quarta-feira, novembro 08, 2006

Motivos pessoais...


Era segunda-feira e o Carlos Carvalhal apareceu lá na minha faculdade. Já não ía lá quase desde que tínha sido apontado como treinador do Braga. Esteve lá na faculdade a conversar com o professor Vítor Frade, que no próximo semestre será meu professor de metodologia de futebol. No dia seguinte já vínha nos jornais que ele tínha posto o lugar à disposição e agora já não é mais treinador do Braga. Ele alegou motivos pessoais. Penso que se deve respeitar a sua decisão. O que achei mais interessante no meio disto tudo foi ele ter ido falar com o professor. Ele fala muito com o professor. Já chegou a passar dias e dias lá na faculdade. Eu tento sempre ouvir alguma coisa para ver se aprendo alguma coisa. Qualquer palavra que saia da boca desse professor é obra de arte. Ele é um sábio. Nunca conheci uma pessoa assim. E nem o conheço direito. Mas sei qual é a imagem dele e já tive uma breve conversa com ele quando decidi que ía deixar o Infesta. Foi ele que me ajudou a tirar o peso na consciência que eu tínha antes de sair.Quais as razões que levaram à saída de Carvalhal? Não interessa agora. O facto é que ele saiu. É uma pena, porque acho que ele podía fazer um bom trabalho no Braga...

1 comentário:

Anónimo disse...

O que se passou no Sporting de Braga nos últimos meses, com a devida consequência nesta semana, traduzida no despedimento do treinador Carlos Carvalhal, é bem exemplar quanto ao modo desorganizado e sem rumo definido para o longo prazo como são geridas muitas sociedades anónimas desportivas em Portugal. Nos anos anteriores, Jesualdo Ferreira conseguiu restituir aos bracarenses o estatuto de equipa europeia, como nos tempos do saudoso argentino Mário Imbelloni, nos idos anos setenta do século passado, e, de algum modo, com Manuel Cajuda. Mas foi com Jesualdo que o Sporting de Braga conseguiu aliar resultados desportivos com produção de talentos, exportados para o país e para o estrangeiro, com lucros assinaláveis para a SAD bracarense. Num clube a sério e bem organizado, esse trabalho de Jesualdo Ferreira teria que ter continuidade. Mas o Sporting de Braga não quis. Parece que foram atrás das modas e das lógicas externas impostas pelos empresários. O resultado está aí... Parece que o mais simples é difícil de aprender. E o mais simples é fazer como o Manchester United, onde Sir Alex Ferguson é o treinador há duas décadas.