quarta-feira, novembro 21, 2007

Beckham, Gerrard, Lampard, Rooney e outros eliminados


Dizem por aí que um treinador tem que estar presente nos bons e nos maus momentos. É o que vejo em Mourinho, Leo Beenhackker, Erikson, Ferguson, Wenger... São apenas exemplos que me recordo neste momento.

Depois de Portugal estar qualificado mudei de canal e estava a dar o Croácia-Inglaterra em que a Inglaterra já perdía por 2-3 em Wembley, resultado que afastava os Ingleses do Euro 2008. O treinador de Inglaterra, Steve McCLaren bebía água, sentado no banco, quando a equipa estava prestes a ser eliminada. Primeiro, é uma atitude que mostra o conformismo do treinador e segundo mostra também uma falta de profissionalismo enorme. Mas a sua apatia antes do jogo não é o pior, porque de facto, McClaren podería sentir-se incapaz de transmitir algo positivo à equipa. Devo dizer que nos dez minutos que vi do jogo, quando a Inglaterra tínha a posse de bola só vi pontapés para a frente, talvez à procura de um milagre. Gerrard e Lampard, por exemplo estavam irreconhecíveis, como que acusando a imensa pressão a que estavam sujeitos! Mas o pior não foi o futebol directo e sem nexo de Inglaterra e nem o falhanço no apuramento para o Euro. O pior foi mesmo a atitude de McClaren no final do jogo. Na minha opinião, o treinador deve assumir as suas responsabilidades e ele ainda tínha responsabilidades quando o jogo acabou. Erguer aqueles jogadores que ficaram no chão era uma responsabilidade... mas Beckham encarregou-se de fazê-lo. Enquanto Beckham confortava os colegas, enquanto Lampard dava a sensação de estar perdido entre quatro linhas e um campo verde que tão bem conhece, enquanto Terry (lesionado) vínha ao relvado com um olhar confiante para confortar os colegas que jogaram, McClaren fugiu para as cabines assim que soou o apito. Demitiu-se das suas funções antes de ser demitido (ou despedido). Quanto a mim, isso é falta de profissionalismo. Não me cabe na cabeça que um treinador tenha uma atitude dessas. Independentemente de qualquer resultado, independentemente de as coisas não correrem bem, há um grupo que, quer tenha jogado bem ou mal, esforçou-se. E o grupo normalmente vê o treinador como um líder. McClaren é treinador, mas não foi líder. Parece ser cada vez mais evidente que ser treinador não é ser líder.

McClaren já teve o comportamento correcto quando treinava o middlesbrough. Por que é que não teve o mesmo comportamento agora que se tratou duma causa nacional? Não encontro resposta. Simplesmente consigo pensar na incoerência de atitudes e que se calhar, não está (ainda, ou não) à altura do patamar em que se encontra(va). Acredito que há princípios com os quais não podemos ser incoerentes. É verdade, não sei o que é estar a top, porque nunca lá estive. Mas acredito que se lá chegar serei fiel aos meus princípios e terei coragem de assumir as minhas responsabilidades. São princípios de vida básicos, do meu ponto de vista.

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