sexta-feira, novembro 10, 2006

A despedida mais difícil.


25.10.2006 Ontem decidi despedir-me. Pensei, pensei, pensei... e cheguei a uma conclusão. Tenho que fazer o que acho certo. Por mais errado que isso seja para os miúdos, é o que é certo da minha parte. Tenho que respeitar as minhas ideias. Já tínha passado por cima delas por causa dos miúdos, mas a discussão que tive com o coordenador foi a gota de água. Choca-me ver que há pessoas destas no desporto de crianças. Pessoas que transpõe dos adultos para as crianças tudo e mais alguma coisa, pessoas que vêem crianças como adultos em miniatura. Estou triste. Triste porque deixei miúdos que sabem que eu os adoro, triste porque tínha uma boa relação com os pais, triste porque o vice-presidente me deu apoio, porque o meu director me deu apoio, triste pelos elogios e por não continuar a retribuir. Mas eu não faço milagres. E ali estava-me a sentir impotente. Sentía que não estava a extrair todo o potencial daquelas crianças. E o pior de tudo é que sei que se me deixassem, eu fazía isso. Mas na vida não podemos fazer tudo o que queremos. Na vida há coisas injustas. Talvez um dia mais tarde essas mesmas pessoas ponham a mão na consciência... Mas isso talvez não aconteça, porque são mentalidades diferentes e esse tipo de pessoas estão habituadas a ficarem na mesma, a não evoluirem com o passar dos dias, a viver da prática. E as pessoas que rodeiam essas pessoas e que as suportam porque ele traz vitórias de uma forma errada... bem, essas pessoas, por melhores que sejam também estão erradas. Porque as vitórias são diferentes de adultos para crianças. No adulto, se o desporto for de alto rendimento, deve pensar-se no resultado. Na criança, se houver competição, deve-se preocupar com o futuro, ensinando no presente... e não é isso que se está a fazer. Pensa-se no agora, no próximo fim-de-semana, no próximo jogo de uma forma semelhante à que se pensa nos adultos. E isso é errado. Mas a prática demonstra o contrário, não é?...

Sem comentários: