mesmo um penalty que não aproveitamos. Fomos melhores durante todo o jogo e desde cedo ficou visível o tipo de jogo da equipa adversária, fundamentalmente depois de se apanharem em vantagem: "A bola chega aqui à defesa e é pontapé pra frente. Não facilita!".

Tentámos fazer o nosso Futebol, com a bola no chão, mas a verdade é que muitas vezes abusámos do Futebol directo procurando a referência no ataque, mas era complicado. Os nossos lances mais perigosos surgiram de boas combinações do lateral com o ala, ou do interior com o ala ou com o lateral por exemplo... Ou seja, quando jogámos mais apoiado causámos mais perigo! Espero que amanhã façamos o mesmo... mais vezes, porque é assim que treinamos. É isso que trabalhamos nas poucas horas que estamos juntos durante a semana. É isso que temos que fazer nos jogos... sempre! Jogar conforme treinamos... e nunca complicar! Porque não somos estrelas. Então, se é melhor marcar ao pé da baliza é melhor do que tentar marcar golos fenomenais. Porque se nos preocupamos em marcar golos de bandeira, não estamos preocupados essencialmente em marcar, mas sim em fazer bonito. E não é isso que interessa.



Uma palavra para o ISEP: jogaram o seu jogo, ganharam e a uma equipa que se ganha não se pode dizer que ganhou por isto ou por aquilo. Mas... um pouco de desportivismo, por favor.

O "fair-play" é uma utopia!


Tenho andado a pensar neste tema há algumas semanas e apenas hoje sinto aquela motivação incessante de me tentar expressar sobre o badalado fair-play. O que é fair-play em português? Penso que desportivismo seja a melhor palavra para descrever essa expressão em inglês.

Bem, hoje em dia o que se passa é que se usa o desportivismo dos outros como arma de falta de desportivismo. Hoje em dia, as equipas que ganham pela margem mínima e que sabem que não podem ir além daquele resultado, que aquele resultado é de certa forma inesperado, fazem de tudo para perder tempo de jogo. Isso acontece mais nos países latinos. Digo isto, porque não me lembro de ter visto algo desse género em Inglaterra por exemplo.
Desportivismo não é estar sempre a mandar a bola para fora quando o adversário está no chão. E isso ganha mais importância nos dias de hoje, porque os adversários que existem neste tempo moderno são adversários mentirosos. A farsa comanda os seus estilos de jogo quando se apanham em vantagem. Tudo é motivo para ficar estendido na relva a pedir que o árbitro pare o jogo. E o árbitro pára... na maior parte das vezes é o que acontece logo na hora. Quando não é na hora é um tempinho depois, porque jogador mentiroso que se preze fica no chão até ao árbitro decidir parar o jogo e reiniciar o jogo com bola ao solo. O árbitro é o maior companheiro deste tipo de jogadores e o maior adversário das equipas vítimas deste tipo de situações. O pior é que todas as equipas usam destas armas, umas de forma mais ostensiva que outras. Mas e depois? É suposto eu ficar calado e não manifestar a minha opinião? Não! O que tem que mudar é o comportamento, a atitude.
Gostava de salientar que não há nenhuma regra no Futebol que indique que a bola tenha que ser colocada fora porque um jogador adversário está no chão a queixar-se de dores. Tem que haver sim desportivismo. Concordo plenamente. Não é isso que está em causa... Mas sim o aproveitamento que se tem tirado desta moda do fair-play. É ridículo. Concordo com o Jorge Jesus: "O fair-play é uma treta!". O desportivismo não o é! E não se esgota em colocar a bola fora de campo quando a integridade física de um colega de profissão é, verdadeiramente, posta em causa. Desportivismo é saber estar no Desporto, é respeitar aqueles que se batem connosco, é saber ganhar e saber perder. Agora, é óbvio que nunca manifestaría um esboço de cinismo ao cumprimentar jogadores que se comportam de forma falsa. Não cumprimento, porque o Desporto para mim merece melhor! E eu não pretendo alimentar falsidades!

segunda-feira, abril 16, 2007

Histórico sem identidade permanente


Todas as épocas parece estar em crise, desde a era galáctica que se diz ter acabado ou estar perto do fim. E essa crise é muito fruto da falta de paciência. Há todo um apoio no grande nome que é Real Madrid, mas nada mais que isso. Contratam-se jovens promissores para aguentarem com a pressão que é viver e jogar permanentemente em pressão, achando que eles vão dar conta do recado. Se um treinador não corresponde às expectativas num curto período de tempo é mandado embora, pensando-se que o problema está no treinador. Todos os anos algo muda. Perde-se identidade clubística se assim se pode chamar. Há uma má gestão. E por trás do treinador? Não haverá toda uma estrutura que de certa forma, “mine” o trabalho do treinador? A forma de pensar no clube, a tal impaciência... Isso não colocará pressão também no treinador? Creio que sim. Quando a estrutura por trás do treinador não consegue resolver os seus problemas a solução é mandar o treinador embora e a solução para outro clube é contratar o treinador que foi despedido. Entra-se assim num ciclo vicioso onde o treinador é o maior culpado pelos maus resultados. Será mesmo assim? Creio que não.

quarta-feira, abril 11, 2007

Eles levam Portugal ao Top


Mourinho e Ronaldo, destaques Portugueses desta Terça-feira de Champions. Mourinho pela estratégia que montou para o jogo contra o Valência. Nunca o Chelsea perdeu identidade. Sofreu um golo, mas jogou sempre na mesma lógica durante o jogo, embora sentisse que o Chelsea precisasse de corrigir algo para levar de vencida a equipa espanhola. Pela tv, vi Mourinho sentado a maior parte das vezes. Os jogadores sabíam o que tínham que fazer, mas a imprevisibilidade do jogo acabou por ditar um momento grande de Essien e assim o Chelsea festeja o apuramento. Mourinho trocou a pior peça do Chelsea ao intervalo (Diarra) e colocando Joe Cole em campo. Essien passou para defesa direito. Assim já não havía muito mais a fazer. Era uma questão de tempo e a segunda parte foi do Chelsea. O Valência não matou o jogo quando o devería ter feito... naquela fase frenética da primeira parte. O Chelsea corrigiu e mostrou que está ali... para dar e vender. E é assim, estamos em Abril e Mourinho já ganhou a Taça da Liga e ainda pode ganhar a Taça de Inglaterra, o Campeonato e a Liga dos Campeões. É obra, tendo em conta todas as contrariedades que Mourinho teve ao longo desta época...

Ronaldo... ele acrescenta algo ao Manchester United. Sem a sua influência, talvez o Man Utd não ganhasse por 7-1 à Roma. É de facto, para mim, o melhor do Mundo neste momento. Procura sempre fazer o mesmo desde o primeiro ao último minuto. Aproveita a velocidade que tem, mas isso não é o mais importante. O mais importante é a forma eficaz como ele aproveita a velocidade que tem. Não tenho palavras para descrever a qualidade que Ronaldo tem, nem o que sinto quando o vejo tocar na bola... É de outro mundo! Portugal tem muito a ganhar com este menino que tem todo o mundo aos seus pés.

Claques (des)organizadas? Não, obrigado!


Hoje no jornal a bola, mais uma crónica de Miguel Sousa Tavares. Escreveu uma coisa que subscrevo inteiramente: "Toda a gente de bom-senso já percebeu que livrar o futebol das claques é, a prazo, uma questão de sobrevivência do próprio espectáculo". As claques buscam um espectáculo diferente do Futebol. Buscam protagonismo... claques organizadas? Não! Essas não existem. O que existe é um aglomerado de pessoas que se dizem organizadas mas cujo único objectivo não é apoiar a equipa, mas sim criar instabilidade no estádio. O exemplo dos Super Dragões na Luz é só um exemplo porque há outros... de todas as claques. Posso mencionar comportamentos menos correctos da Juve Leo, dos Diabos Vermelhos e dos No Name Boys. Ainda esta há dias um repórter romeno foi agredido por "adeptos" de Futebol, se é que assim se podem chamar. Esses "adeptos" pertencem a grupos que têm que ser banidos do Futebol. Até podem existir no futebol, mas não no Futebol. No caso do repórter romeno até pergunto, onde é que está a educação das pessoas? A violência não é o caminho para nada.

Querem claques? Então viajem até aos EUA e vejam o que as cheerleaders fazem. Talvez não fosse preciso estar no estádio com pompons aos saltos e a fazer acrobacias, mas talvez se retire algo de positivo daquela forma de apoiar a equipa. Não generalizo dizendo que não há violência aqui ou ali, que não há comportamentos fora de contexto aqui ou ali, mas de facto, há sítios onde se podem buscar bons exemplos.

O que é bonito no Futebol é a união de diferentes culturas, a partilha de experiências entre pessoas que habitam em diferentes locais, momentos de amizade, de algria, de paixão, de suspense, de êxtase, de fantasia, de sonho e de muitas outras coisas. O Futebol, um jogo tão simples, proporciona tudo isso!

domingo, abril 01, 2007

Petardos


Após o jogo entre Porto e Sporting no Dragão, Miguel Sousa Tavares escreveu num dos pedacinhos da sua crónica no Jornal A Bola que o comportamento do Porto, quer referindo-se aos adeptos, quer a dirigentes ou jogadores, tínha sido exemplar. No dia seguinte li uma notícia que dizía que Porto e Sporting tínham sido multados devido a comportamentos menos próprios dos seus adeptos.

E no jogo da Luz? Quantos petardos foram lançados mesmo? E por quem? O comportamento dos adeptos não terá sido tão exemplar assim... pelo menos no jogo contra o Benfica... não?

O melhor em campo


Para mim, foi Pepe o melhor em campo. De facto um exemplo de jogador. Bolas de trajectória aérea, trajectória rasteira, bolas paradas... era tudo seu! Muita presença no jogo do Porto. Até foi ele que marcou o golo do Porto. Mostrou grandes pormenores que apenas se confinam ao plano do detalhe, mas deliciosos de se ver.

Outras figuras do jogo, do meu ponto de vista foram Hélton ( pelas boas defesas que fez e pela segurança que transmitiu à equipa, fundamentalmente aquela em resposta ao remate de cabeça de Mantorras ), Quim ( pela forma como tirou o golo que tirou a Adriano na primeira parte ), Karagounis ( sempre dos que mais quis fazer essencialmente na primeira parte para mudar o rumo dos acontecimentos ), David Luiz ( muito confiante... muito melhor que Anderson ) e Rui Costa ( foi ele quem ofereceu uma nova dinâmica ao Benfica ).

Menos bem Jesualdo...


É certo que o Porto foi mais organizado na primeira parte, mas não foi avassalador, sendo o Benfica passivo. É certo também que o Benfica foi dominador na segunda parte, sendo avassalador, e que o Porto não foi passivo.
A justificação do Treinador do Porto não me pareceu a mais correcta por parte de um Treinador que saiba aceitar o resultado. Jesualdo referiu problemas de ordem física por parte de Raul Meireles e Paulo Assunção. Ainda referiu que Jorginho não joga regularmente. A minha opinião é muito simples, se não estão aptos não jogam. Se os coloca a jogar é porque crê que eles podem render, ou então porque não tem soluções no plantel. Mas colocando-os em campo não há que criar justificações para o resultado ser o empate.
Acho que acabou um resultado justo, mesmo que o Benfica tenha tido maior domínio na segunda parte que o Porto teve na primeira, mas acabou por ser justo.

A queixar-se de fadiga física ou mental, devería pensar por exemplo em Quaresma que jogou pela selecção nos dois jogos de qualificação para o Euro 2008, assim como Nuno Gomes e Petit.

Benfica - Porto: o que eu vi


As equipas partiram para o jogo como o mesmo sistema táctico, o 1-4-4-2 com os jogadores do meio-campo dispostos em losango. No Benfica jogaram: Quim, Nélson, Léo, Anderson, David Luiz, Petit, Katsouranis, Karagounis, Simão, Nuno Gomes e Miccoli. Quanto ao Porto: Hélton, Bosingwa, Fucile, Bruno Alves, Pepe, Paulo Assunção, Lucho, Raul Meireles, Jorginho, Quaresma e Adriano.

O Benfica jogou de forma diferente em relação aos outros jogos que tem vindo a efectuar. Deu espaço para o Porto circular a bola, não pressionando alto. Pressionou sempre em bloco no seu meio-campo defensivo. Houve momentos pontuais em que Nuno Gomes ou Miccoli pressionaram os defesas do Porto, mas isso não era regra da equipa.
O Porto entrou bem, teve a bola nos pés e quando não a tínha na sua posse fazía o que o Benfica não fazía: pressionava. Quando pressionava o Porto preocupava-se em pressionar os dois homens das faixas laterais Nélson e Léo, uma vez que se sabe que estes dois jogadores têm uma grande apetência para subir no terreno quando a equipa recupera a bola. Quaresma bloqueava a subida de Nélson enquanto Lucho fechava Léo. Mas a verdade é que uma vez ou outra Nélson e Léo lá subíam no terreno.

Pela minha cabeça surgiram algumas perguntas no decorrer da primeira parte, será que o Benfica está a ser dominado?, será que a entrega da posse de bola ao adversário não foi premeditada para aproveitar as transições rápidas?. Mas cedo percebi que a posse de bola não era consentida, uma vez que a maneira que o Benfica procurava sair para o ataque era muitas das vezes precipitada com passes longos ( longos demais ), procurando essencialmente a velocidade de desmarcação de Miccoli. O Benfica não teve sucesso, o que me levou a pensar que o Porto estava de facto a controlar a primeira parte, mesmo que circulasse a bola de forma meio tímida e lenta. A verdade é que progredía no campo e conseguía causar algumas dificuldades ao Benfica.

O Porto esteve bastante organizado na primeira parte e marcou de bola parada. Falta de Katsouranis, livre, erro de marcação de Anderson que se sentiu intimidado pelo aviso do árbitro, e golo de Pepe ( 41 minutos ). Antes disso o Porto tínha tido uma boa oportunidade por Adriano, mas Quim antecipou-se com grande qualidade. O lance mais perigoso do Benfica em toda a primeira parte foi num livre aos 38 minutos marcado por Petit. Muito pouco para quem precisava de ganhar o jogo.

Na segunda parte o Benfica entrou claramente melhor. Entrou com uma atitude claramente diferente e já com Rui Costa em campo que mexeu com o jogo... e de que maneira! Rui Costa trouxe uma maior dinâmica ao jogo do Benfica, quer com os seus passes em largura, quer em profundidade. Era agora o Benfica que asfixiava o Porto e colocava agora muitos jogadores na zona de finalização. Mas foi apenas nos últimos 15 minutos que as grandes oportunidades e o golo do empate surgiram. Derlei, Mantorras, Miccoli e Rui Costa tiveram oportunidades para marcar. Rentería, Lucho e até Anderson que entrou perto do fim também tiveram oportunidades para fazer golo para o Porto, mas o domínio do Benfica foi muito maior. O Benfica conseguiu desorganizar a estrutura do Porto e talvez tenha sido por isso que Jesualdo colocou Rentería para tentar travar o endiabrado Léo, ainda antes do Porto sofrer o golo do empate, uma infelicidade de Lucho que premiou a insistência do Benfica. Hélton apresentou-se em bom plano ao evitar alguns golos.


quarta-feira, março 21, 2007

Daúto Faquirá


Sensato, com discurso coerente. O que disse depois do jogo contra o Benfica revela uma personalidade "diferente" daquela a que muitas pessoas estão habituadas. Não tenciono habituar-me aos discursos da maior parte dos "destrainers portugueses".

Mas então o que disse o Treinador do Estrela? Disse simplesmente que o resultado foi justo e que não se deve questionar a equipa que ganha, porque se ganhou é porque marcou mais que o adversário. Portanto, nada a apontar. O Miguel Sousa Tavares tería algo a comentar em relação a isto claro...

Era bom que os treinadores Moçambicanos olhassem para os bons exemplos que podem seguir e que não continuem a ter os comportamentos inadequados que têm. Estar no Desporto, nomeadamente no Futebol, dave ser considerado um privilégio e não "um meio para" imitar as coisas más, os estilos, a forma de falar pouco adequada.


http://golodeletra.blogspot.com/2006/05/estrelas-no-banco-dato-faquir.html -» para saber um pouco mais sobre o Treinador Português, nascido em Moçambique

Contra o Racismo e a Xenofobia


Hoje é o Dia Mundial da Luta Contra o Racismo e a Xenofobia. Um dia como tantos outros nos quais devíamos estar conscientes para a variedade, a multiplicidade existente no nosso mundo. Não é por hoje ser "o dia" que fico atento ao que acontece no mundo, mas talvez algumas pessoas fiquem atentas hoje, só hoje...

Tanto se fala em raças, mas uma vez ouvi algo com que concordei na hora: "não existem raças, isso está provado cientificamente. Do ponto de vista biológico não há nada que justifique uma divisão em raças". Existe apenas uma raça, a Raça Humana. Somos todos iguais, mesmo que aparentemos ser diferentes na forma ou na cultura. O que importa é que a essência de se ser humano está lá... está aqui, dentro de mim e dentro de quem está onde quer que esteja por esse mundo fora.

Para aqueles que apelido de "racistas camuflados", aqueles que dizem que não são racistas, porque fica bem, mas que no fim são-no tanto como os outros... Talvez viajando, saindo do centrinho, do mundinho limitado em que vivem, conhecendo a terra ao lado, os costumes do vizinho... Talvez assim possam compreender que existem outras pessoas que, embora vivendo de maneira diferente, têm o seu espaço no mundo e merecem ser respeitados, tal e qual como são.


Um dos maiores erros dos dias que correm é julgar os outros tendo em conta a nossa cultura, esquecendo-nos que existem outras culturas. Esse pensamento etnocêntrico não devería ser adequado a este mundo, mas o mundo cada vez é menos redondo e achatado nos pólos, como aprendi na escola quando era criança...