terça-feira, dezembro 19, 2006

Vai de mal a pior...


Norton de matos, mais um treinador despedido no processo de crise do Vitória de Guimarães. Este é apenas um caso em muitos outros que ocorrem com frequência no mundo do Futebol, mais concretamente no Português. Mas este caso chama-me particular atenção devido à história do Vitória e ao número de adeptos que o clube tem. Hoje em dia torna-se cada vez mais difícil manter um treinador num clube, devido às pressões externas que são exercidas. Senão vejamos, a Segunda Liga de Portugal é um campeonato extremamente competitiva, onde regra geral, os clubes que sobem são conhecidos na última jornada do campeonato. Mas não há paciência, porque pretendem-se resultados imediatos. A mentalidade é a de fazer tudo bem feito sem ter tempo para trabalhar. Essa ideia está, do meu ponto de vista, errada. Tudo bem que se está a falar de rendimento, mas é preciso tempo para que os resultados apareçam. Não se deve pensar que o treinador faz milagres, porque não faz. Se há uma coisa que um treinador de futebol precisa é de estabilidade e, por exemplo, Norton de Matos nunca teve essa estabilidade. E uma das razões são as pressões externas ( adeptos, imprensa, etc ). As pessoas pensam que só porque o Vitória tem a história que tem vai acabar em primeira lugar do campeonato da Segunda Liga. Errado! Há que adaptar à nova situação e perceber que se o Vitória desceu, por alguma razão será. Falta de organização talvez. O que está em causa aqui não é a subida ou não do Vitória. O treinador que entrar até pode ter sorte e conseguir ter bons resultados logo no início, mas esse já não será o treinador do Vitória daqui a duas épocas, seguramente. O que está em causa aqui é a mentalidade com que se encaram as situações. As direcções dos clubes têm que ser persistentes e apostar na continuidade, têm que ser coerentes e provarem porque é que contrataram treinador A, B ou C. Não podem ser como são: se os resultados não aparecem, muda-se o treinador e está feito. Isto é pensamento de treceiro mundo. Veja-se o Arsenal de Wenger ou o Manchester de Ferguson. Não ganham todos os anos, mas os treinadores mantém-se há largos anos. Quem é que está bem?

A mentalidade tem que mudar radicalmente em Portugal e nos restantes países de terceiro mundo.

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