sábado, outubro 11, 2008
Formação
Formação
Weineck refere ainda que “(...) até aos 10 anos é impossível afirmar, com certeza, se a criança vai ser um nadador, um futebolista ou um tenista (...)”. Isto precisamente porque depois da barriga da mãe, vêm as barrigas da família e da sociedade. Portanto, há múltiplos factores que interferem no desenvolvimento dos talentos. Sendo assim, o processo requer tempo para se realizar. “O que se fez ontem tem que estar ligado com o que se fez antes de ontem e com o que se vai fazer amanhã”. E é necessário um enquadramento teórico, que não se esgota na configuração total, mas há uma necessidade dessa configuração teórica.
Dos 4 aos 18 anos existem dois níveis:
dos 4/5 até aos 13/14;
depois dos 13/14.
Devemos ter em conta que o indivíduo é a condição essencial, mas que não nos podemos esquecer de uma configuração da equipa. No primeiro nível, os jogadores não devem preocupar-se em jogar, respeitando a algumas regras. O professor/treinador é que deve saber com profundidade tudo sobre Futebol e deve entender também os défices de circunstância que os jogadores apresentam. Por isto se diz que o processo de construção da equipa acontece não conscientemente. Há medida que o processo passa a ser marcadamente intencional. Isto porque passa a haver uma capacidade de abstracção.
Formação e futebol: mais do mesmo
sábado, setembro 20, 2008
2 - 1
Dominar o jogo é essencial, mas é importante não se perder de vista aquela identidade que se pretende implementar. Se nem sempre as coisas saem como se pretende é importante tirar notas que nos recordem dos aspectos que têm que ser melhorados.
Um momento importante nos jogos de iniciados são os lançamentos de linha lateral. Nunca se pode baixar a guarda e a concentração tem que ser permanente (a concentração treina-se!). A pressa é inimiga da perfeição e quando se ganha há que ter paciência, aproveitando as pausas para pensar na melhor solução (que pode ser jogar rápido, se o colega estiver sozinho ou lento, se a equipa adversária estiver organizada)
É natural que nem sempre as coisas saiam, contudo, quando o tempo de treino é curto não há tempo para treinar tudo. E se o tempo é curto, torna-se cada vez mais importante treinar a forma como se pretende jogar. Os problemas irão surgindo com a competição e nos próprios treinos. O que é importante é aproveitar esses momentos para melhorar esses mesmos aspectos, em treino e em competição.
O mais importante é sempre a superação. Estar a perder e virar o jogo é sempre benéfico para a confiança de uma equipa. Se for uma auto-hetero-superação, tanto melhor. A reacção aos momentos de adversidade deverá acontecer em conjunto e nunca num caso isolado. É bastante importante que um jogador não procure “resolver” sozinho. É importante que os jogadores que têm tendência para resolver sozinhos, reconheçam quando devem fazer o passe, nunca privando a liberdade do jogador. Contudo, é importante que não se esqueça que “o jogador deve ser livre de agir, mas não deve agir livremente”. Fintar faz parte do jogo, mas não pode comprometer a organização colectiva. É importante então perceber quando se pode fintar e quando o passe é benéfico, porque ao fim ao cabo, a bola corre mais que o jogador.
É verdade que o importante é impor sempre uma determinada forma de jogar com identidade, contudo, o jogo é imprevisível e dum erro de um jogador pode nascer um golo. Depois é preciso reagir a esse golo, sem perder de vista os princípios de jogo.
terça-feira, junho 10, 2008
Torneio de Vila das Aves - Reflexão: parte 1
- em nenhum momento, na preparação para o torneio, foi possível ter todos os jogadores disponíveis num treino;
- expectativas elevadas para o torneio;
- a conversa antes do início do torneio.
A preparação para o torneio quase que não existiu. Aqui ou ali fomos tentando colmatar esse aspecto nos treinos, mas sempre de forma separada e nunca tendo o grupo todo junto. Por exemplo, o Fábio só treina às quintas e o Bernardo só treina às terças. O Noronha não treina com os Infantis de competição e o Staff e o Gonçalo treinam com outro grupo de Infantis durante a semana. Outro aspecto: se para outros torneios foi mais fácil reuni-los, neste isso também não foi possível muito devido ao facto de já se estar a pensar nas equipas de competição para o ano. Na última semana de treino tive dois momentos em que pude ter alguns miúdos (seis e sete). Esses momentos foram 3ª e Sábado, sendo que os 7 nunca foram os mesmos. Se na 3ª esteve presente o David e o Noronha, no Sábado isso não aconteceu. A falha terá passado muito por mim, que não fiz pressão para que houvesse um (ou dois) treino(s) extra.
Relexão: parte 2
1ª - para lhe mostrar que confio nele e para que, dessa forma, ele seja capaz de jogar tal como treina;
2ª - devido ao problema que o Bernardo tem no calcanhar (Doença de Sever) e que o tem condicionado.
O Bernardo é o melhor avançado que temos, contudo, na formação há que não pensar no imediato. Eu acredito nisso e o facto de o deixar de fora, fez com que baixasse um pouco as expectativas para o torneio. Isso não aconteceu só por causa do Bernardo estar condicionado, mas também porque sabía que as interacções entre eles poderíam não ser as desejadas, porque treinaram muito pouco juntos. Apesar de já se conhecerem têm treinado separados e isso condicionou-nos fortemente.
Até Sábado, a equipa que tínha definido era a seguinte: David, Santiago, Noronha, Tiago, Fábio, Gonçalo e Edu. Basicamente a equipa que ganhou os outros dois torneios anteriores (Hummer e Hernani Cup), com a alteração do Bernardo. Contudo, Tínha a dúvida relativamente ao Tiago e essa dúvida transformou-se em certeza no Sábado, porque o Tiago não foi treinar. Optei então por colocar o Fábio de início a médio-centro, já que é lá que ele tem treinado. Recordo que ele começou a gostar de jogar nessa posição devido ao meinho de 4+apoio x 2. O gostar foi fundamental para o êxito do Fábio, porque a metáfora desse meinho serviu muitas vezes para que ele compreendesse que tínha que "distribuir", como ele próprio diz muitas vezes e voltou a fazê-lo no torneio da Vila das Aves.
Anunciei então a equipa (David, Santiago, Rodri, Fábio, Gonçalo, Staff e Edu) depois da conversa que tive com eles no balneário. Nessa minha intervenção, foquei os apectos que considerei fundamentais. No futebol, o momento é bastante importante. Quando cheguei ao estádio, tentei que nada me escapasse. Reparei no envolvimento e vi toda aquela miscelânia de cores. Toda aquela diversidade, todo aquele movimento há-de afectar o estado de espírito dos miúdos. De certeza que mexe com eles de alguma forma e de certeza que uns reagirão melhor que outros. Esse foi um dos aspectos que referi. Os outros aspectos foram os seguintes:
Nem todos poderíam jogar o mesmo porque o torneio era classificativo (alterei essa filosofia no decorrer do primeiro jogo, uma vez que já não teríamos hipóteses de disputar o primeiro lugar);
Quem não jogasse tería que estar a torcer pelos colegas e não a procurar defeitos nos seus desempenhos, porque falar quando se está de fora é bem mais fácil do que fazer as coisas dentro de campo;
A importância de respeitarmos os nossos princípios, a nossa forma de jogar e de não imitarmos os adversários (um aspecto que condicionou a nossa forma de jogar, nomeadamente as reposições de bola dos guarda-redes foi o facto da do guarda-redes ser delimitada por uma linha transversal às duas linhas laterais, o que fazía com que fosse muito fácil à equipa adversária pressionar nas reposições de bola e a única solução para o guarda-redes era chutar para a frente, procurando um colega nas alas... mas os pontapés aconteceram mais para o centro do campo, porque em situações de maior pressão o guarda-redes não tínha descernimento para optar por uma solução melhor. Não está habituado a tal).
Falei da sub-dinâmica entre médio-centro e defesas (quando um defesa sobe para atacar, o médio-centro deve ficar mais recuado).
Reforcei a importância de jogarmos abertos (aludindo à importância que os alas têm nesta sub-dinâmica da equipa) quando temos a posse da bola para que tivessemos mais espaço para jogar e que deveríamos jogar mais perto uns dos outros quando os adversários não tivessem a bola;
Reforcei ainda a importância de termos que guardar a bola para nós, jogando de pé para pé. Nesse sentido, mostrei um vídeo curto de um jogo entre Barcelona e Liverpool em que o Barcelona trocou a bola durante dois minutos sem que o Liverpool tocasse na bola. Fui tocando em aspectos que estão bem patentes no vídeo como o facto de termos que "virar o jogo quando há muita confuão" (retirar a bola da zona de pressão) e de que o guarda-redes também é um elemento importante quando pretendemos que isso aconteça e não há colegas para jogar à frente (linhas de passe).
Por último, alertei para o facto dos avançados terem que estar do lado da bola, apoiando o colega que tem a posse da mesma, dizendo que os deslocamentos deveríam ser transversais ou longitudinais no sentido da baliza adversária (claro que com uma linguagem adaptada aos miúdos).
Depois dessa pequena intervenção as minhas expectativas elevaram-se um pouco, porque senti-os confiantes para o primeiro jogo. Começámos a ganhar 1-0, mas não fiquei eufórico, uma vez que o golo resultou de uma jogada individual do Noronha. Estava mais preocupado em interagir com o Fábio dizendo que ele tería que ficar mais recuado quando um dos defesas subisse para atacar, mantendo-nos assim em segurança, até porque o Moreirense jogava com dois avançados. O Fábio esteve bem quando o Noronha subía, contudo, as situações de igualdade numérica foram muitas, porque o Noronha procurou muito as jogadas individuais e na maior parte das vezes perdeu a bola no meio-campo ofensivo. Os alas não recuperavam a tempo, o que nos deixava muitas vezes num 2x2 ou até num 3x2, que era mais perigoso. No entanto, considero que os maiores problemas acontecíam quando o Noronha não subía, ou seja, quando perdíamos a bola no meio-campo ofensivo e o Fábio não era capaz de recuperar a posição. Insisti bastante com ele nesse aspecto e ele foi melhorando isso ao longo dos jogos.
O facto de estarmos a jogar contra uma equipa de competição aumentava a necessidade de nos superarmos como equipa, mas isso não aconteceu. Quer o Gonçalo quer o Noronha estiveram bastante individualistas no primeiro jogo e isso custou caro. É certo que os primeiros dois golos do Moreirense foram algo esquisitos, contudo depois disso ainda sería possível virar o jogo. Contudo não foi isso que aconteceu. Os erros foram-se sucedendo e isso afectou o colectivo. É importante realçar que a sub-dinâmica dos defesas esteve deficiente e isso ficou evidente nos últimos golos que sofremos. O facto de terem treinado pouco juntos, com todos os colegas, contribuiu bastante para isso, do meu ponto de vista.
No fim do jogo, foquei estes aspectos e disse que a partir daquela altura teríamos que fazer o melhor possível. Reforcei o facto de já não dependermos de nós, mas de ser importante tentarmos jogar em equipa, porque só assim as coisas poderíam correr melhor.
O Noronha chorava, o que achei perfeitamente natural. Para além de ter perdido e de ter tentado resolver as coisas sozinho (ou seja, não da melhor maneira...!), tínha sofrido algumas entradas duras.
Reflexão: parte 3
O facto de estarmos a jogar contra uma equipa de competição aumentava a necessidade de nos superarmos como equipa, mas isso não aconteceu. Quer o Gonçalo quer o Noronha estiveram bastante individualistas no primeiro jogo e isso custou caro. É certo que os primeiros dois golos do Moreirense foram algo esquisitos, contudo depois disso ainda sería possível virar o jogo. Contudo não foi isso que aconteceu. Os erros foram-se sucedendo e isso afectou o colectivo. É importante realçar que a sub-dinâmica dos defesas esteve deficiente e isso ficou evidente nos últimos golos que sofremos. O facto de terem treinado pouco juntos, com todos os colegas, contribuiu bastante para isso, do meu ponto de vista.
No fim do jogo, foquei estes aspectos e disse que a partir daquela altura teríamos que fazer o melhor possível. Reforcei o facto de já não dependermos de nós, mas de ser importante tentarmos jogar em equipa, porque só assim as coisas poderíam correr melhor.
O Noronha chorava, o que achei perfeitamente natural. Para além de ter perdido e de ter tentado resolver as coisas sozinho (ou seja, não da melhor maneira...!), tínha sofrido algumas entradas duras.
No jogo seguinte o marcador sofreu algumas oscilações, começámos a perder (1-0), depois estivemos a ganhar (2-1) e depois voltámos a cometer erros e perdemos 5-3. Foi na segunda parte desse jogo que decidi que iría dar mais tempo de jogo aos que tínham jogado menos. O Vizela também jogava com dois avançados e o facto de nos pressionarem levou a que acontecesse o mesmo que aconteceu no primeiro jogo. Embora o David já jogasse mais a bola para as alas, os jogadores da equipa adversária tínham mais atitude e ganhavam as disputas de bola. De facto, é mesmo urgente que haja competição no escalão de escolas, mas em futebol de sete!
O Vizela também era de competição, assim como o nosso adversário seguinte, o Boavista contra quem perdemos 3-0 (três golos sofridos pelo André que não tínha qualquer hipótese de defesa em nenhum deles... mas eu não o retirei do campo, deixando-o o jogar o jogo todo como prémio pela excelente primeira parte que fez.).
Nestes três jogos uma coisa ficou bastante clara: as equipas de competição que jogaram contra nós tiveram mais atitude. O Boavista e o Moreirense não jogavam melhor que nós, mas corríam mais e chegavam mais rápido à nossa baliza e isso no imediato é benéfico para ganhar jogos. Gostava de fazer aqui uma referência à equipa do FC Porto contra quem jogámos a seguir. Eram todos pequenos, mas percebi claramente que sabem jogar e a grande maioria dos miúdos deve ser de 1998. Jogavam muito à base do engano sem nunca esquecer o colectivo. Apresentavam sim défices de circunstância em relação a nós e às outras equipas contra quem jogaram. Mas pensar no imediato não é o mais correcto quando se trata de formação. O pensamento deve ser a longo prazo e nas equipas com condições para tal deve pensar-se em formar para ganhar.
Os jogos contra FC Porto e Pinheirinhos de Ringe foram os mais fáceis e ganhámos com alguma naturalidade. O plano do detalhe esteve mais evidente nestes jogos, mas reforcei a importância de privilegiarmos o colectivo, retirando quem estava a abusar em iniciativas individuais descontextualizadas. Incentivei sempre os pormenores técnicos, porque considero importante reforçá-los no momento. Mas o importante é que esses pormenores não se tornem descontextualizados relativamente aos princípios da equipa.
Uma coisa ficou evidente: nos momentos de maior pressão, contra equipas de competição, sentimos grandes dificuldades e o facto de ter mudado a filosofia que trazia para o primeiro jogo foi um aspecto fundamental para que não ganhassemos, por exemplo ao Boavista. Fizemos uma primeira parte muito boa, porque jogámos como equipa, procurando as soluções para os problemas do jogo em conjunto e não de forma isolada. Dado que a pressão surge com a competição considero fundamental que se fomente a competição nos treinos, uma vez que neste momento não há competição para o escalão de escolas. Até que ponto não sería benéfica uma competição mais informal?
A minha experiência pessoal
Em certas alturas, senti-me incapaz e isso só me pode orientar para um sentido: procurar melhorar mais mais e mais. Depois de ter ganho dois torneios só pensava "eles ficaram mal habituados e eu também, porque a realidade é esta". Contudo, sei que este grupo podería ter feito melhor se eu não tivesse mudado a filosofia. Assumo as minhas responsabilidades. No entanto frisei várias vezes após os jogos que perdemos que tínha a certeza que eles eram capazes de melhor e que por vezes as coisas não correm como queremos e que também é importante perdermos para que saibamos lidar com algumas situações quando estivermos em vantagem nos jogos. "Assim como não deixar que o adversário nos roube a bola, é importante não deixar que ele não nos roube o resultado", como disse... e nós deixámos que o adversário nos roubasse o resultado duas vezes (contra Moreirense e Vizela). Sería muito mais bonito ter só sorrisos no fim deste torneio, mas as coisas não correram bem e temos que saber sentir o sabor amargo da derrota para que isso não se repita com muita frequência no futuro. Falo obviamento de jogadores e treinadores...
segunda-feira, junho 02, 2008
Vila das Aves - A semana de treinos antes do torneio
domingo, maio 18, 2008
Barrigas da mãe, da família e da sociedade
Mencionei Weineck, por causa das capacidades coordenativas. Frade afirma muitas vezes que as crianças têm que dominar o seu corpo primeiro e eu acredito que é através do desenvolvimento das capacidades coordenativas que as crianças podem conhecer melhor o seu corpo. Weineck refere ainda que “(...) até aos 10 anos é impossível afirmar, com certeza, se a criança vai ser um nadador, um futebolista ou um tenista (...)”. Isto precisamente porque depois da barriga da mãe, vêm as barrigas da família e da sociedade. Portanto, há múltiplos factores que interferem no desenvolvimento dos talentos. Neste sentido, o processo requer tempo para se realizar. “O que se fez ontem tem que estar ligado com o que se fez antes de ontem e com o que se vai fazer amanhã” (Frade, 2007). E é necessário um enquadramento teórico, que não se esgota na configuração total.
sábado, maio 17, 2008
Espírito de Vitória
Formação
Muito mais que dentro das 4 linhas
sexta-feira, março 21, 2008
Aspectos da formação
Paulo Sousa refere ainda aspectos como a liberdade, responsabilidade e ainda a afectividade dos pais como forma dos miúdos se sentirem confiantes para continuarem as suas aventuras nos seus clubes, visto que por vezes os miúdos têm que sair das suas cidades para viver noutros locais. Foi o que aconteceu com Paulo Sousa, por exemplo, e é o que acontece com imensos miúdos hoje em dia que vão jogar para o Sporting, por exemplo.
Quando se refere à liberdade e à responsabilidade, acredito que Paulo Sousa toca numa questão central. É sabido que muitos possíveis talentos se perdem fora de campo, daí que seja importante perceber de facto o que se passa na cabeça dos miúdos e no ambiente que os rodeia. Por mais que tenham potencialidades especiais que os diferenciam dos demais, muitos se deslumbram com o enredo formado à sua volta. Em muitos casos tudo faz com que eles pensem que serão futuras estrelas. Tudo que já foi referido anteriormente, mas neste caso especialmente empresários e os próprios pais põe coisas nas cabeças dos miúdos. O que acontece é que os miúdos usam a liberdade que têm e não aprendem o que é ser responsável. Eu não tenho dúvidas que os grandes jogadores souberam associar à liberdade um elevado grau de responsabilidade.
quarta-feira, março 19, 2008
O problema não é o físico!
Mas o problema actual (diz-se) que é o físico e que o Benfica vai aproveitar esta pausa para repôr os níveis físicos. Será? Que tipo de treino é que se fará nestes dias? Não sería mais interessantes treinar comportamentos? Porque no fundo é isso que pretendemos que se veja quando a nossa equipa joga. "Eu treino o que quero que a minha equipa jogue". E numa equipa de futebol, um jogador deve saber o que é que o colega fez para responder de determinada forma. Não é através do treino dito físico que se resolvem as coisas. O físico é sempre um escape quando as coisas correm mal, mas o engraçado é que as coisas não melhoram, e ninguém percebe porquê... as pessoas insistem em não perceber porquê! Arrisco mesmo a dizer que o Benfica não vai conseguir cumprir nenhum dos dois objectivos que tem para esta época. Nem 2º lugar no Campeonato, nem Taça de Portugal. Mas veremos no fim da época se o treino físico numa paragem de campeonato de 15 dias resultou.
Prioridade ao físico (?)
PEDRO RIBEIRO
"Numa altura em que a época entra na sua fase decisiva, a equipa técnica liderada por Fernando Chalana está a envidar esforços no sentido de os jogadores apresentarem os melhores índices físicos para o que resta do Campeonato e, também, da Taça de Portugal.
Ontem, isso foi evidente durante o treino, com a primeira parte da sessão a ter o físico como tema central dos primeiros exercícios, ainda que os mesmos tenham sido realizados na companhia da bola.
As preocupações com o físico têm sido evidentes por parte de todos quantos estão ligados ao Benfica, e esse foi um dos sectores "reforçados" durante a recente remodelação da estrutura técnica, passando a haver dois especialistas na área: o fisiologista Bruno Mendes assumiu o cargo de preparador-físico, sendo coadjuvado por João Tralhão (promovido da formação). Alterações realizadas aquando da saída de José António Camacho e às quais não será alheia, certamente, a quebra entretanto registada pela equipa, e reconhecida pelos próprios atletas, conforme expressou Nuno Gomes, após o segundo embate com o Getafe. "Há que admitir que, fisicamente, não estamos tão bem quanto desejávamos, e isso não é só devido às lesões", declarou, na altura, o capitão.
A actual paragem competitiva de 15 dias permitirá que o objectivo de melhorar o físico seja alcançado a tempo de serem atingidos os objectivos traçados: segurar o segundo lugar e vencer a Taça de Portugal.
Quatro preparadores ao longo desta época
As mudanças técnicas operados no Benfica ao longo desta temporada têm tido, obrigatoriamente, consequências na preparação física dos atletas.
Os encarnados iniciaram a pré-época com Fernando Santos a liderar uma equipa técnica que tinha em Bruno Moura o responsável pelo "cabedal" dos atletas. Quando saiu, logo no rescaldo da primeira jornada (após empate com o Leixões), Fernando Santos levou consigo o filho de Rodolfo Moura para o PAOK de Salónica.
José António Camacho assinou pelo Benfica em Agosto e recuperou a equipa técnica com quem já tinha trabalhado na primeira passagem pela Luz. Nesse sentido, Fernando Gaspar voltou a assumir a preparação física dos jogadores encarnados, deixando o cargo na semana passada.
Promover Bruno Mendes e João Tralhão foi a solução encontrada pelos encarnados, assumindo ambos a preparação física do plantel até final da época."
quarta-feira, janeiro 30, 2008
"nem com xeltox isto acaba"
Li este comentário algures e pretendi comentar. Moutinho não é fora de série? Que o pensem tudo bem. Agora que argumentem isso com base na sua altura ou na sua "finura" acho um bocado ridículo. Senão pensem em Fabregas, Pirlo, Xavi, Iniesta, David Silva... são todos atletas? Saltam todos mais que os outros? Correm mais que os outros? Não. Jogam (muito!) mais. Aí é que está a diferença. Quando uns fazem uso do físico eles chegam mais cedo, lêem o lance mais rápido, fazem jogar a equipa, sabem onde têm que estar, quando têm que estar e dão mais velocidade à bola com um simples passe.
O argumento da altura e da quantidade de fibras nos músculos não faz sentido. O senhor que disse que Moutinho não é um fora de série de certeza que não viu o passe que ele fez para o Liedson no último Sporting-Porto. E eu não sou Sportinguista...
Como diría alguém que eu conheço: "isto nem com xeltox acaba"!
domingo, janeiro 20, 2008
1º Torneio Internacional Juvenil de Futebol-7 – Hernanicup – 2008
"A Escola de Futebol Hernâni Gonçalves vai organizar nos dias 4 e 5 de Fevereiro (2ª e 3ª Feira de Carnaval) de 2008, nas instalações do Nosso Campo no Porto o 1º Torneio Internacional Juvenil de Futebol-7 – Hernanicup – 2008. Este é um evento de grande envergadura organizado pela Nossa Escola e que irá contar com a participação de 24 equipas portuguesas (FC Porto, Boavista Leixões, Trofense, Imortal de Albufeira, etc.) e estrangeiras (Cartagena - Espanha), distribuidos pelos escalões de Escolas, Infantis e Iniciados, que irá envolver cerca de 500 pessoas entre jogadores, técnicos, organizadores e dirigentes."
Este é um verdadeiro incentivo ao Futebol de 7 nos escalões de formação. Num tempo em que quase todos os clubes defendem que miúdos dos escalões de escolas devem jogar em campos de futebol de 11, é de valorizar este tipo de iniciativas que vão contra a maré.