quarta-feira, novembro 21, 2007

Euro sem Cristiano Ronaldo não sería Euro!


Portugal ainda assustou. Era previsível. Não sería Portugal se não estivesse até ao fim à espera que o apuramento chegasse vindo dos céus. Mas desta vez, foi diferente. Portugal procurou marcar, a vontade estava lá. Mas a verdade é que, do meu ponto de vista não houveram assim tantas oportunidades de golo flagrantes. A única diferença em relação ao jogo contra a Arménia foi a atitude. Mas apesar do empenho e de alguns momentos em que Portugal dominou claramente o jogo não conseguiu marcar. Trabalhava muito bem em largura, mas nem sempre conseguía aproveitar essas oscilações para aproveitar os espaços momentâneos deixados pelos jogadores da Finlândia e progredir em profundidade. Quaresma voltou a não estar muito bem, mas ninguém faz o que ele fez a dez minutos de uma qualificação para um campeonato da europa. Aquele toque de calcanhar foi fantástico. Bosingwa, Veloso, Meira e Maniche (que não sei por que razão é que saiu...) fizeram um bom jogo, mas o melhor em campo foi mesmo Pepe. Naturalizações à parte Portugal tem um grande central.

De facto, a qualificação foi atingida, com sofrimento, mas foi. Portugal perdeu 16 pontos nesta campanha, algo que para mim era impensável. Mas como disse o Cristiano Ronaldo, a Itália também se apurou na última jornada, a Inglaterra nem sequer se apurou... não foi só Portugal que teve dificuldades, é verdade, mas há que não esquecer que a Itália esteve no grupo da França e Portugal esteve no grupo de Sérvia, Finlândia e Polónia que não me convenceram. Portugal esteve und furos abaixo e é preciso dizê-lo. Agora de nada vai valer pensar nas dificuldades pelas quais Portugal passou para se apurar. Mais vale encarar o futuro com o pensamento de que a qualificação foi atingida e o que ficou para trás, ficou. Os portugueses têm muita tendência para se lamentarem e para ficarem a pensar no que aconteceu. Já foi. Agora vem o Euro e é aí que Portugal tem que se apresentar ao máximo. Ganhar? Porque não? Mas é preciso voltar a fortalecer o grupo que parece-me ainda debilitado. Scolari percebe muito disso, mas para esse fortalecimento muito contribuiría o regresso de Figo à selecção, que acredito que vai mesmo acontecer. Na verdade, parece-me mais que óbvio.

Beckham, Gerrard, Lampard, Rooney e outros eliminados


Dizem por aí que um treinador tem que estar presente nos bons e nos maus momentos. É o que vejo em Mourinho, Leo Beenhackker, Erikson, Ferguson, Wenger... São apenas exemplos que me recordo neste momento.

Depois de Portugal estar qualificado mudei de canal e estava a dar o Croácia-Inglaterra em que a Inglaterra já perdía por 2-3 em Wembley, resultado que afastava os Ingleses do Euro 2008. O treinador de Inglaterra, Steve McCLaren bebía água, sentado no banco, quando a equipa estava prestes a ser eliminada. Primeiro, é uma atitude que mostra o conformismo do treinador e segundo mostra também uma falta de profissionalismo enorme. Mas a sua apatia antes do jogo não é o pior, porque de facto, McClaren podería sentir-se incapaz de transmitir algo positivo à equipa. Devo dizer que nos dez minutos que vi do jogo, quando a Inglaterra tínha a posse de bola só vi pontapés para a frente, talvez à procura de um milagre. Gerrard e Lampard, por exemplo estavam irreconhecíveis, como que acusando a imensa pressão a que estavam sujeitos! Mas o pior não foi o futebol directo e sem nexo de Inglaterra e nem o falhanço no apuramento para o Euro. O pior foi mesmo a atitude de McClaren no final do jogo. Na minha opinião, o treinador deve assumir as suas responsabilidades e ele ainda tínha responsabilidades quando o jogo acabou. Erguer aqueles jogadores que ficaram no chão era uma responsabilidade... mas Beckham encarregou-se de fazê-lo. Enquanto Beckham confortava os colegas, enquanto Lampard dava a sensação de estar perdido entre quatro linhas e um campo verde que tão bem conhece, enquanto Terry (lesionado) vínha ao relvado com um olhar confiante para confortar os colegas que jogaram, McClaren fugiu para as cabines assim que soou o apito. Demitiu-se das suas funções antes de ser demitido (ou despedido). Quanto a mim, isso é falta de profissionalismo. Não me cabe na cabeça que um treinador tenha uma atitude dessas. Independentemente de qualquer resultado, independentemente de as coisas não correrem bem, há um grupo que, quer tenha jogado bem ou mal, esforçou-se. E o grupo normalmente vê o treinador como um líder. McClaren é treinador, mas não foi líder. Parece ser cada vez mais evidente que ser treinador não é ser líder.

McClaren já teve o comportamento correcto quando treinava o middlesbrough. Por que é que não teve o mesmo comportamento agora que se tratou duma causa nacional? Não encontro resposta. Simplesmente consigo pensar na incoerência de atitudes e que se calhar, não está (ainda, ou não) à altura do patamar em que se encontra(va). Acredito que há princípios com os quais não podemos ser incoerentes. É verdade, não sei o que é estar a top, porque nunca lá estive. Mas acredito que se lá chegar serei fiel aos meus princípios e terei coragem de assumir as minhas responsabilidades. São princípios de vida básicos, do meu ponto de vista.

segunda-feira, novembro 19, 2007

"Futebol não há só um, o que eu conheço e mais nenhum"


Começo este texto por dizer que há várias formas no Futebol e que, portanto os olhares sobre o fenómeno em questão (o Futebol), devem ser múltiplos e não simplesmente único. É recorrente ver equipas que jogam melhor que outras, equipas que jogam mais rápido que outras, equipas mais agressivas que outras, equipas mais violentas que outras. Generalizar no Futebol, assim como na vida é um erro. Paulo Sousa dá a entender no seu artigo de 12-11-2007 que há diferentes formas de ver o Futebol e refere-se aos treinadores, dando o exemplo de Capello para o qual “o futebol espectáculo não existe” e de Spalletti de quem é admirador confesso. Ambos ganham e ganham de formas diferentes. Para Capello “existe o futebol cínico, frio, calculista, onde o resultado é tudo o que conta” que contrasta com um futebol da Roma que é “apaixonante” de acordo com Paulo Sousa. De facto são formas diferentes de ver o mesmo fenómeno, o que é positivo. Quanto a mim, o que é negativo é criticar a outra concepção. Uma coisa será eu admitir que não gosto daquele tipo de Futebol, mas outra bem diferente é apontar o dedo e até fazer comentários como os que Capello fez sobre a equipa da Roma, dizendo que a equipa de Spalletti era demasiado narcisista, apaixonada por ela própria e que sofría demasiados golos. É óbvio que quando se busca o golo haverá mais risco de se sofrer também. Não sei em que âmbito é que Capello proferiu essas afirmações e isso é fundamental para que se percebesse o que é que o treinador pretendeu ao dizer o que disse. Mas o importante aqui é salientar a variedade que existe nas formas de jogar Futebol. Daí também a importância de se compreender que há vários jogos e que estes é que enriquecem o Jogo. Um jogo de Futebol é um confronto de duas formas de jogar que podem ser distintas ou não e aí é que está a riqueza do Futebol. Mesmo em equipas de top, poderemos constatar facilmente que apesar de darem muito valor à organização ofensiva, nem todas o fazem da mesma forma. Reparemos por exemplo no Arsenal, no Chelsea, Manchester United ou Barcelona. O Arsenal procura instalar-se na área contrária ( ficando com poucos jogadores atrás – dois ) e circular bastante a bola em largura procurando criar espaços para progredir em profundidade, o Chelsea tem uma referência, procura inúmeras vezes Drogba como uma primeira opção através de passes dos elementos da defesa ( frequentemente é Terry quem procura mais o avançado ), por exemplo, o Manchester United que procura desequilibrar através dos movimentos paralelos dos seus médios-ala e o Barcelona que afunila o seu jogo de ataque com entradas dos extremos. Até na denominação das posições as coisas mudam. Um ala não é a mesma coisa que um extremo, assim como um defesa lateral esquerdo não é a mesma coisa que um defesa esquerdo. Depende da forma como se joga. Por mais que se tente generalizar as funções que um jogador deve ter numa determinada posição vai sempre cair-se no erro, porque essa posição pode até nem sequer existir na forma de jogar de determinado clube. Recordo por exemplo Litmanen que quando chegou ao Barcelona disse que a posição em que jogava não existía no Barcelona.

sábado, novembro 17, 2007

Que contratações e que atitude a ter perante as mesmas


Muitas vezes se fala acerca de determinado jogador dizendo que ele não está a render o que se esperava dele ou até não se sabe por que razão é que o clube contratou tal jogador. Comprar passes de jogadores e não ser paciente na sua adaptação é para mim um erro enorme. Acredito que jogadores que são bons num determinado contexto podem revelar-se bons noutro contexto, assim como acredito que há os que são bons em qualquer contexto, sem qualquer sombra de dúvida, porque para além da técnica têm algo mais. Mas nem todos os jogadores têm personalidade forte ou facilidade de se adaptar e como tal há que considerar tempos de adaptação a novos contextos. Tempos esses que naturalmente serão diferentes de jogador para jogador. Uns adaptam-se logo, como por exemplo Maxi Pereira no Benfica mas outros demoram tempo como são os casos de Cardozo e Di Maria, também no Benfica. A qualidade está lá. Eu vejo que ali há qualidade.
Romagnoli e Rentería são exemplos de jogadores que demoraram algum tempo a adaptar-se ao futebol europeu. Se por um lado Romagnoli teve oportunidade e estabilidade (concedida em grande parte por Paulo Bento), o mesmo não aconteceu com Rentería no FC Porto. Sempre acreditei em Rentería, porque vi-o a jogar no Internacional de Porto Alegre e acredito que, uma vez adaptado ao futebol europeu, pode ter mais hipóteses de triunfar em qualquer país da europa, em qualquer futebol. Actualmente no Estrasburgo, em França, Rentería diz-se satisfeito e já somou alguns golos no Championat.
Izmailov ter-se à adaptado bem ao futebol português, assim como, por exemplo, Rodriguez e o facto de já terem uma experiência no futebol europeu pode contribui para que a adaptação seja mais rápida.


Falei anteriormente no contexto europeu, mas mesmo na europa há vários contextos. Jogar em Portugal não é a mesma coisa que jogar em França ou em Inglaterra. Jogar no Lyon não é a mesma coisa que jogar no Sporting ou no Newcastle. O próprio tratamento que os jogadores recebem é diferente de contexto para contexto. Por isso penso que isso deve ser considerado quando se pensa em contratar jogadores. Como refere Paulo Sousa, contratar só por contratar ou contratar baseado na fama ou até na qualidade, é um erro. Porque mesmo que a base seja a qualidade, essa qualidade vai depender sempre da forma de jogar do treinador.