quarta-feira, março 21, 2007

Daúto Faquirá


Sensato, com discurso coerente. O que disse depois do jogo contra o Benfica revela uma personalidade "diferente" daquela a que muitas pessoas estão habituadas. Não tenciono habituar-me aos discursos da maior parte dos "destrainers portugueses".

Mas então o que disse o Treinador do Estrela? Disse simplesmente que o resultado foi justo e que não se deve questionar a equipa que ganha, porque se ganhou é porque marcou mais que o adversário. Portanto, nada a apontar. O Miguel Sousa Tavares tería algo a comentar em relação a isto claro...

Era bom que os treinadores Moçambicanos olhassem para os bons exemplos que podem seguir e que não continuem a ter os comportamentos inadequados que têm. Estar no Desporto, nomeadamente no Futebol, dave ser considerado um privilégio e não "um meio para" imitar as coisas más, os estilos, a forma de falar pouco adequada.


http://golodeletra.blogspot.com/2006/05/estrelas-no-banco-dato-faquir.html -» para saber um pouco mais sobre o Treinador Português, nascido em Moçambique

Contra o Racismo e a Xenofobia


Hoje é o Dia Mundial da Luta Contra o Racismo e a Xenofobia. Um dia como tantos outros nos quais devíamos estar conscientes para a variedade, a multiplicidade existente no nosso mundo. Não é por hoje ser "o dia" que fico atento ao que acontece no mundo, mas talvez algumas pessoas fiquem atentas hoje, só hoje...

Tanto se fala em raças, mas uma vez ouvi algo com que concordei na hora: "não existem raças, isso está provado cientificamente. Do ponto de vista biológico não há nada que justifique uma divisão em raças". Existe apenas uma raça, a Raça Humana. Somos todos iguais, mesmo que aparentemos ser diferentes na forma ou na cultura. O que importa é que a essência de se ser humano está lá... está aqui, dentro de mim e dentro de quem está onde quer que esteja por esse mundo fora.

Para aqueles que apelido de "racistas camuflados", aqueles que dizem que não são racistas, porque fica bem, mas que no fim são-no tanto como os outros... Talvez viajando, saindo do centrinho, do mundinho limitado em que vivem, conhecendo a terra ao lado, os costumes do vizinho... Talvez assim possam compreender que existem outras pessoas que, embora vivendo de maneira diferente, têm o seu espaço no mundo e merecem ser respeitados, tal e qual como são.


Um dos maiores erros dos dias que correm é julgar os outros tendo em conta a nossa cultura, esquecendo-nos que existem outras culturas. Esse pensamento etnocêntrico não devería ser adequado a este mundo, mas o mundo cada vez é menos redondo e achatado nos pólos, como aprendi na escola quando era criança...


sexta-feira, março 16, 2007

Gesto técnico correcto?


Não existe o gesto técnico correcto. Uma habilidade pode ser executada de várias formas, desde que seja efectuada com eficácia. É minha maneira de ver. O que se deve procurar é procurar uma forma de melhorar a qualidade técnica que pode ser variada. As crianças têm potencialidades e desenvolvem-se de forma diferenciada. O treinador deve ser capaz de guiá-las e não de proibi-las. Guiar parece ser o caminho certo.

terça-feira, março 13, 2007

Bons e maus enganadores


Existem jogadores que usam as suas qualidades para enganar os adversários. Mentem sim, mas fazem-no exclusivamente para ludibriar o adversário e para dar espectáculo. Jogadores assim recomendam-se. São os Kákás, os Ronaldinhos, os Quaresmas, os Cristianos Ronaldos, os Ibrahimovics...

Mas também há outros jogadores que enganam. Esses não usam sempre as suas qualidades técnicas para enganar. Apenas de vez em quando, e tudo porque são maus mentirosos. Mentirosos porque não se preocupam sempre com o adversário, mas preocupam-se muitas vezes em enganar o homem do apito. Ora, por alguns comentadores que não sabem o que estãoa comentar, são jogadores experientes. Será que esse enganar é sinal de experiência? Ou será apenas manha? Eu desde sempre admirei e continuo a admirar o desporto limpo (se bem que cada vez exista mais pó no desporto). Não considero que o jogador que caia ao mínimo toque seja experiente. Experiente é (e apresentando apenas uma definição curriqueira) aquele que consegue analisar o jogo e responde da melhor maneira às situações que lhes são colocadas, muitas vezes de forma acertada. Esse sim aproxima-se mais do jogador experiente. E não é preciso estar no fim da carreira para se ser experiente. Isso sería o mesmo que pensar que Mourinho não é experiente, quando comparado por exemplo com Quinito... Não tem nada a ver!

Considero Káká, Drogba, Essien, Cristiano Ronaldo, Guti, jogadores experientes. Porquê? Porque têm a experiência de jogar regularmente em clubes de top e bebem da melhor informação do Mundo.

É importante que não se confundam conceitos.

sexta-feira, março 09, 2007

O ignorante...


O Ignorante não é aquele que não sabe porque não pode. O ignorante é aquele que não é capaz de interpretar o que lhe é dito, por mais que lhe seja dito. Ignorante é aquele que nunca será capaz de descer daqueles poucos centímetros que o separam dos outros, quando na verdade, o que devería acontecer era sim um movimento ascendente da pessoa que se sente por cima. O ignorante não é capaz de captar, analisar, perceber. O ignorante não muda a sua forma de agir. Pior, por vezes até pode vir a admitir que não está certo, mas as suas acções serão aquelas para sempre. O ignorante, definitivamente não muda. Não será uma visão muito reducionista? Penso que sim. Sería ignorante se pensasse que o ignorante nunca pudesse mudar. Talvez o ignorante possa mudar um dia. Há sempre uma possibilidade, uma porta aberta para quem quer mudar. Nunca se devem fechar essas portas a quem mostra que está disposto a fazer sacrifícios para mudar. Contudo essa mudança é pouco provável. O cúmulo da ignorância é pensar que se pode entrar na mente alheia e decidir pela pessoa em questão. Pensar que somos capazes de pensar pelos outros. As pessoas são diferentes e não há fórmulas para lidar com fulano, cícrano ou beltrano. Se houvesse fórmulas gerais para tudo não era preciso existirem pessoas que não são ignorantes, uma vez que aplicar fórmulas é simples. É só substituir os valores. Isso o ignorante é capaz de fazer. O que o ignorante não é capaz de decifrar é a fórmula específica para cada situação, se isso existir... E não é preciso ser cientista, matemático ou físico. Só é preciso uma coisa terrivelmente simples: estar atento ao que nos rodeia e aos sinais que as pessoas nos dão. A vida é um mundo de sinais emitidos que têm como destino receptores. Cabe ao receptor interpretar sem ignorância. Parece simples não?

terça-feira, março 06, 2007

Educação? Formação? E civismo?


Ontem e hoje tiveram lugar algumas apresentações de monografias na "minha" Faculdade de Deporto. Ontem, enquanto estava a ver uma das sessões da manhã, dispersei e comecei a reparar na falta de civismo e ética de alguns colegas meus. Sim, porque infelizmente tenho que os considerar como meus colegas, porque estudam debaixo do mesmo tecto que eu. A verdade é que reparei em alguns aspectos que me fizeram pensar que há coisas que não se aprendem na escola... aprendem-se em casa. Como diz o Professor Manuel Botelho "eu tive pai e mãe". E é verdade. Subscrevo inteiramente. A educação recebe-se é em casa. E muitos colegas não têm educação. Chegar tarde a uma apresentação e ainda por cima bater a porta e faz barulho com a cadeira. Não aconteceu uma vez, aconteceram várias, com alunos que entravam e saíam no auditório. Isto para não falar daqueles que estavam sempre a conversar. Se não querem estar presentes, não estejam. Simples. Por isso é que não concordo com o facto dos professores "marcarem faltas" nas aulas teóricas, ou se se preferir, registar as presenças... Eu normalmente vou às aulas todas e o facto de escrever que não sou muito de acordo com o facto de se registarem as presenças até pode-me ser "prejudicial". Mas nunca o sería. Nunca o sería porque não é na Faculdade que se é melhor que os outros, não é nos livros, quando se tem mais uma ou outra décima e se consegue chegar ao 18. Até porque muitos têm notas assim copiando. Os melhores surgem depois. São aqueles que serão capazes de aplicar os conhecimentos que adquiriram na Faculdade. Por isso é que penso que a culpa da situação é um pouco de todos. Dos alunos, porque quando vêm para a Faculdade já deveríam saber mais ou menos o que é viver em sociedade, dos pais que relegam o papel da educação para a escola e dos professores que adiam o sentido de responsabilização dos alunos "obrigando-os" a frequentar as aulas que supostamente os alunos pensam que são aquelas às quais não precisam ir. Talvez se eles não forem às teóricas num ano, irão no ano seguinte. Talvez se reprovarem num ano, apercebem-se que devem mudar de comportamento no ano seguinte.


É uma opinião simples, mas penso que pode ser alvo de reflexão de todas as partes.